segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Beauty is a joy for ever: A beleza de Tchaikowsky e do bailado "Swan Lake" - Rudolf Nureyev - Margot Fonteyn


quadro do pintor russo Michail Vrubel, A Princesa Cisne
A grande bailarina Anna Pavlova, no "Lago dos Cisnes" que dançava com o célebre Nijinsky (em baixo)



Anna Pavlova, 1910


A inglesa Margot Fonteyn e o russo Rudolph Nureyev, um dos mais famosos "pares" do ballet mundial

O bailado "O Lago dos Cisnes" foi representado, pela primeira vez, no Bolshoi de Moscovo, em 20 de Fevereiro de 1877.

A música « fora encomendada a Tchaikovsky um ano antes e ele tinha começado logo a escrever a música.

No entanto, a estreia foi um fracasso devido à fraca coreografia e ao trabalho da Orquestra...


Anna Sobechshanskaya representa Odette, no "Lago dos Cisnes", 1877


a bailarina Pierina Legnani em 1895

Reabriu o célebre Teatro Bolshoi de Moscovo, renovado!



Fechado para importantes trabalhos de renovação, em Julho de 2005, reabriu há dias o “Teatro Bolshoi”- o “Grande Teatro”, em oposição ao “Malini”, o Pequeno Teatro, que fica quase em frente, do outro lado da praça.

A Companhia de Ballet Bolshoi foi criada em 1776 para espectáculos de “masquerades”, durante o reinado da Grande Catarina da Rússia.

Depois do primeiro edifício ter ardido, em 1825 reabre no mesmo local com o nome de Teatro Imperial Bolshoi de Moscovo.

O Bolshoi da grande Companhia de Ballet, do coreógrafo Marius Petipa.

Ou dos bailarinos legendários como Galina Ulanova, ou o jovem Rudolph Nureyev que em 1961, durante uma tournée, "foge" para o ocidente e fica em Paris.

Na passada 6ª feira, a reabertura do grande teatro, na sua noite de Gala.

Fora, centenas de pessoas que não tiveram a sorte de arranjar bilhetes, esperam. De olhos fixos nas imagens dos écrans que foram adaptados para esse efeito, na praça Bolshoi.

A noite estava gelada e a televisão transmitia o espectáculo em directo, mas aquela gente não arredava pé do “seu” Bolshoi... Ficaram ao frio na Praça Bolshoi a ouvir e a ver, em pé.

Quando soam as primeiras notas do Adagio de “ O Lago dos Cisnes” de Tchaikovsky, e se vêem deslizar, etéreas, as bailarinas em duas filas, ouve-se um suspiro (colectivo) de prazer.

Muitos recordam a sua primeira ida ao Bolshoi, ainda crianças. Todos conhecem o nome da grande e bela Galina Ulanova cujo centenário se festejou no ano passado.

Confesso que eu tive a sorte – antes do Grande Teatro fechar em 2005- de assistir a dois espectáculos maravilhosos da Companhia de Ballet, um deles o mítico "Lago dos Cisnes".

E, além do ballet em si, entusiasmou-me ver assistência muito jovem, e as muitas crianças que vinham com os pais.

Na Rússia, o preço das entradas para os espectáculos são muito baratos, para os residentes. Só os turistas pagam muito.

http://youtu.be/bOdE0P7K0HM

Numa das noites, acompanhou-nos uma grande amiga Masha Rudakova que levava com ela a filhinha Sónia.

Por isso não me espantou a afirmação -que li num artigo do New York Times- de Mrs. Sviblova, hoje directora de um museu, que no dia da reabertura, disse, tirando do bolso uma barra de chocolate soviético:

Quando tinha quatro anos, este chocolate era um verdadeiro acontecimento”, dizia. “ E as sandwiches também!”

Termina: ”O Bolshoi continua a ser o mesmo Bolshoi. Este é o nosso milagre.”

Mais coisas e informações sobre o Bolshoi:

http://www.nytimes.com/interactive/2011/10/27/arts/dance/bolshoi-theater.html?ref=europe#1

http://www.nytimes.com/2011/10/29/world/europe/joy-and-nostalgia-in-moscow-as-bolshoi-theater-reopens.html

http://www.bolshoi.ru/en/

http://youtu.be/VfJXvqbpy6s

http://youtu.be/2COb0j7EwfE


sábado, 29 de outubro de 2011

Mais música irlandesa! Clannad "I will find you"


Enya - Only Time (video)

"Espelho da minh'alma... Diz-me!", do poema de Edmund Burke, ouvindo a voz de Enya - "Fairytale"

Edward Burne-Jones, Nymph of stars

Quando fiz anos uma grande amiga mandou-me um poema do poeta irlandês, Edmund Burke. Dizia-me: "leia atá ao fim...porque é uma poesia optimista!"

Uma Utopia?

Li e gostei muito de Edmundo Burke. Quis que o conhecessem!

Burne-Jones, Psyche
Burne-Jones, pintado por Stillman

The Mirror

I look in the mirror
And what do I see?
A strange looking person
That cannot be me.

For I am much younger
And not nearly so fat
As that face in the mirror
I am looking at.

Oh, where are the mirrors
That I used to know
Like the ones which were
Made thirty years ago?

Now all things have changed
And I'm sure you'll agree
Mirrors are not as good
As they used to be.

So never be concerned,
If wrinkles appear
For one thing I've learned
Which is very clear,

Should your complexion
Be less than perfection,
It is really the mirror

That needs correction."

Será?

sábado, 22 de outubro de 2011

O ratinho Poeta foi à cozinha!


O Ratinho tem andado mais distraído e contente. Mais o amigo ouriço, andam sempre a meter o nariz em tudo, pela casa e pela varanda!

Diz ele que o ouricinho se chama Dany, escolha do ratinho, suponho. Acho que se inspirou na Ana Luísa que tem um amigo chamado Ben...

As relações melhoraram entre os dois. As lições de japonês continuam, mas não sei se têm progredido.

Ouço sempre é grandes gargalhadas lá para dentro, e a vòzinha fina e suave da gatinha japonesa.

- Por que é que tens quadros na tua cozinha?, perguntou de repente o Ratinho Poeta.

Estava atrás de mim. Sobressaltei-me. Não estava à espera dele na cozinha. Deviam estar na lição.

- Se calhar é porque gosto de pintura...

Abanou a cabeça, como se achasse que a resposta estava certa.

- Ficam bonitos. Alegram a alma!

Depois disse, ironicamente:

- Alimentas o espírito enquanto pensas na nossa comidinha! Hi,hi,hi...

O ouriço já estava sentado em cima do tabuleiro de madeira que me fez o Sr. Fonseca, em São Tomé.

E repetiu o mesmo riso:

- Hi,hi,hi... E tens aqui uma estação azul! Que bonita!

- É verdade, Dany.

Eu estava a preparar uma tigela de leite com corn flakes. Tinha posto o leite a aquecer no fogão.

O Ratinho acrescentou, com um ar professoral, virando-se para o Dany:

- É a Gare Saint-Lazare, do Monet. E ali estão os "nenúfares" que ele pintou...

Logo mudou de conversa. Cheio de curiosidade, a ver o que eu fazia, perguntou:

- O que estás a pôr aí dentro? Nunca me deste leite com essas coisas...

O Ratinho já tinha saltado para a bancada e espreitava para dentro da caneca.

Parecia desconfiado. Talvez pensasse na história do João Ratão...

- São flocos! Chamam-se corn flakes...Não sabia se gostavas.

- Flocos? Que nome estranho!

- Deitam-se no leite quente ou frio, expliquei.

- Nunca me perguntaste se gostava... Só me deste leite quente com mel quando estive resfriado...

Para resolver o problema depressa disse-lhe:

- Então prova lá! E estendi-lhe a taça.

- Falta o leite...

- Está a aquecer...

Estava a impacientar-me hoje o ratinho!

O ouriço, sentado na tigelinha alentejana onde ponho as azeitonas, perguntou ao ratinho, atento, como um bom aluno:

- Mas o que é?...

- Não vês que são corn flakes?

- Nunca tinha visto!, confessou o Dany - envergonhado talvez da sua ignorância.

O Ratinho era o seu ídolo!

O Ratinho desatou a rir:

- Não te preocupes! É a primeira vez que vejo estes flocos...

Virou-se para mim, entusiasmado:

- Podemos cozinhar hoje, eu e o ouriço? Deixa lá...

- Cozinhar? O quê?

- Qualquer coisa, já vi que tens verduras... E, olha, tens tomatinhos!

Muito excitado, perguntou:

- São os que plantaste lá na varanda?

- Não... Esses ainda estão verdes...

E pensei no vento e nas chuvadas que quase tinham dado cabo do meu "tomatal"! Com tantos conselhos do amigo do blog "Trepadeira"!

- "Se tiver florinhas, ainda talvez tenha algum tomate lá para Outubro"...

Tinha-se salvo uma planta! Com sete tomates! As outras o vento levara-as...

- Que pena! Mas vão crescer e ficar bons, como estes!

A delicadeza do Ratinho Poeta...

De repente o ouriço viu a galinha conta-tempo:

- Isto é o quê? Uma galinha?!

- Sim, disse eu, com paciência. Uma galinha que conta o tempo!

- Conta o tempo? Como? Pelos dedos? As galinhas não têm dedos...

E pôs-se a rir.

- Tem um mecanismo lá dentro da barriga, explicou o ratinho.

Agora era ele que perguntava:

- E aquilo ali ao lado dela? Parece um ovo! É o filho dela? Hahaha!

Continuei, pacientemente, a explicar:

- O ovo também marca o tempo...

- Um ovo e uma galinha! Hihihi...

O ouriço meteu a cabeça a espreitar.

- Um ovo e uma galinha? Mas as galinhas são maiores! E os ovos não são cor de rosa!

O ratinho sorriu condescendente:

- Bruxo... Não vês que são “de brincadeira”?

- Mas trabalham!, resmungou o ouricinho. São eles que marcam os minutos da cozedura dos pratos.

-Boa, como é que sabias?

- Estive a ouvir...

- Estás sempre a ouvir!

Antes que começassem outra vez a discutir, disse-lhes:

- Está bem. Então vão vocês fazer o almoço! É “ratatouille”!

O ratinho espantou-se:

- Isso não é a história de um ratinho? O ratinho "Ratatouille"? Vi no blog dos Vurdóns...

- Mas também é outra coisa...

- E come-se? o que é?

- Um estufado de verduras! Tomate, cebola, beringelas, pimentos, etc. E quanto mais cores tiver, melhor fica!

O ratinho disse:

- Muitas cores é bonito...

-Podem começar...

E assim se passou a nossa manhã, na cozinha, os três.

No final, estava saboroso o “ratatouille” do ratinho!