sábado, 23 de abril de 2011

O CRISTO CIGANO




Leonardo da Vinci, da Última Ceia, a tristeza de Apóstolo João



Encontrei no blog Cozinha dos Vurdóns uma lição de humanidade, na sua Pessach cigana.

A Páscoa. A última ceia, o último encontro entre Cristo e os Apóstolos, segundo o Novo Testamento.


Leonardo da Vinci, cabeça de Cristo (esboço para a "Ceia")


A Pessach hebraica, por se lado, simboliza a "passagem" (passover): a passagem do Anjo Exterminador que poupa os primogénitos judeus, mas mata o filho mais velho do Faraó, e os primogénitos egípcios, levando o Faraó a deixar partir os Judeus, segundo o Antigo Testamento.



Leonardo da Vinci, A última Ceia

Jesus, como Hebreu, celebrou a festa de Pessach junto com os apóstolos. E assim os povos, tempos depois da primeira celebração de Pessach (*) a chamaram de “A Última Ceia”.
No dia que antecederia o desfecho, ele se sentou ao redor de uma mesa, provavelmente de pedra e cumpriu o que havia aprendido a respeitar desde criança. Neste momento fez-se a maior das lições. Alguns entenderiam mais tarde, outros jamais entenderam e entenderão.

Comeram os doze ou mais, sem saber do que se tratava, assim como hoje, não enxergamos a trajetória do alimento que colocamos em cima de nossas mesas. A realidade da celebração que contém antes de tudo superação, coragem, domínio sobre si mesmo e igualdade perante a raça humana e antes deles e de nós, os Hebreus em sua histórica fuga do Egito o fizeram.
Acreditar passa a ser a mais completa das refeições.



Leonardo da Vinci, esboço da cabeça de Judas



E cantamos, porque afinal de contas não há mal que dure para sempre e se faz necessário ter apenas a moeda para o barqueiro, de nada nos valeria os potes de ouro, e voltamos a acreditar que o criador e a criação são um só. Como o trigo e o pão, o vinho e a uva e aprendemos que história e realidade nem sempre andam juntas, mais aonde há fumaça há fogo, como a vida e a morte.

Leonardo, rosto do apóstolo Filipe (esboço)


Aprendemos que juntar forças é igual a um pão dividido por muitos e que muitos como nós sobrevivem assim. Aprendemos que não há espaço para culpa, quando realizamos nossas tarefas e cumprimos com aquilo que nos propomos cumprir. Que escolhemos um caminho e que muitos antes de nós desafiaram as leis e a própria vida, deixando impresso um pedaço da verdade oculta.

Descobrimos que os ovos são mais do que delícias de chocolate, são ômega e alfa, assim como a lua cheia, os anéis e as rodas de um Vurdón, que tudo, absolutamente tudo está dentro círculo fadado da vida, começo, meio e fim e que muitas vezes nos perdemos dentro do nosso umbigo e nos esquecemos de abrir os braços.”




(*) Pessach -Páscoa judaica- é o nome do sacríficio executado em 14 de Nissan segundo o calendário judaico e que precede a festa dos pães ázimos (Chag haMatzot).


Geralmente o nome Pessach é associado a esta festa também, que celebra e recorda a libertação do povo de Israel do Egipto, conforme narrado no livro de Shemot (Êxodo).

1 comentário:

  1. Vida longa ao Rei, pelos séculos dos séculos - amém.

    Carinhosamente,

    a cozinha dos vurdóns

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