segunda-feira, 30 de maio de 2011

A ópera "Dido e Eneias", de Henry Purcell, no TMG da Guarda

Sebastien Bourdon, Dido



A ópera de Henry Purcell "Dido e Eneias" vai ser apresentada no Teatro Municipal da Guarda. A estreia é no dia 2 de Junho, no Grande Auditório.

No dia 4 a ópera vai estar no Teatro Cultural Vila Flor, em Guimarães, e nos dias 8 e 9 de Junho no Teatro Viriato, em Viseu.

Guérin, "Eneias conta a Dido a sua história e a destruição de Tróia" (Louvre)


Eneias foge de Tróia, incendiada, com o velho pai, Anquises, às costas



Trautmann, "O incêndio de Tróia"

Andrea Sacchi, Dido e os barcos de Eneias no horizonte






Não sei se viram esta série da BBC, "Vanity Fair" (1998), tirada do romance homónimo (fantástico, inesquecível, romance!) do escritor inglês William Makepeace Thackeray.

Pensei que era interessante ouvir, com as belas imagens do filme, esta interpretação do "Lamento de Dido", abandonada por Eneias ("When I' am laid in earth").


Aqui, Becky - a terrível Becky do romance- interpreta o "pranto" de Dido.

A tragédia, contada por Vergílio, na "Eneida", narra as peripécias da fuga de Eneias, da Tróia destruída pelos Gregos, onde morrera o grande, o justo Heitor, o herói troiano por excelência, vencido por Aquiles, o grego.

Luca Giordano, "Eneias combate"

Deixando tudo atrás de si, foge com os seus por mar e o barco leva-o a Cartago (hoje Túnes) onde encontra a Rainha Dido que o acolhe.



óleo de Turner, "Dido funda Cartago"


A Rainha apaixona-se pelo herói, mas ele tem uma missão a cumprir (segundo a lenda, irá fundar a cidade de Roma), e parte.

Ao ver os barcos de Eneias afastarem-se no horizonte, Dido desespera e mata-se.

Joshua Reynolds, Morte de Dido

A conhecida obra de Henry Purcell (“o maior génio que jamais houve”, dizem alguns) desta vez encenada pela Companhia francesa do "Théâtre de la Mezzanine", com encenação de Denis Chabrouillet, direcção musical de Jean-Marie Puissant e cenografia de Michel Lagarde.



Uma visão "contemporânea" do clássico Purcell, em que o impacto visual parece ser imenso...
imagem tirada do site da Companhia Théâtre de la Mezzanine, no facebook


"Este grupo, criado em 1979 na “banlieue” de Paris, começou por pôr em cena textos do repertório contemporâneo (entre iutros autores, Garcia Lorca).

Denis Chabrouillet –o director- dedica-se, em seguida, à adaptação de romances (“O Bom Soldado Schweik”); mais tarde, escreve ele próprio os textos que são adaptados por autores dramáticos.

Tenta, ainda, ele próprio, a escritura dramática, substituindo-a depois por um certo aproveitamento da gramática teatral – usando sobretudo a matéria, o som, as imagens como vocabulário ao serviço dos seus devaneios alucinatórios e de uma sua propensão à cólera e à indignação.

Denis Chabrouillet e o seu grupo criam mundos sem palavras onde o Sentido e o Homem lutam pela sobrevivência.”

http://www.theatredelamezzanine.com/site.html




Sobre a Companhia "Théâtre de la Mezzanine", no Facebook, encontrei mais isto:


“A companhia Théâtre de La Mezzanine, reconhecida pelos espectáculos imponentes e extravagantes, reinventa a Ópera com Dido e Eneias. Inspirando-se na obra barroca de Henry Purcell, o encenador Denis Chabroullet imagina uma nova Cartago, assente numa fábrica em ruínas, inundada por canos de água desordenados.



É neste cenário fantasmagórico, que espelha o caos do mundo e a beleza trágica do amor, que Dido e Eneias vivem os tormentos da paixão antes de serem capturados pelo destino.
Henry Purcell, pintado por John Closterman



Quem foi Henry Purcell ? (nasce em 1658 ou 1659 – morre em Novembro de 1695)


O maior génio entre nós todos” – diz, por ocasião da sua morte em 1695, um dos seus contemporâneos.


Mais de trezentos anos depois, Purcell é ainda considerado como um dos mais finos compositores britânicos.

O pai dele foi músico na corte de Charles II nos anos 1660.

Não há registo de nascimento de Henry que deve ter nascido em 1658 ou 1659, pois refere-se a si próprio, em 1683, como tendo 24 anos e na Abadia de Westminster assinalam que morreu em Novembro de 1695 com 37 anos.

Menino de coro na Capela Real até 1673, depois assistente do organista John Hingeston, de tempos a tempos era chamado para copiar músicas de outros compositores.

Em 1677, entra no grupo musical da Corte, “Os Vinte e Quatro Violinos”.

Por volta de 1679, torna-se organista da Abadia.de Westminster.

Escreve, então, as suas obras.

6 comentários:

  1. Adorei este post!
    Tudo muito bonito.
    Bjs. :)

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  2. Muito interessante.
    E a música é muito bonita.

    Um beijinho
    Isabel

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  3. Muito sugerente este post, a epopeia de Vergílio, a música de Pourcell, os magníficos quadros que ilustram a tragédia de Dido y Eneias. E as versões modernas de uma das histórias mais antigas e imortais.
    Beijinhos e boa noite!
    Maria ( de certeza que sairá anónimo...)

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  4. Vou ver o espectáculo, depois digo como foi!
    O Google anda louco, não é Maria? Já estive assim,,,Mas agora eu consigo mandar comentários mas o Manuel não pode e fica furioso com o "anónimo"!...

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