sábado, 11 de abril de 2009

a beleza...e Kawabata


http://www.youtube.com/watch?v=VNkUZ6y_Pkw

(a beleza da música: Cowboy Junkies,The Trinity Session)






























"A thing of beauty is a joy for ever" (Shelley)























Falei de uma descrição fantástica de Kawabata (Yasunari Kawabata, prémio Nobel em 1968), no seu livro Terras de Neve, que me impressionou e nunca esqueci.
Trata-se da viagem que famílias inteiras de japoneses fazem todos os anos para irem ver as florestas de acer rubrum, as árvores que se cobrem de folhas vermelhas, no Outono.

Espectáculo de certeza inegualável.
Decidi fazer uma pesquisa -na internet, claro- e fui à procura do que era esse tal acer rubrum que eu não conhecia. Fiquei um pouco com a ideia de que esse tal acer rubrum ("acer", ou "bordo", em português) pertencer à família do nosso plátano.
Descobri que existem exemplares na serra do Buçaco mas que no Japão, nos Estados Unidos (New Hampshire), no Canadá, é frequente esse tipo de árvores aglomeradas em florestas, manchas rubras contra o azul do céu.
Foi tudo isto o que encontrei... Que gostava que vissem.
Imagens de beleza...

... a que não resisti a juntar outras imagens de beleza...

















































































































e outras belezas...















a belíssima Piazza Navona

















Petra, na Jordânia














Transcrevo um pouco do livrinho de Kawabata, não resisti...



“Como o interior do comboio não era muito claro, aquele espelho não era tão nítido quanto deveria ser. E não reflectia bem as imagens. Por isso, enquanto Shimamura olhava compenetrado, foi-se esquecendo da existência do espelho e começou a pensar que a rapariga flutuava na paisagem do entardecer. Foi nesse momento que os raios de sol, já ténues, iluminaram o rosto dela. O reflexo do espelho não era suficiente para apagar a claridade de fora, nem esta forte o bastante para ofuscar a imagem reflectida no espelho. A claridade passava como um relâmpago pelo seu rosto, mas não era suficiente para o iluminar. A luz era fria e distante. No momento em que o contorno da sua pequena pupila se foi iluminando, como se os olhos dela e a luz se sobrepusessem, os seus olhos tornara-se um pirilampo misterioso e belo que pairava entre as ondas da penumbra do cair da tarde.”

Yasunari Kawabata,
Terra de Neve



































































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