quinta-feira, 11 de junho de 2009

Outra vez, a Lady do Crime: os detectives de Agatha...










Hercule Poirot














Miss Marple











Tommy e Tuppence

Poirot

Hercule Poirot, o detective belga criado por Agatha Christie, é uma das mais vivas e famosas personagens da ficção policial inglesa. Aparece em 33 histórias e 51 contos, publicados entre 1920 e 1975 (ver Agatha Christie), sendo a sua primeira intervenção no romance The Mysterious Affair at Styles (publicado em 1920) e a última aparição em Curtain, The Poirot's last case (publicado em 1975, um ano antes de A.Christie morrer).

Poirot foi a única personagem de ficção a ter direito a uma notícia necrológica. O New York Times do dia 6 de Agosto de 1975 dizia: "Morreu hoje o famoso detective belga Hercule Poirot. "
A relação de Agatha Christie com Poirot era complicada: em 1930, achava-o "insuportável" e, em 1960, dizia que ele era 'detestável, cansativo, egocêntrico'. Mas o público amava-o e a autora recusou-se a "matá-lo", dizendo que o seu dever era dar prazer ao seu público e o público gostava de Poirot...
O Capitão Hastings (seu inesquecível companheiro de aventuras, mais o Superintendente Japp) descreve-o assim, no primeiro encontro (The Mysterious Affair...):
"Com pouco mais de 7 pés e 4 polegadas, tinha no entanto um porte digno. A cabeça era exactamente da forma de um ovo e inclinava-se sempre um pouco para um lado. O bigode era elegante e com um toque militar..."

Além disso, Poirot tem o cabelo negro (apesar de no ecran aparecer muitas vezes calvo...) e olhos verdes que "brilham como os dos gatos", sobretudo quando lhe surge uma ideia genial.
Agatha Christie em The Murder on the Orient Express, logo nas primeiras páginas, apresenta-o :

"Um jovem tenente francês, de uniforme irrepreensível, falava com um homem pequeno e insignificante (Hercule Poirot), abafado num casaco até às orelhas, não deixando ver nada senão a pontinha do nariz cor de rosa e as pontas curvas para cima de um bigode."

No filme de Sydney Lumet, Assassínio no Expresso do Oriente, a figura de Poirot é o grande acto Albert Finney e conta com actores e actrizes de grande categoria. Lembro Ingrid Bergman, Lauren Bacall, Richard Widmark, etc.
Impossível esquecer as suas little grey cells que tornam o seu trabalho de investigação único, a vaidade, a alta auto-estima mas também o seu sentido da justiça e a grande humanidade.

Miss Marple

Jane Marple, usualmente conhecida pelo nome de Miss Marple, é outra das figuras escolhidas por Agatha para a resolução dos seus mistérios policiais. Aparece em doze dos romances de Agatha. É uma suave velha solteirona que age como um detective-amador, baseada na sua intuição psicológica e na observação das pessoas e casos da sua aldeia, St. Mary Mead.

Foi retratada várias vezes no cinema e nas séries televisivas (com actrizes fantásticas no seu papel, desde Margaret Rutherford, a Joan Hickson) e é uma das criações mais simpáticas da autora. Aparece pela primeira vez no conto: The tuesday Night Club, publicado em 1927 na revista The Royal Magazine. Mais tarde, este continho tornou-se no primeiro capítulo do livro The Thirteen Problems (1932).

A sua primeira aparição num romance é no livro The Murder at the Vicarage (1930) e a última no romance: Miss Marple’s Final Cases (1979, saído já póstumo). Mas o verdadeiro “último caso” de Miss Marple é The sleeping murder que Agatha escreve em 1940.


Tuppence e Tommy

Finalmente, o par constituído por Tuppence e Tommy, dois jovens amigos que entram pela primeira vez no mundo de Agatha no romance The Secret Adversary (1922) e, poucos anos depois, em Partners in crime (short stories, 1929 ). Os dois heróis podem parecer, inicialmente, aos leitores, um tiro na escuridão, mas o prazer que Agatha encontra ao falar neles é evidente. Especialmente Tuppence, ex-VAD (*), e a sua enorme capacidade de enfrentar os desafios, e a sua coragem. Tuppence -tal como Agatha o fora- é uma natureza solar, e uma jovem pragmática –com uma tendência infantil para as gulodices e para o dinheiro. É, no fundo, o tema deste livro: o dinheiro –de que Agatha tanto sentiu a falta, mas nunca chegando à pobreza de Tuppence: “money, money, money!”, diz ela, “penso em dinheiro de manhã à noite! Pareço mercenária...mas é mesmo assim!”

No entanto, não o era... Agatha parece entrar na pele da heróina, até quando, no fim, escolhe o amor, o velho amigoTommy, e recusa o casamento com um milionário...

-“Pelo menos, vai ser divertido...!", diz ela quando aceita casar com Tommy. Ele é a sua alma gémea e sê-lo-à sempre até ao último livro, o Postern of Fate, publicado pouco antes (1973) da morte de Agatha (12 de Janeiro de 1976), em que aparecem os dois já com uma certa idade, mas ainda, apaixonados...


(*) Nota sobre VADs: em 1909 foi decidido, em Inglaterra, formar o " Voluntary Aid Detachments" (VADs) para dar assistância médica em tempo de guerra. Dos 74.000 VADs dois terços eram mulheres.





E por hoje fico aqui. Voltarei brevemente com o sucesso único da peça "The mousetrap" (A Ratoeira) e com o mistério do desaparecimento de Agatha! E já agora, com as tais fotografias no Hotel Pera Palace, de Istambul...

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