quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Ouvir Jim Morrison e The Doors em "Whiskey Bar Alabama Song"






Quem era realmente Jim Morrison?
James Douglas "Jim" Morrison (nasce a 8 de Dezembro de 1943 e morre em Paris, em 3 de Julho de 1971) foi um cantor americano, compositor de letras, poeta e “realizador-amador” de filmes.
Nasceu em Melbourne, na Florida. Desde muito novo era um fanático de literatura poesia.

Quando estudava -quer na “George Washington High School” quer no “Junior College de Saint Petersburg” (Florida)- manifestou muito cedo uma inclinação pela obra dos chamados poetas “malditos” franceses e anglosaxões: Arthur Rimbaud, Gerard de Nerval, Charles Baudelaire, o conde de Lautréamont, Swedenborg ou William Blake.

Segundo um autor espanhol , o novelista Mariano Antolín Rato, que analisou a personalidade do que viria a ser o líder de The Doors, o que, na realidade, "Morrison deseaba era ser un poeta francés".

A ideia da morte preocupa-o e atrai-o desde muito cedo.
Conta Morrison que um dos acontecimentos mais importantes da sua vida aconteceu em 1947, tinha ele quatro anos, durante uma viagem de família ao Novo México.
"A primeira vez que descobri a morte… eu, os meus pais e os meus avós, íamos de automóvel no meio do deserto ao amanhecer. Um caminhão carregado de índios, tinha chocado com outra viatura e havia índios espalhados por toda a auto-estrada, sangrando. Eu era apenas uma criança e fui obrigado a ficar dentro do automóvel enquanto os meus pais foram ver o que se passava. Não consegui ver nada – para mim era apenas tinta vermelha esquisita e pessoas deitadas no chão, mas sentia que alguma coisa se tinha passado, porque conseguia perceber a vibração das pessoas à minha volta, então de repente apercebi-me que elas não sabiam mais do que eu sobre o que tinha acontecido. Esta foi a primeira vez que senti medo… e eu penso que nessa altura as almas daqueles índios mortos – talvez de um ou dois deles – andavam a correr e aos pulos e vieram parar à minha alma, e eu, apenas como uma esponja, ali sentado a absorvê-las."

Estudou cinema e teatro na Universidade da California em Los Angeles (UCLA), para onde foi viver em 1962.
O grupo forma-se nessa data, depois de um encontro casual com o antigo colega Ray Manzarek.
Leu-lhe uns poemas seus e decidiram, mesmo ali, criar uma banda rock.
Para completar o grupo, vieram mais dois membros juntar-se a eles, Robby Krieger e John Densmore, que Ray conhecia das suas aulas de meditação.

O nome da banda – The Doors - foi inspirado no livro “The Doors of Perception” de Aldous Huxley, que o tinha ido buscar a um verso de um poema de William Blake (The Marriage of Heaven and Hell), que dizia:
“ If the doors of perception were cleansed, every thing would appear to man as it is, infinite.”
("Se as portas da percepção estiverem limpas/ Todas as coisas se apresentarão ao homem como são, infinitas").

Morrison desenvolveu um estilo de cantar único e um estilo de poesia a tocar fortemente no misticismo.


Envolto num certo mistério, Jim Morrison ficou conhecido como o vocalista principal do grupo The Doors e uma das figuras mais carismáticas da música rock de sempre.


A sua voz de barítono era única neste género de música.

Ainda hoje, muitos fans, estudiosos do rock e jornalistas discutem sobre a sua “persona" teatral, o desejo de auto-destruição e o seu trabalho como poeta, a sua inclinação para as artes. Porque, além de músico, Morrison deixou também vários livros de poesia e realizou um documentário e uma curta metragem.

Para essa fama e áurea, contribuiu certamente a morte, muito jovem, aos 27 anos, no auge do sucesso. Morte obscura (1), na banheira de um quarto de hotel em Paris, possivelmente atribuível a drogas e álcool.
Um ano antes, fora condenado por provocação e conduta "libidinosa", durante um concerto em que, numa provocação violenta, insulta a platéia e tem "atitudes obscenas", segundo a acusação.

Recentemente foi perdoado... (2)

Em 1991, o realizador Oliver Stone dedica-lhe um filme, The Doors.
The Doors é um “biopic” (filme biográfico) de 1991, sobre a banda rock The Doors que insiste sobretudo na figura do vocalista , Jim Morrison.
Val Kilmer é Jim Morrison, Meg Ryan vai ser a companheira de Morrison, Pamela Courson.

O filme retrata Morrison como o icon mais famoso dos anos 1960 e do rock and roll, da “contracultura” ( termo que se refere aos valores e normas de comportamento de um grupo cultural, ou “subcultura”, que se desenvolve a par da corrente social vigente numa época e num país -e contra ela. É equivalente a “oposição política”. É um neologismo atribuído Theodore Roszak).

E ao estilo de vida que defende o uso livre de drogas livre e a liberdade da vida hippie.


Mas o retrato vai além do “icónico”: o alcoolismo, o interesse -no plano espiritual- pelas drogas alucinogéneas, o misticismo e, especialmente, a obsessão crescente da morte.

(Podem ver este vídeo sobre o grupo rock.)

(1)
"Jim Morrison morreu em 3 de Julho de 1971, na banheira, aos 27 anos de idade. Muitos fãs e biógrafos especularam sobre a causa da morte, se teria sido por overdose,pois embora Jim não fosse conhecido por consumir heroína, Pam -a sua companheira- fazia-o (morreu de overdose em 1973). Outra hipótese seria um assassinato planeado pelas próprias autoridades do governo americano.
Morrison foi referido como sendo o nº 4 a morrer misteriosamente, tendo sido os três primeiros Jimi Hendrix, Janis Joplin e Brian Jones (todos mortos com 27 anos).
O relatório oficial diz que foi "ataque de coração" a causa da sua morte. Está sepultado no famoso cemitério do Père-Lachaise em Paris. Devido a actos de vandalismo de alguns fãs, por diversas vezes a associação de amigos do cemitério sugeriu que o corpo fosse transferido para outra necrópole."

(2) No jornal espanhol El país de 17 de Novembro de 2010, vem a notícia:

"Florida quiere perdonar 41 años después a Jim Morrison" é o título do artigo assinado por Manuel Cuéllar:

"El músico murió con dos causas penales abiertas por escándalo público y lenguaje obsceno
Todo ocurrió en la noche del primero de marzo de 1969.
The Doors, que ya se habían convertido en un fenómeno de masas en Estados Unidos, se subieron al escenario del Miami's Dinner Key Auditórium para dar un concierto. Jim Morrison, como otras muchas veces, se plantó frente al público absolutamente borracho y, probablemente, bajo el efecto de alguna de las drogas de las que era consumidor habitual. Sus tres compañeros de banda comenzaron a tocar y Morrison decidió darle un discurso a la audiencia.

Un discurso sobre los derroteros que tomaba el movimiento juvenil de finales de los sesenta, sobre una masa dirigida y dominada... La cosa degeneró hasta el insulto: "Sois todos una panda de gilipollas", gritó el músico y supuestamente se bajó la bragueta y le mostró de manera desafiante y desdeñosa su pene a la concurrencia.

El concierto terminó como el rosario de la aurora tanto que el suceso desembocó en la detención del cantante que fue acusado de conducta lasciva y libidinosa, un delito grave, en el Estado de Florida.

Morrison fue juzgado y hallado culpable en 1970. La fiscalía presentó como pruebas unas fotos de aquella velada en las que se muestra al líder de The Doors pasado de rosca y tocándose su zona genital o a cuatro patas mirando fijamente y muy de cerca las cuerdas de la guitarra de su compañero Robby Krieger.

La sentencia: multa de 500 dólares y seis meses de trabajos forzados. Una condena que nunca cumplió ya que sus abogados apelaron y la nueva vista no pudo celebrarse puesto que el músico ya había sido encontrado muerto en la bañera de su piso en París en 1971 a la edad de 27 años.

El martes el gobernador de Florida, Charlie Crist, dijo que presentará oficialmente el nombre de Morrison a la junta de indultos de su estado como candidato para ser perdonado por las dos condenas de la estrella de rock.

Crist dijo en una entrevista telefónica concedida a The New York Times :

"He decidido hacerlo simplemente porque creo que es lo que hay que hacer. En cierto modo parece una conclusión trágica que el legado en la vida de un joven sean esas condenas. Y ni siquiera estamos seguros de lo que realmente ocurrió. Cuanto más he leído sobre el caso y más me ha informado sobre ello, más convencido estoy de que tal vez se haya cometido aquí una injusticia".


Talvez tenha também tido importância na decisão do governador o facto de sair brevemente nos ecrãs um filme/documentário de Tom Dicillo: When you are strange , sobre The Doors e Jim Morrison no qual se conta de maneira muito fiel o que ocorreu na Florida na noite daquele concerto.

Algumas imagens deste documentário de Tom Dicillo, neste link:
http://whenyourestrangemovie.com/

Obras poéticas de Jim Morrison:

*The Lords and the New Creatures (1969)
*An American Prayer (1970) impresso particularmente por Western Lithographers. (existe uma edição não autorizada publicada em 1983, por Zeppelin Publishing Company.)

Outras publicações:
Wilderness: The Lost Writings Of Jim Morrison (1988)
The American Night: The Writings of Jim Morrison (1990)

2 comentários:

  1. Obrigado por este interessante artigo sobre Jim Morrison e The Doors. Embora esta seja uma de minhas bandas favoritas, nunca havia aprendido tanto sobre ela quanto hoje!!
    A propásito, também adorei o artigo sobre o Lou Reed.

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  2. Fico contente por lhe ter "ensinado" alguma coisa sobre os Doors e Jim Morrison e já agora Lou Reed!
    Obrigada por se ter dado ao trabalho de me escrever.
    Abraço

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