quinta-feira, 19 de setembro de 2019

A escritora inglesa, Beryl Bainbridge e o livro 'Winter Garden'


Ando sempre a falar de livros e por vezes penso -como alguns me dizem - se não será uma perda de tempo escrever... Para mim não é, porque creio que quem foi uma professora de Literatura, um dia, nunca deixará de querer "abrir" mundos, novos conhecimentos - e que coisa melhor do que os livros? 
Nos últimos tempos, fechei-me um pouco nas re-leituras dos livros e escritores preferidos desde sempre - mas isso não impede a curiosidade de livros novos. Dizemos mal dos romances "novos" mas só dando uma leitura podemos afirmá-lo com seriedade. 

Aqui deixo uma nova (velha) romancista que a minha filha Gui me aconselhou. Ela tem a mesma curiosidade do que eu pela descoberta dos livros mas também as suas preferências: os "insuperáveis" autores que cada um de nós ama ou amou mais do que todos os outros. 
É ela que me aconselha as novas leituras dos ingleses. Cheguei tarde à leitura de Beryl Bainbridge, mas mais vale tarde - porque ela vale a pena!  
Winter Garden (1980) é um livro muito interessante e muito bem escrito. Considerada umas das mais importantes escritoras inglesas vivas, Beryl Bainbridge escreveu mais de 17 romances, dois livros de viagens e cinco peças de teatro.
Nasceu em Liverpool em Novembro de 1934. Foi cinco vezes candidata ao 'Man Booker Prize'. 
 Em 1974, ganhou o ‘Guardian Fiction Prize’. E, em 1998, o conceituado ‘James Tait Black Memorial Prize’.
É uma história estranha esta do Jardim de Inverno - uma história que nos leva até Moscovo. 
Começa de um modo perfeito:
Uma manhã de inícios de Outubro, um homem chamado Ashburner, bem aconchegado num sobretudo preto e com uma pasta na mão, tenta abandonar o quarto de dormir no segundo andar de uma casa em Beaufort Street. Lá fora ainda estava escuro e ele acendeu a luz. Ali parado, incapaz de dar um passo em frente, ouve um ruído no filamento da lâmpada; ia apagar a qualquer momento (...). Disse: «Tens a certeza de que não precisas de nada?»
A mulher, com a cabeça nas almofadas, tentava manter olhos abertos. Perguntou-lhe numa voz queixosa o que diabo queria ele dizer. (...) e acrescentou: «Despacha-te! Não queres perder o comboio, pois não?»  
***
Bem, a verdade é que ele não ia apanhar o comboio para ir à pesca na Escócia, ia sim apanhar o avião para Moscovo, integrado num grupo de artistas, convidado por Nina, uma loira com quem tinha uma relação recente, a sua primeira aventura em 26 anos de matrimónio.
Toda a acção é bem conduzida - vê-se que Beryl é escritora que tem segurança na criação dos caracteres, movimento na acção e domínio da língua inglesa.
Estou a ler Winter Garden divertida e curiosa, confesso. E penso ir procurar outros livros dela que, creio, me vão interessar. Tenciono lê-los, pois, e o próximo vai ser 'Girl in the Polka Dot Dress". Acho a capa muito feliz! Foi a Gui, claro, que mo encomendou há pouco.
O livro "Harriet said' vai ser a leitura seguinte  assim que tiver o livro.
“The Dressmaker” (A costureira), por exemplo, que é um drama, passado durante a II Guerra, em Inglaterra. Em 1988, o realizador Jim O’ Brien faz um filme sobre essa obra, com uma grande actriz do teatro britânico, Joan Plowright.
O romance "An Awfully Big Adventure" que, como os anteriores, tem uma grande parte de mistério, de horror e de humor, já foi adaptado para o cinema, por Mike Newell, um realizador bem conhecido - que fez "Quatro casamentos e um funeral" - os dois têm como actor principal, Hugh Grant.
***

“"Winter Garden" (Jardim de Inverno) foi publicado, em 1980, por Gerald Duckworth & Ltd; em 1991, pela Peguin Books, e, em 2003 (a edição em que leio o romance), por ABACUS.
Publicados em Portugal, descobri "Salve-se quem puder" e "A Conquista do Polo Sul (Capitão Scott)", pelas Publicações Europa-América, 2000. 
 No Brasil, "Cada um por si", pela Companhia das Letras.



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