A Torre de Babilónia, por Peter Brueghel, o velho
Perseguidos
pelos djihadistas do Exército Islâmico do Iraque e do Levante (o EIIL ou ISIS - Islamic State in Iraq and Syria que pretende instalar um "califado", abrangendo as regiões do Iraque e da Síria), os yazidies, minoria religiosa estão ser mortos porque considerados seguidores de heresia que os EILI consideram impura e politeísta.
o EIIL no Iraque, entrada em Bagdad
Primeiro foi a perseguição aos cristãos que fugiram em grande número para o Kurdistão.
Os Yazidis vivem no Iraque, pobre Iraque, de cultura milenária, devastado, pela cobiça de tantos! E morta, cheia de mortos e de lutas fratricidas, decadente, carente de tudo - menos de petróleo. Que uns, atrás de outros, vão cobiçando.
Exército Islâmico do Iraque e do Levante
De facto a religião dessa pequena minoria, num enclave perto do Kurdistão, é uma religião sincrética em que se unem preceitos
do islamismo e do cristianismo, aliado ao culto do sol, e a um código ético especial e à leitura dos textos sagrados.
O famoso código de Hamurabbi
o Tigre e o Eufrates
Na bela região cantada pelos antigos, entre o rio Tigre e o Eufrates, o sangue corre há muito. "Os rios que vão" de que fala a conhecida e bela redondilha de Camões...
"Sôbolos
rios que vão
Por
Babilónia, me achei,
Onde
sentado chorei
As
lembranças de Sião
E
quanto nela passei.
Ali,
o rio corrente
De
meus olhos foi manado;
E,
tudo bem comparado,
Babilónia
ao mal presente,
Sião
ao tempo passado."
Os yazidies que na maioria pertencem à etnia kurda acreditam numa “Cosmogonia
criada ainda na antiga Babilónia, a sua idiossincrasia está próxima do que se
chamou “mitraísmo” – praticado nas catacumbas do Baixo Império Romano.
Devotados ao culto do Sol, mantêm um estricto código ético que considera que o
bem não existe se o mal, seguem vários textos sagrados e protegem
cuidadosamente as suas manifestações espirituais." (in El Mundo online)
“Sempre respeitámos todas as
crenças. De facto com o tempo temos assimilado valores de diversas religiões,
especialmente o cristianismo e o islão...”, diz uma refugiada yazidi, a quem os kurdos deram asilo.
"Mais
de trezentas família" – contou um deputado iraquiano yasidi- "se encontram hoje encurraladas
nas aldeias de Koya, Hatimiya e Oaboshi: conversão ou morte."
Outros
foram já chacinados e fala-se de crianças degoladas, mulheres violadas, como
acontece nestes massacres "ideológicos" ( e não só, como diria o "outro", que não sabemos quem é...)
"Cerca de 500 enterrados vivos. Cerca de 300 mulheres foram reduzidas à escravidão."
Muitos fugiram para as montanhas onde continuam isolados e cercados de elementos do EI que têm indo conquistando todo o norte do Iraque.
"Cerca de 500 enterrados vivos. Cerca de 300 mulheres foram reduzidas à escravidão."
Muitos fugiram para as montanhas onde continuam isolados e cercados de elementos do EI que têm indo conquistando todo o norte do Iraque.
ao alto à esquerda, os Montes Sinjar
Fugiram da cidade de Sinjar e, longe, no alto das
montanhas de Sinjar, sequiosos, há 3 dias, muitos morreram de fome ou de insolação e poucas hipóteses têm de ser assistidos. Os telemóveis começam a ter
as baterias gastas.
Em breve ficarão esquecidos pelo mundo, como normalmente acontece?
As últimas notícias dizem que "desses 50.000 encurralados há dias nos Montes Sinjar, sob a ameça dos djihadistas (La Stampa) terão conseguido escapar 20.000, ajudados pelos kurdos que abriram um corredor na montanha, para fugirem.”
Em breve ficarão esquecidos pelo mundo, como normalmente acontece?
As últimas notícias dizem que "desses 50.000 encurralados há dias nos Montes Sinjar, sob a ameça dos djihadistas (La Stampa) terão conseguido escapar 20.000, ajudados pelos kurdos que abriram um corredor na montanha, para fugirem.”
Até quando este inferno? Este matança do homem pelo homem? Danos e desenganos, o "triste estado" da mudança, "o bem quão pouco que dura/o mal que depressa vem". Diz o poeta na belíssima redondilha "Sôbolos rios".
Até quando...
"Vi ao bem suceder mal
a porta de Babilónia, reconstituída no Museu de Berlim
Até quando...
"Vi ao bem suceder mal
E, ao mal, muito pior"?
Quem me dera que não fossem sempre "tristes palavras ao vento" as do homem justo e sábio, pessimista lúcido, que Camões foi!
(...)
"E
vi que todos os danos
Se
causavam das mudanças
E
as mudanças dos anos;
Onde
vi quantos enganos
Faz
o tempo às esperanças.
Ali
vi o maior bem
Quão
pouco espaço que dura;
O
mal que depressa vem,
E
quão triste estado tem
Quem
se fia da ventura.
Vi
aquilo que mais vale,
Que
então se entende melhor,
Quanto
mais perdido for;
Vi
ao bem suceder mal
E,
ao mal, muito pior.
E
vi com muito trabalho
Comprar
arrependimento.
Vi
nenhum contentamento,
E
vejo-me a mim, que espalho
Tristes
palavras ao vento."
(...)
http://pt.wikipedia.org/wiki/Estado_Isl%C3%A2mico_do_Iraque_e_do_Levante
AS imagens do Iraque e do EIIL foram retiradas da "net" e do jornal La Stampa
AS imagens do Iraque e do EIIL foram retiradas da "net" e do jornal La Stampa
Uma realidade bem triste. O século XXI ainda não se pode chamar o século da tolerância pois estamos exactamente na mesma...:(
ResponderEliminarBeijinho. :))
É muito triste!
ResponderEliminarNão adiantam as palavras para quem não sabe o que é o respeito pelos outros.
Um beijinho grande e uma boa semana :)
Bom trabalho MJ.
ResponderEliminarQuando se nasce entra-se num meio hostil, perigoso, mas a ação do homem, paradoxalmente, potencia e os perigos indefinidamente. Sem emenda continua a violentar, roubar e matar.