Morreu
a escritora afro-americana, Toni Morrison. Descendente de escravos, soube
sempre de onde vinha e nunca se preocupou em dizer o que realmente pensava do
mundo em que vivia e das conquistas que os afro-americanos teriam – ou não
conseguido.
Tony
Morrison nasceu em 18 de Fevereiro 1931, em Lorrain no Ohio, e passou a
infância no ghetto dessa pequena
cidade da siderurgia americana, próxima de Clevelland.
Conta-se
que, anos depois de receber o Prémio Nobel em 1993, esteve em Londres para
apresentar o seu último livro God save
the child, em 2015.
Em
entrevista ao diário The Telegraph, quando
lhe perguntaram se os tempos eram, hoje, diferentes no modo de encarar os
afro-americanos, respondeu:
“Quero
ver um polícia atirar sobre um miúdo branco indefeso. Quero ver um homem branco
ser preso por ter violado uma mulher negra. Só, então, se me perguntarem se
acabaram as distinções raciais, direi que sim.”
É
certo que viu ser eleito um presidente afro-americano, mas também é verdade
que, oito anos mais tarde, viu Donald Trump chegar à presidência dos Estados Unidos
e, com ele, o regresso de um racismo sem complexos.
E de ver “uma supremacia branca” ter poder e afirmar-se sem vergonha.
Figura
alta, porte imponente era uma guerreira, sabia de onde vinha e nunca se
preocupou em choca ou não com a sua “verdade”.
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