Falar
um pouco mais de San Francisco, antes de contar as aventuras dos amigos é talvez útil. Desta vez, foram comigo viajar e o que viram - o mesmo que eu vi - deixou-os impressionados.
Tantas ruas, umas sobem e outras descem, os autocarros eléctricos, os antigos eléctricos que todos vimos no filme do Hitchcock "Vertigo"! Flores, florestas, bairros, casas de madeira, bairros - um nunca acabar de coisas nunca vistas. E gente nova. Novos amigos
Falar
um pouco mais de San Francisco, antes de contar as aventuras dos amigos é talvez útil.
Porque San Francisco é uma cidade onde vi coisas positivas e a beleza e o amor à natureza. É a cidade onde existem mais parques, desde o Golden Gate Park, ao Presidio Park - e uma quantidade de árvores e de flores nas ruas que é surpreendente.
Porque San Francisco é uma cidade onde vi coisas positivas e a beleza e o amor à natureza. É a cidade onde existem mais parques, desde o Golden Gate Park, ao Presidio Park - e uma quantidade de árvores e de flores nas ruas que é surpreendente.
Talvez
essa natural beleza a torne especial. Quando pensamos começar a conhecê-la,
surgem as variações. De bairro para bairro, na escolha das casas, do tipo de estilos
e de cores. E de gentes e culturas!
Em
subidas e descidas, a perspectiva é sempre diferente. Descobrir subitamente uma
rua que desce quase a prumo e ver, lá ao fundo, brilhar o Oceano Pacífico, na Bay, em
cintilas prateadas, é uma emoção.
Na
sua diversidade e integração das diversidades, espécie de cidade sem
fronteiras, onde há convivência entre as pessoas, torna-se infinita, apesar de
nos parecer pequena de início. Há muitos mundos ali a viver – que não são constrangidos a viver todos do mesmo modo.
O
bairro mexicano da Misión Dolores, todo ele enfeitado com desenhos de cores fortes, os murais, os cheiros fortes das comidas. Com a sua população que se agita, conversa,
vive - nada tem a ver com a “Chinatown”.
Ou com o bairro hippie, de Haight-Ashbury, cheio de memórias do movimento dos "hippies" dos anos 60 que os amigos adoraram.
Ou o bairro Castro, com a
diversidade de gentes e escolhas de vida, bairro onde se situa o Centro da Gay
Pride.
Ou, então o mundo infinito da Chinatown!
Na enorme Chinatown há um pouco do mundo todo, muitas galerias de arte e até uma galeria de arte moderna israelita interessantíssima.
Devo dizer que é a segunda maior Chinatown, só ultrapassada pela de New York.
É uma “cidade dentro de outra cidade”, dizem, um bairro com grande número de asiáticos de várias origens, de mexicanos, com ruas onde as casas são pintadas de cores muito vivas, onde predomina o vermelho e o dourado. Há lanternas chinesas a cada canto, iluminadas à noite, e um mar de pessoas que se movem em todos os sentidos, completamente à vontade.
Ou com o bairro hippie, de Haight-Ashbury, cheio de memórias do movimento dos "hippies" dos anos 60 que os amigos adoraram.
janela em Haight-Ashbury
Ou, então o mundo infinito da Chinatown!
Na enorme Chinatown há um pouco do mundo todo, muitas galerias de arte e até uma galeria de arte moderna israelita interessantíssima.
Devo dizer que é a segunda maior Chinatown, só ultrapassada pela de New York.
É uma “cidade dentro de outra cidade”, dizem, um bairro com grande número de asiáticos de várias origens, de mexicanos, com ruas onde as casas são pintadas de cores muito vivas, onde predomina o vermelho e o dourado. Há lanternas chinesas a cada canto, iluminadas à noite, e um mar de pessoas que se movem em todos os sentidos, completamente à vontade.
E,
claro, este bairro não tem nada que ver com a Japontown,
Cidade do Japão, na zona da Fillmore
street, perto da Post Street a rua dos restaurantes japoneses. Onde sushis e
ramen são “autênticos” e o peixe fresquíssimo.
E, além de
supermercados e mercearias japonesas, há a bela Praça, um jardim, onde está o Pagode da Paz com cinco andares,
oferecido pela cidade de Osaka.
Rodeado de cerejeiras, como é de esperar, ali acontece o Festival Nacional das Cerejeiras que, em San Francisco florescem mais cedo.
Rodeado de cerejeiras, como é de esperar, ali acontece o Festival Nacional das Cerejeiras que, em San Francisco florescem mais cedo.
Também o Japan Centre, pequeno centro
comercial com tudo o que é japonês. Lojas, restaurantes e a pequena gelataria com gelados muito bons de
tangerina.
Aí,
a Gatinha Japonesa não resistiu e disse:
-
Como é bonito este centro. Da minha terra...
E
ficou a olhar, embasbacada, para os kimonos lindíssimos e as máscaras que estavam na montra,
perto da loja de gelados.
-
Tens razão por te sentires orgulhosa, disse o Ouricinho que parecia comovido.
Tão longe a tua terra.
Li
que, muito cedo – em 1860 - se instalara em San Francisco uma colónia de japoneses.
Não
muito longe, na Alamo Square, vamos
descobrir ao longe, na Steiner street,
as casas pintadas, The painted Ladies,
em estilo vitoriano, casas que, ao longe, parecem casas de brincar, em tons de
cor-de-rosa!
Este
bairro de casas baixas e cores suaves agradou ao Ouricinho, claro. O Ouricinho é suave como estas
cores e gosta de tudo o que é delicado e perfeito.
-
Viste as casinhas ? É o bairro das Pink
Ladies, disse-me a Gui.
Como
não se deixarem impressionar por San Francisco o Ratinho, o Ouricinho e a
Gatinha Japonesa?
Cada um gostou, em especial, mais “deste” ou “daquele” bairro, com a gatinha a puxar para a Cidade do Japão. O Ratinho, por sua vez, encantou-se com a Chinatown.
Cada um gostou, em especial, mais “deste” ou “daquele” bairro, com a gatinha a puxar para a Cidade do Japão. O Ratinho, por sua vez, encantou-se com a Chinatown.
-
Tanta gente da Ásia!, espantou-se logo.
O
Ratinho é sempre “politicamente correcto”, mas o Ouricinho não.
-
Tantos chineses, não é? Olha aquele, só lhe falta a trança atrás das costas.
-
E o leão de ouro à porta? Impressionante!
Uns amigos tinham-nos
levado a dar uma volta de carro e eles quiseram ir. Já andavam há muitos dias a
protestar que não saíam do bairro onde estávamos.
-
Parece que estamos presos! Só flores e flores! E florestas! E o resto? O mar
pacífico, as ruas cheias de hippies? Os barcos? E os italianos?
O bairro italiano é italiano mesmo, mas cosmopolita, conservando no entanto a qualidade das suas “pizzas”, os cheiros a orégãos, a basílico e todo o fascínio da comida e das lojas italianas.
O bairro italiano é italiano mesmo, mas cosmopolita, conservando no entanto a qualidade das suas “pizzas”, os cheiros a orégãos, a basílico e todo o fascínio da comida e das lojas italianas.
Logo
o Ratinho, irónico, a corroborar o que ele tinha dito:
- Ah, os "hippies"! Onde estão?
Os "hippies" andavam por perto e fomos ver o bairro deles!
Quando ouvi os desabafos deles, sorri para dentro, estava à espera que começassem os protestos. Para começar, tinham tido uma surpresa que lhes agradou muito: um novo amigo que a Gui encontrou numa viagem pela Clifornia..
Era um pequeno índio “navajo” que
tinha aparecido, trazido por alguém que não conhecia, e era para eles uma fonte
de conhecimentos enorme.
-
Estes é que são os nativos da América, não é? Estavam cá, antes de os outros
virem. Os índios...
O Ratinho sabe sempre mais do que os outros
dois.
-
Os “outros” quais? Era o Ouricinho, desconfiado. Como é que sabes isso?
-
Os americanos de cá! Sei porque li, gosto de me informar...
-
Então e os “navajos” porque não mandam eles?, perguntou-me.
-
Uma história muito longa, Ouricinho. Talvez o vosso amigo vos possa contar um
pouco.
-
Mas os filmes das guerras de índios e cowboys eram coisas inventadas, não
eram?, continuou o Ouricinho.
-Não...
Era
o amigo índio que falara. Ficámos a ouvir.
-
Mas então os índios de onde vieram?! E...
O
Ratinho interrompeu-o.
-
Não vieram de lado nenhum. Já cá estavam.
-
É uma história difícil de se contar, disse, pausadamente, o amigo índio navajo.
Se quiseres ouvir, eu conto o que sei.
-
Quero! Claro que quero! Todos queremos, não é?
Ouve
um murmúrio geral de “sim”.
-
São histórias antigas, esquecidas, empurradas para o fundo da memória, mas eu
sei que, nesta zona, nós vivíamos há mais de mil anos...
-
Mil anos? Isso é muito! E por que se foram embora?
O
Ouricinho queria saber tudo. O Ratinho que disse-lhe:
-
Não se foram embora. Correram com eles...
- Ah! Quem? Como?
O
índio continuou:
-
Viemos de todas as partes da América.
Alguns chegaram mesmo da Ásia, da Mongólia e da Sibéria. Atravessaram os Estreito de Bering à procura de caça
grossa.
Parou. Queria explicar melhor. -Nessa altura, os continentes estavam ligados por uma pequena faixa de terra. Vivíamos disso. Éramos caçadores e nós vivíamos da caça e da pesca e dos frutos da natureza.
-
Da Mongólia e da Sibéria? Ah! Por isso é que têm os olhos em bico!
-
Em bico, como é?
Agora que estava tão embalada e encantada com a leitura... acabou!
ResponderEliminarQue sortudo é o ouricinho e os seus amigos por poderem conhecer lugares e pessoas tão interessantes e com tanta história!
Agora é tempo de "descansarem" das férias!!
Ah, ah, ah! Pois, porque passear e viajar cansa!
Beijinhos.:))
As coisas que este ratinho sabe!
ResponderEliminarE o que ele já viajou! De fazer inveja a qualquer um!
Aguarda-se o próximo episódio!
Beijinhos e bom fim-de-semana:))
Ontem deixei aqui um comentário....será que não seguiu?...
ResponderEliminarBeijinhos:))
Isabel e Cláudia, vocês têm grande paciência para as minhas histórias...Obrigada! Vão-me animando a não parar. Vem aí, a seguir, a continuação! Tive que respirar, há cá muitos "ratinhos" em casa....beijinhos
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