domingo, 4 de agosto de 2019

SAN FRANCISCO!


OH! SAN FRANCISCO 
imagem da net (Lucy)

A vida é feita de ausências, encontros, desencontros e reencontros – quer se trate de pessoas, de lugares, de livros, de coisas. Todos sabemos.
Vem isto a propósito da minha ausência. Estive longe, ausente do que normalmente enche a minha vida - hábitos, obrigações, ritmos. Bem...e longe do meu "blog"!
 Habituei-me a ter este contacto num sítio meu mas que é público, com pessoas que têm a paciência de me acompanhar e que acreditam como eu nas utopias e na possibilidade de fazer alguma coisa para que a vida tenha algum sentido.

Considerando importante o encontro com pessoas de outros mundos - que trazem ideias, novos hábitos, novos conhecimentos.
Sítios onde a vida é outra, se vive de outro modo e muito se aprende – se quisermos. A minha viagem conduziu-me desta vez à costa oriental da América.
Comecei por 'andar para trás' oito horas. Parti num dia 25 e cheguei nesse mesmo dia,  quatro horas antes, depois de uma viagem de doze horas - que me levou a San Francisco! 
Aos lugares por onde andou John Steinbeck, Marc Twain e Henry Miller. 
E -last but not least- um dos meus escritores policiais preferidos, Raymond Chandler...

Vou falar um pouco do que vi em San Francisco, uma cidade enorme que no entanto parece envolver-nos numa atmosfera positiva e acolhedora em cada um dos seus diferentes “bairros”. 

Uma cidade de que recordo as flores nas ruas, os parques perto  - a floresta dentro da cidade!  A cor das casas de tons suaves e as árvores sem fim...



Com árvores altíssimas, variadas, em que cada bocadinho de árvore, cada ramo partido ou raízes sem tronco permanecem no seu lugar e são cobertas por outras plantas a que nós chamamos daninhas e que lhes voltam a dar vida. 

Trepadeiras de florinhas sem nome, ou de brincos de rainha, arbustos rasteiros, ali nada se perde nem destrói. A natureza é respeitada como nunca vi em nenhum lugar do mundo.

Levaram-me a dar muitas voltas, dias e dias seguidos e, apesar de ainda hoje não ter percebido a estrutura da cidade, vivi um pouco o ritmo de cada bairro. E perto, sempre, o mar. O Pacífico com o seu azul especial.
Não vou enumerá-los todos, apenas os que ficaram mais dentro de mim. 
Culturas diversas, cheiros diferentes: os "tacos" e os "burritos" no bairro mexicano, os "sushis" e "sashimis" e os gelados japoneses, no Parque do Japão.
Ou o cheiro das "pizzas" e do orégãos no bairro italiano. A comida coreana ou chinesa com a qualidade perfeita dos lugares habitados pelos próprios. 

De facto, é enorme a comunidade chinesa, muito razoáveis em número a coreana, japonesa ou italiana, imensa a mexicana. Por isso, os restaurantes têm de ser autênticos pois não se destinam "só" aos turistas...

Em primeiro lugar, o bairro que mais me "divertiu" foi o bairro The Haight, por se relacionar com um tempo "vivido" há muito tempo e que deixou na minha geração e nos mais novos uma marca: o movimento dos "hippies".

Quem se não lembra? Tudo o que por ai veio! Um movimento de revolta contra os valores tradicionais, contra o militarismo, o capitalismo e a massificação. Muitos jovens passaram a contestar a sociedade, o poder militar.
Aconteceu nos anos 60. Nessa década, muita gente jovem migraram de todas as partes dos Estados Unidos para San Francisco fazer uma verdadeira revolução no local. 
Uma geração que negava o nacionalismo americano e criticava a guerra no Vietname. Queriam uma vida comunitária livre, por vezes nómada. Defendiam o amor livre e o pacifismo. "Peace and love" era um dos slogans.
A juventude aproximou-se das religiões orientais, hinduísmo, budismo, a meditação. O aparecimento deste movimento foi antecedido pela geração dos "beatniks", a Beat Generation.
imagem da net

Em 1969, realizou-se o famoso festival musical -que ficou conhecido por Woodstock Music and Art Fair - numa quinta em Bethel, não muito longe de Nova Iorque. 
Nomes como Jimmy Hendrix, Janis Joplin ou Jerry Garcia - que encontrei num mural, como se estivessem vivos...
Nada disto é novidade, mas o interessante é ir encontrar todas essas recordações no bairro "The Haight". 
O bairro Haight- Ashbury é um bairro de San Francisco, situado na esquina das ruas  Haight e Ashbury - local ainda famoso por causa do movimento "hippie". 
É um dos bairros mais descontraídos da cidade, com lojas variadíssimas, com imagens ousadas e artigos nas montras que lembram esses anos. Blusões com alamares, blusões de couro, botas à cowboy...
Ainda mantém um certo ar boémio, com artigos de artesanato, livrarias boutiques de roupas usadas e o melhor - e maior - stand de músicas de todos os anos e tipos, em discos Vinyl ou CD. 
Com muitas actividades artísticas, cafés e um estilo de vida livre e anti-convencional. Ou provocatório...

E fico por este bairro, hoje. Até breve!

3 comentários:

  1. Na América é tudo em grande!
    Gostei deste primeiro episódio! Esperam-se os próximos!
    Já estava cheia de saudades dos seus post! :))

    Beijinhos e boa semana:))

    ResponderEliminar
  2. Váriados sítios de Europa, incluída a Russia, Marrocos, Israel, a Äfrica profunda e agora os USA através duma das suas cidades mais emblemáticas...
    Não sei que mundo te terá marcado mais! Um beijo grande, benvinda à vida "real e corrente".

    ResponderEliminar
  3. Maria João,
    Há o partir e o chegar. Ao que parece,vieram com a alma e os olhos repletos de beleza e novidades! De experiências novas! De muitas coisas para contar. Vieram mais ricos de vivências!
    Agora, vai levar o seu tempo a que a normalidade volte. Faz parte...
    Apesar de saber que estavam bem, é muito bom sabê-los de volta!
    Beijinhos.:))

    ResponderEliminar