segunda-feira, 30 de abril de 2012
A Famous Solo by Paul Gonsalves
Paul Gonsalves, (July 12, 1920 – May 15, 1974) was an American jazz tenor saxophonist best known for his association with Duke Ellington.
Born in Brockton, Massachusetts to Cape Verdean parents, Gonsalves' first instrument was the guitar, and as a child he was regularly asked to play Cape Verdean folk songs for his family.
At the 1956 Newport Jazz Festival, Gonsalves played a 27-chorus solo in the middle of Ellington's "Diminuendo and Crescendo in Blue".
That performance is credited with revitalizing Ellington's waning career in the 50's.
That performance is credited with revitalizing Ellington's waning career in the 50's.
sábado, 28 de abril de 2012
terça-feira, 24 de abril de 2012
ABRIL VOLTARÁ SEMPRE! FLORES PARA UMA REVOLUÇÃO...
"Salvar Abril", Henrique de Matos
Faz-me impressão pensar quantos jovens não sabem nos tempos que passam o que foi o 25 de Abril!
Porque nunca lhes falaram nisso?
É certo, muitos deles não foram “informados”...
Porque lhes parece longe de mais esse dia?
Nada do que é verdadeiramente importante tem tempo...
Para que foi afinal?, podem perguntar hoje.
Talvez muitos, face aos problemas que se lhes deparam na vida,
um futuro que não é futuro nem é nada, sem trabalho à vista, no desemprego,em fuga para o estrangeiro à procura do Eldorado que já não há, possam perguntar:
“Para estar tudo assim?”
Sim, compreendo alguma desilusão...
Talvez compreenda que nem queiram saber o que "isso do 25 de Abril" foi...
No entanto, é importante que saibam! A culpa desta desgraça de hoje não é desse dia...
Há dias ouvi uma amiga, a Elisabete, que me contou ter explicava à filha, estudante universitária:
“Tu tens de ir para a rua! Quem tem medo, compra um cão! Porque
se não fosse o 25 de Abril tu não tinhas chegado à Universidade! A tua avó, eu
mesma, lutámos por ti, pelo teu futuro! Agora é a tua vez de lutares! E de ires
lá!”
Conheço há muito tempo
a força desta jovem mulher decidida, sincera e corajosa.
Sorri e gostei de a ouvir.
Porque ela lutou toda a vida por condições melhores, avançou, conquistou um lugar digno, e não quer que volte tudo onde estava no 24 de Abril: quando só estudavam os filhos de pais ricos!
Porque ela lutou toda a vida por condições melhores, avançou, conquistou um lugar digno, e não quer que volte tudo onde estava no 24 de Abril: quando só estudavam os filhos de pais ricos!
Lutou para que todos os outros, pobres, menos pobres, tivessem regalias, mais direitos, do que os
pais e os avós tiveram!
Para que todos pudessem partir do mesmo ponto: crescer, poder estudar e
avançar.
Para que o analfabetismo brutal -que existia antes- fosse “apagado”!
Perdeu-se pelo caminho a chama frágil?
Não creio. Há sempre alguns que acreditam e continuam a
lutar.
Porque não se pode baixar os braços.
Muito menos agora.
Há quem queira voltar atrás? E esquecer de vez essa revolução “gentil”,
com cravos e sem sangue?!...
Claro que há. Logo no dia 26 de Abril
houve, e desde aí houve todos os dias quem quisesse voltar atrás. A força dessas
forças foi enorme durante estes anos todos.
Não julgo ninguém: o 25 de Abril foi feito para que todos pudessem ter a sua opinião: diferente e em liberdade!
Por mim, penso que, numa
sociedade, se deve devemos pensar no bem de todos – o que nem sempre é fácil.
Sobretudo numa sociedade (esta em que hoje vivemos) que criou
“necessidades” e que abafou esse sopro.
Há a força negativas ( e retrógrada!) do capitalismo selvagem trazido pelos anos da "férrea" Thatcher, na Europa, e pelo actor Ronald Reagan na América e nunca mais nada foi como
era...
Criando “a concorrência selvagem”, criaram terreno para a falta de escrúpulos, para a
ausência de solidariedade, a começar nos bancos dos liceus...
“Eu é que tenho que estar à frente e não tu!”, pensaram.
Muito se perdeu dos valores em que acreditávamos. Mas eles
continuam lá e o saldo continua positivo.
Hoje nada se respeita das “conquistas” e ideais, mas eles existem.
É só ir buscá-los onde estão: e lá vem a solidariedade, a igualdade, a fraternidade - que devem continuar a ser
valores!
E estiveram nesse dia do 25 de Abril de 1974.
E estiveram nesse dia do 25 de Abril de 1974.
Porque Abril volta sempre. Basta que chegue a Primavera...
E que se queira acreditar
outra vez!
“Mas há sempre uma candeia/dentro da própria desgraça/Há
sempre alguém que semeia/canções no tempo que passa...", diz Manuel Alegre.
E, ainda:
"Mesmo na noite mais triste
Em tempo de servidão
Há sempre alguém que resiste
Há sempre alguém que diz não.”
Não deixemos cair por terra e ser espezinhado o gesto
generoso dessa manhã de Abril!
Mário Soares, Vasco Lourenço e Otelo Saraiva de Carvalho
"Grândola, Vila Morena", canta Zeca Afonso: a canção que "acompanhou" o dia 25 de Abril de 1974.
Associação 25 de Abril:
"Tira os olhos do chão, vem ver a luz"!, canta Zeca Afonso - Menino do Bairro Negro
"Menino sem condição
Irmão de todos os nus
Tira os olhos do chão
Vem ver a luz...
Olha o sol que vem nascendo
Anda ver o mar.
Os meninos vão correndo
Ver o sol chegar..."
domingo, 22 de abril de 2012
Bom domingo! Onde nasceram os "blues"? Where the Blues were born in New Orleans diz-nos Louis Armstrong
Pois é, os Blues nasceram em New Orleans e quem -melhor do que Louis Amstrong- para nos falar disso?
Filme de que só conheço pedacinhos soltos e que nos mostra uma Dixieband em New Orleans, o grande Louis e a maravilhos Billie Holiday. Que lindo é o sorriso dela!
Eram amigos os dois, e, segundo se diz, Billie quis cantar como Louis tocava...
Ouçam e vejam!
sábado, 21 de abril de 2012
Ainda Miguel Hernandez e o poema "Vuelo" que um amigo me aconselhou
Aldo Zari
VUELO
Sólo quien ama vuela. Pero, ¿quién ama tanto
que sea como el pájaro más leve y fugitivo?
Hundiendo va este odio reinante todo cuanto
quisiera remontarse directamente vivo.
Amar ... Pero, ¿quién ama? Volar ... Pero, ¿quién vuela?
Conquistaré el azul ávido de plumaje,
pero el amor, abajo siempre, se desconsuela
de no encontrar las alas que da cierto coraje.
Un ser ardiente, claro de deseos, alado,
quiso ascender, tener la libertad por nido.
Quiso olvidar que el hombre se aleja encadenado.
Donde faltaban plumas puso valor y olvido.
Iba tan alto a veces, que le resplandecía
sobre la piel el cielo, bajo la piel el ave.
Ser que te confundiste con una alondra un día,
te desplomaste otro como el granizo grave.
Ya sabes que las vidas de los demás son losas
con que tapiarte: cárceles con que tragar la tuya.
Pasa, vida, entre cuerpos, entre rejas hermosas.
A través de las rejas, libre la sangre afluya.
Triste instrumento alegre de vestir; apremiante
tubo de apetecer y respirar el fuego.
Espada devorada por el uso constante.
Cuerpo en cuyo horizonte cerrado me despliego.
No volarás. No puedes volar, cuerpo que vagas
por estas galerías donde el aire es mi nudo.
Por más que te debatas en ascender, naufragas.
No clamarás. El campo sigue desierto y mudo.
Los brazos no aletean. Son acaso una cola
que el corazón quisiera lanzar al firmamento.
La sangre se entristece de debatirse sola.
Los ojos vuelven tristes de mal conocimiento.
Cada ciudad, dormida, despierta loca, exhala
un silencio de cárcel, de sueño que arde y llueve
como un élitro ronco de no poder ser ala.
El hombre yace. El cielo se eleva. El aire mueve.
O amigo é José Manuel Romana e vive na Guarda.
O quadro que escolhi de Aldo Zari lembrou-me sempre "um voo" à procura de qualquer coisa.
Amar...
"Amar ... Pero, ¿quién ama? Volar ... Pero, ¿quién vuela?"
Será, apenas, "um voo cego ao nada", como dizia o poeta Reinaldo Ferreira?
Voar...Voar, sim, ser de tal modo um "ser ardente":
"que le resplandecía/ sobre la piel el cielo, bajo la piel el ave.
Querer! Ser!
"Un ser ardiente, claro de deseos, alado,
quiso ascender, tener la libertad por nido.
Quiso olvidar que el hombre se aleja encadenado.
Donde faltaban plumas puso valor y olvido."
sexta-feira, 20 de abril de 2012
Falando do clarinetista Jimmy Hamilton que tocou com Duke Ellington
Jimmy Hamilton (à esquerda) e Harry Carney (direita) em 1946
Duke Ellington, 1943
Billie Holiday
Teddy Wilson, pianista
Jimmy Hamilton foi durante
25 anos (de 1943 a 1968) parceiro na Orquestra de Duke Ellington. Tocando clarinete
“cool vibrato-less tone”, chocou um pouco os ouvintes habituadoa ao som mais
quente da New Orleans de Barney Bigard.
Antes de tocar com
Ellington trabalhou com Lucky MIllinder e outros, como o Sexteto de Teddy
Wilson (de 1940 a 1942), gravando com Billie Holiday.
Depois de ter deixado a
Orquestra de Duke Ellington foi para as Ilhas Virgin onde ensinou música nas
escolas públicas.
quinta-feira, 19 de abril de 2012
Miguel Hernandez morreu há 70 anos
Para a minha amiga Maria, uma andaluza portuguesa, que ama a poesia de Miguel Hernandez
Múrcia, Praça da Catedral
Os pais eram pobres, tinham umas terrinhas e ovelhas e Miguel foi pastor dos rebanhos de seu pai.
Depressa se sentiu poeta, mas o pai desencorajou-o, a vida era
dura, como pensar em poesias?
Teimoso, consciente da sua verdade e da vocação
sincera que sentia, conseguiu com a ajuda de amigos e graças à sua memória fantástica ir estudando a Literatura Espanhola, saber da
Cultura, interessar-se pelo que lhe era à partida proibido.
Em 13 de Janeiro de 1930 sai o seu primeiro poema “Pastoril”,
no “Pueblo de Orihuela”.
Sijé (Ramón Marín
Gutierrez ), conhecido por Ramón Sijé, ajuda-o nesse seu desejo de cultura, foi o
seu mentor e amigo
mais velho.
E Miguel Hernandez continua a escrever os seus poemas.
Em 1931, passa os primeiros seis meses em Madrid.
Volta a Orihuela e apaixona-se. O noivado com Josefina Manresa é longo. Só casarão em 1937.
Em 1937, com a mulher, em Jaén, onde vão viver uns tempos
Em 1933, publica o primeiro livro “Perito em luas”.
Em 1934, nova estadia
em Madrid.
Desta vez conhece outros
escritores Pablo Neruda, Francisco Garcia Lorca e Vicente Aleixandre.
Aproxima-se ideologicamente destes poetas - próximos do Governo
Republicano- e das suas ideias socialistas.
Afasta-se de Orihuela, de Sijé e do seu catolicismo. Quando o
amigo vem a Madrid visitá-lo, percebem que um fosso os separa. Mas a amizade
perdura.
Em 1935, participa na Homenagem a Pablo Neruda o que lhe traz inimizades fortes e incompreensões.
Sijé não lhe perdoa o que considera uma traição.
Nesse ano, Ramón Sijé morre, com uma pneumonia, e Miguel Hernandez
sente-se culpado, sofre por se terem afastado, por não se terem visto.
E é então que escreve
a belíssima “Elegia” a ele dedicada.
"En Orihuela, su pueblo y el mío,/se me ha muerto como del rayo Ramón Sigeiro, / a quien tanto quería."
"En Orihuela, su pueblo y el mío,/se me ha muerto como del rayo Ramón Sigeiro, / a quien tanto quería."
“Yo quiero ser llorando
el hortelano
De latierra que ocupas
y estercolas,
Companero del alma, tan
temprano.
Alimentando lluvias,
caracolas
Y órganos mi dolor sin
instrumento
A las desalentadas
amapolas
daré tu corazón por
alimento.
tanto dolor se agupa en
mi costado
que por doler me duele
hasta el aliento.”
E mais:
(...)
“Temprano levanto la
muerte el vuelo,
temprano madrugo la
madrugada,
temprano está rodando
por el suelo.
No perdono a la muerte
enamorada,
No perdono a la vida desatenta,
No perdono a la tierra ni a la nada.”
Em 1936, a 18 de Julho, dá-se o golpe de estado fascista do Generalíssimo
Francisco Franco, a partir de Melilla, Norte de África.
Franco entra em Espanha pelo Sul.
Estala a Guerra Civil Espanhola. Que vai durar até 1939, e vai ser sangrenta. Com milhares de mortos de parte a parte.
Chegam a Espanha as Brigadas Internacionias que vêm em auxilio do Governo legal Republicano. Entre eles virá os escritores André Malraux, Hemingway e tantos outros.
Miguel Hernadez escolhera o seu campo: arrola-se nas Forças Combatentes Republicanas, no 5ª Regimento.
bandeira das Forças de Franco
Franco entra em Espanha pelo Sul.
Miguel Hernandez, em 1936, lendo os seus poemas
Miguel Hernandez, em 1936, na Radio
brigadas republicanas, 1936
Madrid, ruínas de um bunker, 1936
Alcazar de Toledo
Brigadas Internacionais, brigada polaca, 1936
Miguel Hernadez escolhera o seu campo: arrola-se nas Forças Combatentes Republicanas, no 5ª Regimento.
Conhece Rafael Alberti e Luis Cernuda. Durante a República
participa em vários encontros de intelectuais antifascistas. Faz parte dos
grupos ou “Missões” que procuram levar a cultura e a educação às zonas mais
desfavorecidas de Espanha.
baterias das Forças Republicanas
Miguel Hernamdez, em Moscovo~
Ruínas em Corbera, dos tempos da Batalha do Ebro
A guerra de Espanha continua um pouco mais.
Depois destas atitudes, sabe que corre perigo na Espanha franquista, mas não procura exilar-se por lá.
Acabada a Guerra, tenta refugiar-se na Embaixada do Chile sem sucesso. Tenta fugir mas é apanhado na fronteira portuguesa em Rosal da Fronteira: se de lá estava Franco, de cá estava Salazar, não havia muita escolha.
Acabada a Guerra, tenta refugiar-se na Embaixada do Chile sem sucesso. Tenta fugir mas é apanhado na fronteira portuguesa em Rosal da Fronteira: se de lá estava Franco, de cá estava Salazar, não havia muita escolha.
É preso, libertado com pena suspensa.
Mas em Setembro de 1939 é denunciado por um oriolano quando
volta à terra a visitar os pais de Sijé e é preso outra vez. Desta vez é levado para a prisão de Torena em
Madrid.
Fez há pouco 70 anos que morreu...
“A las desalentadas
amapolas/ daré tu corazón por alimento”...
NOTA: Óptimo site sobre Miguel Hernandez: "enorihuela" de onde retirei a maior parte das fotografias que usei, a quem muito agradeço.
Mais informações úteis:
http://www.poetryfoundation.org/bio/miguel-hernandez
E sobre a Guerra de Espanha:
Elegía a Ramon Sijé, de Miguel Hernandez, cantada por Joan Manuel Serrat
Elegía
En Origuela, su
pueblo y el mío,
se me ha muerto como del rayo Ramón Sigeiro,
a quien tanto quería.
se me ha muerto como del rayo Ramón Sigeiro,
a quien tanto quería.
Yo quiero ser
llorando el ortelano
de la tierra que ocupas y estercolas
compañero del alma, tan temprano.
de la tierra que ocupas y estercolas
compañero del alma, tan temprano.
Alimentando
lluvias, caracolas
y organos mi dolor sin instrumento
a las desalentadas amapolas.
y organos mi dolor sin instrumento
a las desalentadas amapolas.
Daré tu corazón por
alimento.
Tanto dolor se agrupa en mi costado,
que por doler me duele hasta el aliento.
Tanto dolor se agrupa en mi costado,
que por doler me duele hasta el aliento.
Un manotazo duro,
un golpe helado,
un hachazo invisible y homicida,
un empujón brutal, te ha derrivado.
un hachazo invisible y homicida,
un empujón brutal, te ha derrivado.
No hay extensión
más grande que mi herida,
lloro mi desventura en sus conjuntos
y siento más tu muerte que mi vida.
lloro mi desventura en sus conjuntos
y siento más tu muerte que mi vida.
Ando sobre
rastrojos de difuntos
y sin calor de nadie y sin consuelo,
voy de mi corazón a mis asuntos.
y sin calor de nadie y sin consuelo,
voy de mi corazón a mis asuntos.
Temprano levantó la
muerte el vuelo,
temprano madrugó la madrugada,
temprano está rodando por el suelo.
temprano madrugó la madrugada,
temprano está rodando por el suelo.
No perdono a la
muerte enemorada,
no perdono a la vida desatenta,
no perdono a la tierra, ni a la nada.
no perdono a la vida desatenta,
no perdono a la tierra, ni a la nada.
En mis manos
levantó una tormenta,
de piedras rayos y hachas estridentes,
sedienta de catastrofes y hambrienta.
de piedras rayos y hachas estridentes,
sedienta de catastrofes y hambrienta.
Quiero escarbar la
tierra con los dientes,
quiero apartar la tierra parte a parte,
a dentalladas secas y calientes.
quiero apartar la tierra parte a parte,
a dentalladas secas y calientes.
Quiero minar la
tierra hasta encontrarte
y besarte la noble calavera
y desamordazarte y regresarte.
y besarte la noble calavera
y desamordazarte y regresarte.
Y volverás a mi
huerto y a mi higuera.
Por los altos andamios de las flores,
pajareará tu alma colmenera.
Por los altos andamios de las flores,
pajareará tu alma colmenera.
De angelicales
ceras y labores.
Volverás al arullo de las rejas,
de los enamorados labradores.
Volverás al arullo de las rejas,
de los enamorados labradores.
Alegrarás la sombra
de mis cejas
y tu sangre se irá a cada lado,
disputando tu novia en las abejas.
y tu sangre se irá a cada lado,
disputando tu novia en las abejas.
Tú corazón ya
terciopelo ajado,
llama a un campo de almedras espumosas,
mi avarisiosa voz de enamorado.
llama a un campo de almedras espumosas,
mi avarisiosa voz de enamorado.
A las aladas almas
de las rosas,
del almedro de nata te requiero,
que tenemos que hablar de muchas cosas...
del almedro de nata te requiero,
que tenemos que hablar de muchas cosas...
Compañero del alma,
compañero.
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