sábado, 29 de março de 2014

A tia Teresa e o "fandango"...


imagem do inglês James Murphy, "Fandango"

Vou rabiscando notas, em cadernos, caderninhos, papéis. E escrevo o que recordo, a pensar que talvez um dia -de repente- me apareça um livro escrito!imagem do inglês

Lembrei-me da tia Teresa, irmã da minha avó paterna. Era uma figura tão viva! A minha bisavó era uma espanhola da Estremadura - ou da Andaluzia. Viviam na Ribeira de Nisa, onde o meu pai nasceu.

O meu pai gostava de nos dizer que a nossa bisavó devia ser da Andaluzia. Porque ele gostava mais da Andaluzia, amava os seus poetas, e gostaria de pertencer, de algum modo, a essa região cheia de poesia e de tragédia. 

Outras vezes dizia que o avô dele era um almoxarife estremenho. O meu pai gostava de contar histórias diferentes! E sorria, enquanto as contava, talvez se risse da própria imaginação. 


A tia Teresa era viúva. Vejo-a nos vestidinhos pretos, um casaquinho e um lenço ao pescoço, preto também. Magrinha, tinha um grande sorriso sem dentes e uns olhos inteligentes. 

flores da Primavera (foto de R.A.M.)

Vinha do campo, cheirava a campo, trazia-nos as giestas e as estevas da Primavera. Penso que ela vinha sempre nessa estação do ano.

uma Primavera alentejana: barro de Estremoz

As mãos eram pequeninas e agitavam-se muito. Às vezes, com um lencinho bordado, limpava os lábios. 


buganvílias na minha varanda 

Contava histórias, talvez da Ribeira de Nisa, já não sei. De repente, punha-se a dançar o fandango. Não me esqueço do que nós gostávamos de a ver!

Passava-se tudo na cozinha, porque grande parte dos nossos divertimentos foram naquela cozinha. Ampla, com a sua janela sobre o quintal dos limoeiros do nosso vizinho e a lareira funda, que parecia encaixada na parede, com o fogão de lenha a brilhar cheio de dourados.

Era o mundo onde se realizava a imaginação, onde surgiam as novas brincadeiras combinadas depois do jantar,  quando acabássemos de ajudar a Florinda a limpar os pratos e a arrumar a cozinha. Quanto mais cedo nos despachássemos, mais cedo começava a brincadeira!

Ali, no ladrilho branco e vermelho, encostadas à lareira a fazer de palco, ensaiávamos as canções, os bailados, as representações e as poesias declamadas.

E ouvíamos, no rádio, os folhetins do momento. Naquele espaço, a Florinda ria e chorava com Os Fidalgos da Casa Mourisca e a Rosalina tremia de medo, muito nervosa, ao ouvir as peripécias do dramático romance, A Mulher de Branco, de Wilkie Collins.


A Florinda encostava a mesa do lado do fogão e ficava sentada, com a cabeça apoiada na mão e um sorriso desconfiado, sem saber se havia de rir. A Rosalina era ainda uma miúda e ria-se, um pouco nervosa, e batia as palmas connosco.

A tia Teresa olhava-nos com os seus olhos escuros, espertos e doces, que pareciam afundados nas órbitas, afastava uns cabelos que dançavam com ela, e chamava-nos para dançar.

- Venham!

As perninhas magras que não paravam e os sapatos pesados faziam-nos rir. Fantástico aquele sapateado, os pés a saltitar, ora um, ora outro, e o riso dela, enquanto um fiozinho de ouro lhe batia no pescoço ao ritmo da dança - encantava-nos.


A tia Teresa e eu (*) 


Ela puxava-nos, a rir, mas nós, inibidas, escondíamo-nos detrás do avental da Florinda e não queríamos dançar.

Penso que me envergonhava, porque fui sempre tímida, mas acho que ficava com pena de não ir saltar com ela. Os meus olhos não a largavam um minuto. Ia ou não ia? Apetecia-me tanto! E ficava a pensar:

“Por que não vou dançar?”

Ao mesmo tempo, era espanto o que sentíamos: uma senhora daquela idade - que para nós já era velha-, a dançar assim! 

Ficou-me na memória esta figura, de uma simpatia e uma alegria enormes, que nos trazia um mundo diferente! 


(*) Legenda da fotografia: A tia Teresa atrás, ao lado do meu pai, eu estou virada para ela. Ao lado dela a avó Branca, mãe da minha mãe; à frente, ao meu lado estão as primas Rosa Luís e Lita...



Sobre o Fandango, que pertence à cultura da Península Ibérica, e depois levado para o Brasil...
 leiam...


"Dança tradicional em toda a Península Ibérica, desde o século XVIII, o fandango mantém em todas as suas versões regionais algumascaracterísticas semelhantes em termos musicais, tais como o compasso ternário, tempo vivo e uma acentuação muito ritmada. 

Características que, de resto, são comuns a outro tipo de danças populares, tanto em Espanha, com malagueña, ou em Portugal, com o vira. Os instrumentos musicais utilizados são a harmónica, também chamada de"piano de cavalariça", e a gaita de beiços na Estremadura, enquanto que no Minho o fandango toca- se com a gaita de foles, as violas, clarinete, ferrinhos e pandeiro."



Pink Floyd - The Darkside of the Moon

É lindo o Dark Side of the Moon!



sexta-feira, 28 de março de 2014

Easy Rider, de Dennis Hopper e "Its Alright Ma (Im Only Bleeding)"




Há dias comprei o DVD do filme “Easy Rider” que nunca tinha visto - ou teria esquecido?-  e foi um choque. Como todos os choques, acabou por me fazer bem: agitou-me e a agitação move-nos sempre em frente, acho eu. 

É um filme duro, um filme triste: é um filme que faz pensar.

E pensar faz bem! Chega de ver mundos parados! Chega de olhar para o lado a fingir que não vemos. Chega de indiferença e de egocentrismo. Há outros mundos a compreender!


Um filme puro foi o que pensei. Aqueles três, perdidos pelas estradas da Califórnia descendo até ao Mississipi, à procura da liberdade e da América profunda.
Rio Mississipi

Passando junto ao Grande Canyon dos filmes de cowboys,  são quase personagens infantis, na sua alegria da descoberta. A meta deles é complicada: vão ver o Carnaval de Nova Orléans, na Louisiana. 

Billy (Dennis Hopper)- do nome famoso de Billy the Kid, Wyatt (Peter Fonda)- do nome de Earp Wyatt, o sheriff mais famoso do oeste e George Hanson (Jack Nicholson) - o advogado que bebe de mais...



Infelizmente, existe a intolerância que destroi as relações: há mundos estragados em todos os tempos e por toda a parte; há mundos decadentes; há mundos atrasados e ignorantes; há mundos que julgam e que condenam. 

Há mundos que matam os que são diferentes.

Eles querem ser livres! Lá vão, entre um charro e uma conversa, sem perceber que estão já condenados. No fim, dirá Jack Nicholson- George: “Lixámos tudo”. 

Por inconsciência talvez. Por honestidade e ingenuidade? talvez. Vão à procura de algo diferente do que viam. Querem paz, amor, não querem a guerra... 

E o que encontram?

Cedo "se percebe que não há sentido para nada, nem para tentar", "perdes-te e reencontras-te", como diz a canção ("It's all right, Ma, I'm only bleeding" - Tudo bem, Ma, estou apenas a sangrar).


Darkness at the break of noon/eclypses both of sun and moon/ to understand you know to soon/there’s no sense in trying”, canta Bob Dylan. 

"Percebe-se que se é apenas mais uma pessoa que chora".

"You discover that you’d be one more person crying
So don’t fear if you hear
a strange sound to your ear
It’s all right
Ma, I’m only sighing.(…) 

And all the rules
of the road have been lodged
It’s only people’s games that you got to dodge
And it’s all right, Ma, I can make it.

Thinking you’re the one
That can do what’s never be done
That can win what’s never be won
Meantime life outside goes on around you.
You lose yourself, you reappear
You suddenly find you got nothing to fear
Alone you stand with nobody near.

Although the masters make the rules
For the wise men and fools
I got nothing, Ma, to live up.

(…) And if my thought-dreams could been seen
They’d probably put my head in a guillotine
But its’ all right, Ma, It’s life, and love only.”

Canção da banda sonora do filme, tão bela como a Balada de Easy Rider, quase anunciar de uma tragédia que virá, inexorável.


imagens do movimento "hippie" anos 70




Porque o diferente, o que procura outros caminhos pode ser incómodo, porque o diferente é para muitos insuportável porque põe  em questão as suas certezas que são a sua segurança. Ser-se livre é um desafio perigoso frente a essa gente, feita de intolerância e prepotência.
depois do encontro na cadeia...


História banal dos anos 70, dos tempos do “peace and love”, do festival Woodstock, do movimento dos hippies? Muito mais!




Dois amigos decidem partir, nas suas motos potentes, e  atravessar a América porque querem ir ver o Carnaval de New Orleans!

História de loucos, dirão. Não, história da curiosidade, da abertura, e da procura da liberdade a todo o preço, sem olhar às regras estabelecidas.

“Although the masters make the rules/For the wise men and fools/I got nothing, Ma, to live up.”


Cavalos Selvagens, de Mane-Katz

Vão para Sul, atravessam estradas e autoestradas infindáveis, terras arenosas, viajam paralelos ao Grande Canyon, passam por campos verdes onde cavalos selvagens andam soltos. Paisagem idílica por vezes. Assustadora na noite.


Simberg, Contos de Fadas, 1887

Param numa comunidade hippie,  e seguem outra vez, livres, à aventura, de cabelos ao vento, para o Sul.

Comunidade "hippie"

As motos vistosas, a maneira de vestir, os cabelos compridos de Billy (Dennis Hopper) a impassibilidade de Wyatt (Peter Fonda), com o seu “joint” sempre na boca, enervam os habitantes das terras por onde passam. 
Bob Dylan

Cabelos compridos? Vadios? Cadeia!

Na cadeia, encontram o 3º elemento do drama, o jovem advogado George Hanson (Jack Nicholson), filho de um senhor da terra, que tem o defeito de beber demais e vai, regularmente, parar à cadeia, onde é muito bem tratado porque paga sempre. E dão-lhe aspirinas para a ressaca inevitável do day after...

Desinteressado da vida que faz, decide ir com eles ver o Carnaval da Louisiana...

E lá continuam, dormindo à luz das estrelas, embrulhados nas mantas, fumam marijuana e riem-se de tudo.

Num restaurante à beira da estrada a recepção, com sheriff e vigilantes e populares, é agressiva.  Insultos, provocações que os levam a desistir de comer e a partir de novo. Nos hotéis, não os recebem, e são obrigados a acampar por ali.

Falando sobre as pessoas que encontraram, George diz: “No fundo eles têm medo de nós. Porque nós somos livres. Eles pregam a liberdade individual, mas não são livres. E não suportam a nossa liberdade.”

É como um aviso. Ou uma premonição. O subdesenvolvimento mental mata. O espírito retrógado é assassino. A intolerância tem de abater o que a contraria, o que é diferente, o que é verdadeiramente – e não hipocritamente- livre.



Billy, espírito mais simples, ingénuo, não entende: “Eles têm medo de nós?” pergunta, espantado, a rir-se. De facto, eles não fariam mal a uma mosca...

O advogado George tinha razão. Os “outros” não perdoam aos que são verdadeiramente livres. Nessa noite, enquanto dormem, um grupo, em “expedição punitiva”, espanca-os tão violentamente que George morre, ferido na cabeça.

Os sonhos acabaram? Decidem que vão continuar até New Orleans, porque seria o modo de homenagear George: ele queria que vissem o Carnaval, mesmo sem ele.

Em New Orleans, a ver o Carnaval...

A "balada" continua, mas o encanto quebrara-se. O carnaval pouco lhes interessou. Alheiam-se de tudo, e vão passar a noite no cemitério, pedrados, com duas prostitutas.
Na manhã seguinte, iniciam o regresso a casa. Mas o destino decidira que não iriam chegar a casa...


o escritor da "beat generation" Allen Ginsberg



Filme de 1969, na linha dos "road movie" (filmes que relatam uma viagem), escrito por Peter Fonda e Dennis Hopper e realizado por Dennis Hopper. 
o escritor Jack Kerouac

Considerado um filme da contracultura, ou cultura alternativa, ou underground, nos EU, cultura essa inspirada pela Beat Generation dos anos 50 - movimento de que participam os escritores Jack Kerouac, William Burroughs e Allen Ginsberg. 


o escritor William Burroughs

Este é o filme de uma geração de "utopias", um filme que fala das tensões de uma América de proporções enormes e de culturas diversas e da ascensão do movimento hippie e da sua queda. 
Wyatt Earp

Os nomes de Billy e Wyatt foram uma escolha intencional - decidida por Fonda e Hopper de  homenagem a Wyatt Earp e Billy the Kid, heróis americanos...
Billy The Kid




segunda-feira, 24 de março de 2014

Alentejo, a Primavera e o "cante" da terra...



Borboletas, de Odilon Redon


Trecho alentejano, Carlos Madeira

Sesta dos Ceifeiros, Dórdio Gomes




“Não era noite nem dia.
Eram campos campos campos
abertos num sonho quieto.
Eram cabeços redondos
de estevas adormecidas.
E barrancos entre encostas
cheias de azul e silêncio.
Silêncio que se derrama
pela terra escalavrada
e chega no horizonte
suando nuvens de sangue.
Era a hora do poente
quase noite quase dia...”

Manuel da Fonseca, Estradas


uma canção alentejana

o "cante" da terra...


ouvir o "cante" da terra em Borba e ver as fotografias de alguém que ama o Alentejo e o fixou.

COMEÇAR BEM A SEMANA! COM OS "COLDPLAY"!





Blue Room 1999



Coldplay é uma banda britânica de rock alternativo fundada em 1996 na Inglaterra pelo vocalista principal Chris Martin e o guitarrista Jonny Buckland no University College London...




domingo, 23 de março de 2014

E elas continuam a girar, a girar... "They Dance Alone" - Sting






E elas continuam a rodar...

Quem não recorda as mães da Plaza de Mayo, em Buenos Aires? Vinham, durante os anos da ditadura militar, todas as quintas-feiras, dançar de roda, em frente da Casa Rosada



Com uns lenços brancos na cabeça a simbolizar os filhos desaparecidos, a pureza dos ideais, a brancura das roupas das crianças.

Leio um artigo de Florence Noiville, enviada especial do Le Monde a Buenos Aires (21 de Março de 2014).

Tudo vem a propósito de o Salão do Livro de Paris ser, neste ano, dedicado a um país, a Argentina. E da recordação do inferno que ali se viveu.

As "mães de Mayo"continuam a girar sozinhas, numa dança sem fim, sem paz, de roda, de roda. Girando no sentido contrário dos ponteiros do relógio, como se quisessem fazer voltar o tempo para trás...
no passado

hoje...

O tempo passou, elas envelheceram mas continuam. 
É impossível fazer voltar o tempo para trás? É impossível conhecer finalmente o que se passou? Saber qual foi o fim dos “desaparecidos” de 1976 a 1983 (30.000)?

A Junta Militar, na Argentina

Sim, temos a democracia mas é ainda tão jovem...”, diz o secretário de estado da Cultura a Florence Noiville.

E um motorista de táxi desabafa: “Democracia, sim, no entanto elas continuam a dançar...”

imagens do Golpe de 1976

Apesar da ditadura militar ter acabado em 1983, o protesto ainda não acabou. 

E elas continuam a rodar...


Porque, nestes anos, pouco se fez e pouco se soube do destinos desses filhos raptados, ou presos, torturados e desaparecidos para sempre.

É surpreendente ver como a ditadura pesa ainda sobre a nossa vida quotidiana”, lamenta a jovem tradutora Eugenia Perez Alzueta, entrevistada. 

E mostra um recorte do jornal La Nación, com o título: “ A neta 110 reapareceu”... 

Porque ainda agora se procuram os filhos dos assassinados! Os testes ADN permitem identificar os pais. Essa menina, a "neta 110", quase com 30 anos, era filha de uma jovem de 19 anos que, em 26 de Agosto de 1976, desapareceu, para sempre, com o namorado. Estava grávida de 5 ou 6 meses.

Todos os dias a ditadura “volta” à memória dolorosa. A lembrança de jovens, rapazes e raparigas que lutavam contra um sistema mortífero, de desigualdade e de terror, nunca mais foram vistos. Há milhares de fotografias afixadas, a lembrá-los.




Há os campos de tortura e morte, como "Olimpo", situado num bairro da classe média argentina, onde de 1976 a 1979 foram torturadas e mortas cerca de 700 pessoas (sobreviveram 50) e que foi construído pelos próprios presos-escravos que erguiam o próprio túmulo...
livro de Pilar Calveiro sobre os desaparecidos

Eram torturados e mortos, eles e elas...

Pilar Calveiro, foi presa e torturada


"Para onde nos levam?", perguntávamos - conta um sobrevivente. E a resposta era:  “Vão para a névoa de parte nenhuma.” 

Há os "voos da morte" que partiam  do aero-parque de Buenos Aires e os corpos eram lançados do alto dos céus sobre a costa  da baía de Buenos Aires.


Um Fokker F28 utilizado para esses voos

Era frequente que as jovens mulheres grávidas, fossem levadas para locais distantes, mantidas em vida uns tempos, e, depois do parto, assassinadas.

As crianças eram confiadas pelos militares “a famílias sãs e não susceptíveis de serem contaminadas pelas ideias subversivas" dos pais biológicos mortos.


O poeta argentino Juan Gelman (nascido em 3 de Maio de 1930, em Buenos Aires), Prémio Cervantes 2007 – que o  Salão do Livro pretende homenagear este ano- morreu em 14 de Janeiro passado, no México onde se exilara. 

Durante mais de 23 anos procurara, em vão, a criança nascida da sua nora, Claudia, de 19 anos e do filho, Marcelo, de 20. Este fora logo morto, e enterrado num bloco de cimento, no início do Golpe Militar. 

A nora, María Claudia García, foram “levada” para o Uruguay, no quadro da operação Condor (o programa de “repressão sem fronteiras”), organizada por Pinochet, no Chile, abarcando os países dos ditadores da América do Sul do tempo: Bolívia, Paraguay etc. 

Claudia foi sequestrada em Buenos Aires, grávida, e levada para o Uruguay. A criança nasceu em território uruguaio. Quando a encontra, 23 anos mais tarde, ela tem já 20 anos. Fora adoptada por uma família de Montevideo...



Do poeta Juan Gelman, conto um pouco da sua vida: Filho de emigrantes judeus ucranianos na Argentina perdeu, durante a última ditadura argentina (1976-1983), o filho Marcelo, assassinado, e a nora María Claudia García. Juan Guelman vivia há muitos anos no México, exilado, onde faleceu em Janeiro.


"En el decenio que siguió a la crisis
se notó la declinación del coeficiente de ternura
en todos los países considerados
o sea
tu país
mi país
los países que crecían entre tu alma y mi alma
de repente duraban un instante(...)”


No suplemento do jornal Le Monde des Livres falam - e fala-se- escritores e poetas. 

A dor continua. A procura também. E o sentido para a vida é difícil de reencontrar!

Lembro, porque devemos lembrar! Para que nunca mais possa acontecer!

Lembram-se da bela canção de Sting? Aqui a deixo. Sempre bela, sempre verdadeira...



http://youtu.be/tDEnacuG3nY (versão em espanhol da canção de Sting)