Arrumando papéis, de há uns dias para cá: trabalho sempre
recomeçado e nunca findo!
Abrindo as caixas de cartão cheias dos restos do que foi a
minha vida de professora, surpreendo-me com o trabalho que significava preparar
as aulas (honestamente) e o tempo necessário para a “performance” desejada.
O que havia de planos
a escrever (que se procuravam seguir, nunca “à letra”, claro) sempre com
possíveis “fugas” ao programa por vezes limitativo, anquilosante ou, pelo menos,
redutor da liberdade.
Empurrando cada um para o seu "dom", nessa fuga, para o seu sonho?
Empurrando cada um para o seu "dom", nessa fuga, para o seu sonho?
Carta "ilustrada" que recebi no Natal 2012
A pintura, os livros fora do programa, os artistas, a música...
quadro de Ernesto Levy, "Mãos e livros"
Hoje, o professor não tem praticamente “tempo” para isso, em casa, porque está horas perdidas na escola, em reuniões, a fazer relatórios, a preencher fichas, a marcar as
faltas (agora há o computador que é tão teimoso por vezes!) dos alunos, a autoavaliar-se
ou a avaliar os outros colegas, ou à espera que falte um colega para o substituir...
Sem tempo para se dedicar a "estudar", caso a caso, a psicologia e os
problemas dos alunos. Para os conhecer e saber
de onde vêm, qual o background, quais as necessidades mais prementes, qual o apoio, qual a dificuldade.
Sem conhecimentos de pedagogia ou mesmo de didáctica, lançados que foram para
esse trabalho- que dantes ainda dava algum emprego a quem o não encontrava no
seu “campo” específico.
Rasgo os planos que fiz, deito fora os testes antigos, releio
a sorrir os meus “apontamentos” para a preparação das aulas.
Poesia trovadoresca, Camões, Garrett... Esquemas para
explicar o Romantismo, o Realismo, as Conferências do Casino, datas para tudo, chaves e chavetas para sintetizar, movimento para tentar interessar os olhares que se abriam para a vida.
Com dificuldade, uns, com curiosidade, outros, ou com
desinteresse também, absortos em pensamentos que os levavam para tão longe da
sala de aula...
E, de repente, a meio dos meus trabalhos, encontro uma caixa cheia de trabalhos dos meus alunos!
Tinham sido dois anos com duas turmas de Arte e Design fora do comum. Eu voltara de Itália, eles eram um grupo interessado pelas artes, as turmas tinham no máximo 20 alunos, ou menos: tudo se proporcionou para que o nosso relacionamento fosse diferente.
A tal caixa contém não só alguns trabalhos que não devolvi, porque ia partir para São Tomé e talvez tivesse vontade de os levar comigo...
E a correspondência que mantive durante anos com essa gente especial. Com quem ainda vou trocando cartas, sms, conversas ao telefone, ainda hoje. Mas muitos deles perdi-os de vista, como o Guilherme, que, durante anos e anos, me escreveu, de São Tomé a Israel, ou Marrocos. Ainda "comunicámos" quando voltei, desta vez já por emails. Casara, era feliz. Subitamente, desapareceu. Ninguém sabe dele.
A Marta, a Analena, a Patrícia, a Sandra, a Mariana, a Cátia, como as recordo bem!
E o Guilherme, o Carlos, o Miguel, o Rodrigo, os Daniéis, o Pedro (aliás, os Pedros!)...
O Sérgio -que morreu também muito novo num desastre de moto.
E os outros...
E a Giliana que foi para a Bélgica...
Numa carta para São Tomé, uma das minhas alunas - que hoje é uma arquitecta com projectos cheios de interesse- escreve-me e fala dela: tinham as duas 20 anos e a vida corria, bela.
A A. começara a Universidade; a Giliana fazia cadeiras do 12º, atrasadas. Ainda recebi um postal dela, nas férias de 1991, do Porto, onde a turma tinha organizado uma viagem de estudo.
"A Giliana está ainda cá, mas pensa ir estudar para Bruxelas no ano que vem. Tem lá a irmã e adora aquilo, mas não sei se será capaz de ir embora."
A Giliana foi embora. Viveu e estudou em Bruxelas. E um dia morreu, estupidamente jovem, com uma leucemia.
A carta continuava, entusiasmada:
"Faço 20 anos no próximo Abril!, quem diria!"
"Sei que fomos muito turbulentos, peço desculpa por mim e por eles. A nossa turma tinha uma energia muito incontrolada e desesperava os professores. O certo é que a professora nos soube deixar, se não a matéria de português, pelo menos uma coisa mais importante, muita amizade.
Mais uma vez estou a aproveitar a viagem de comboio para lhe escrever e são 7 da manhã, ainda está noite cerrada...
(...)
P.S. A fotografia é do dia 28 de Setembro de 1992. Cheguei a casa assim com estas pinturas. (...) como vê, professora, fui uma caloira muito sacrificada.!" (1)
O mínimo que posso fazer para lhes agradecer, é mostrar as coisas de que eles eram capazes!
Tenho pena de não ter guardado mais desenhos, ou ilustrações!
E, de repente, a meio dos meus trabalhos, encontro uma caixa cheia de trabalhos dos meus alunos!
a turma 18, 1990
Tinham sido dois anos com duas turmas de Arte e Design fora do comum. Eu voltara de Itália, eles eram um grupo interessado pelas artes, as turmas tinham no máximo 20 alunos, ou menos: tudo se proporcionou para que o nosso relacionamento fosse diferente.
correspondência
A tal caixa contém não só alguns trabalhos que não devolvi, porque ia partir para São Tomé e talvez tivesse vontade de os levar comigo...
E a correspondência que mantive durante anos com essa gente especial. Com quem ainda vou trocando cartas, sms, conversas ao telefone, ainda hoje. Mas muitos deles perdi-os de vista, como o Guilherme, que, durante anos e anos, me escreveu, de São Tomé a Israel, ou Marrocos. Ainda "comunicámos" quando voltei, desta vez já por emails. Casara, era feliz. Subitamente, desapareceu. Ninguém sabe dele.
a Marta
E o Guilherme, o Carlos, o Miguel, o Rodrigo, os Daniéis, o Pedro (aliás, os Pedros!)...
o Miguel
fotografia do Sérgio, na caderneta
O Sérgio -que morreu também muito novo num desastre de moto.
E os outros...
E a Giliana que foi para a Bélgica...
Numa carta para São Tomé, uma das minhas alunas - que hoje é uma arquitecta com projectos cheios de interesse- escreve-me e fala dela: tinham as duas 20 anos e a vida corria, bela.
o postal, com a Sé do Porto
o verso do postal
postal do Alain e outros
trabalho sobre Eça e o Realismo, do Miguel Q. que hoje viaja pelo mundo!
foto do Facebook dele...
A Giliana foi embora. Viveu e estudou em Bruxelas. E um dia morreu, estupidamente jovem, com uma leucemia.
A carta continuava, entusiasmada:
"Faço 20 anos no próximo Abril!, quem diria!"
(...)
"Perguntou pelo Rogério, foi a Giliana que soube dele, está bem e por outros caminhos. Lembra-se da Isabel? namora com o Pedro e acho que se estão a dar muito bem. Ele está a fazer algumas cadeiras no Liceu à noite."
a Giliana, na minha caderneta, 11º ano, turma 19
Mais uma vez estou a aproveitar a viagem de comboio para lhe escrever e são 7 da manhã, ainda está noite cerrada...
(...)
trabalho de um aluno (não assinado!) sobre Vincent Van Gogh
outro trabalho, infelizmente, sem nome
O mínimo que posso fazer para lhes agradecer, é mostrar as coisas de que eles eram capazes!
O pintor futurista russo, Kazimyr Malevitch
postal com desenho de Picasso, que me mandou o Guilherme
fotografando fotografias, Guilherme
o cavalo, do Guilherme
O Gauguin que mandou, com o cavalo, para São Tomé
fotografias de outro aluno, revelando aspectos de viagens (Carlos)
Queixando-se aqui de ter ido parar a uma turma "muito competitiva"
Carta/Composição (Natal de 2102)
Tenho pena de não ter guardado mais desenhos, ou ilustrações!
Carta/Composição de Carlos S.P. (que foi meu aluno, nesses anos)
Riquezas e entusiasmos de ontem e de hoje. Problemas de hoje, problemas de ontem...
Os alunos serão sempre iguais. Não aceito o pessimismo nem o
“saudosismo” inútil do “dantes era melhor!”
Os tempos é que eram outros e havia menos solicitações e mais TEMPO! E as turmas quando eram pequenas permitiam tantas outras coisas!
Os tempos é que eram outros e havia menos solicitações e mais TEMPO! E as turmas quando eram pequenas permitiam tantas outras coisas!
Não concordo com quem diz que os jovens são mais ignorantes hoje, ou mais impertinentes:
houve sempre alunos que não queriam aprender, para os quais estar nas aulas era
um suplício.
Havia de tudo dentro da mesma turma! Quantas vezes!
"despedida" da turma "M", que era bem turbolenta!
Houve sempre alunos insubordinados. Houve sempre alunos bons,
alunos maus.
fotografia do fotógrafo francês Doisneau
Café e internet?
Os de hoje são conhecedores de outras “realidades”, de outras
técnicas, sofrem de variadas teledependências, e mais ainda: são, para mim,
alunos-abandonados, sem pais com tempo para eles, sem apoios em casa, à deriva.
Mas os jovens esperam sempre um “click” para arrancarem. A afectividade é a porta de entrada, para nós professores, foi o que sempre pensei...
Com a enorme “penalização” hoje de não saberem para quê, visto que empregos no futuro não vão ter.
Com a enorme “penalização” hoje de não saberem para quê, visto que empregos no futuro não vão ter.
E já pensam, sem quase ainda começar, em ir embora. E se não pensam eles,
pensam os pais deles, sobrecarregados com a própria vida, desiludidos de tantas
esperanças.
Não acabava de contar os casos que conheço: a jovem
professora primária que limpa as escadas dos prédios; os licenciados em
Sociologia, ou em Psicologia que nos atendem nas caixas dos supermercados...
Ou os formados em Antropologia que são
guias turísticos. E mostram Marvão, por exemplo. Ou Castelo de Vide. Mas para isso, não precisavam do curso que seria para saber mais do Homem, das origens, cultura...
Portas do sonho fechadas uma a uma...
Mercearia de Lisboa
Portas do sonho fechadas uma a uma...
porta em Marvão
E quase sentem a "obrigação" de se considerarem felizes porque, pelo menos, eles têm um trabalho!
Inúmeros os casos dos
que nem isso têm. A desilusão deles e
dos pais não tem fim...
Outros realizaram os seus sonhos, seguiram a profissão que queriam, são inventivos como querem, "criam" o seu mundo, ancorados no mesmo sonho da adolescência e da juventude...
Outros realizaram os seus sonhos, seguiram a profissão que queriam, são inventivos como querem, "criam" o seu mundo, ancorados no mesmo sonho da adolescência e da juventude...
Composição (minha) com a Vitória de Samotrácia
...ou assim?
“Enfim, penso eu, estou livre disso! Não tenho que me
preocupar com o desemprego futuro dos meus alunos!”
Não impede que tenha muitas saudades desses tempos e...
preocupo-me à mesma!
(1) para saberem mais da Analena...
(1) para saberem mais da Analena...
Adorei tudo o que li e emocionei-me quando falou dos seus alunos que morreram. Vidas tão bonitas que desaparecem assim tão tragicamente por doenças terríveis ou acidentes estúpidos.
ResponderEliminarImagino a sua emoção a arrumar estes papéis e a recordar os seus alunos.
Dedicamo-nos e felizmente ficam raízes dessa dedicação, em muitos alunos. Marcas positivas que os ajudaram e ajudarão a ser melhores pessoas. É bom saber isso. A prova está nessas cartas e postais que lhe mandaram. Mesmo que com o tempo deixem de escrever, a vontade de o fazerem nos primeiros tempos de separação, deixa perceber como gostaram da professora e como os marcou. Sentem-se apoiados.
A Maria João é uma pessoa "linda" e deve ter sido uma professora que não se esquece. Competente e amiga dos seus alunos.
Adorei o seu post! Gostava de daqui por uns anos(infelizmente ainda muitos!) estar aposentada e ao arrumar os meus papéis sentir essa saudade que a Maria João sente.
Gosto muito dos meus alunos. Tenho uma turma de alunos que são crianças com muito bons princípios. Alguns deles hão-de ir longe naquilo que se propuserem fazer.
Gostei de ver ali um Ratinho Poeta que sempre vai metendo o seu narizito curioso em tudo.
Um beijinho grande Sª Professora que eu gostaria de ter tido!
Querida Isabel! Tu és professora e "amas" os teus alunos por isso me compreendeste tão bem.Obrigada!
EliminarComo professora, sei bem que são os afectos o essencial da nossa profissão, o click para descobrir a magia da poesia, o mistério dos textos, etc. Por isso me dói este desumanizar da escola que integro. E sim, os alunos são sempre o melhor deste processo! Deixem-nos amá-los, cuidar deles, e verão...
ResponderEliminarBeijinhos
Luísa
Sei que pensas o mesmo que eu!
EliminarGostei do teu grito sincero: "os alunos são sempre o melhor deste processo! Deixem-nos amá-los, cuidar deles, e verão..."
Beijinhos
Eu recordo com saudades alguns professores que gostei, durante o meu tempo universitário. Mas embora tentando sempre ter algum contacto com alguns tive sempre alguma "vergonha" em falar...nunca achei que devesse existir uma relação afectiva entre alunos e professores, se bem quem com alguns a tenha mantido.
ResponderEliminarBlackye, nem sempre é fácil a relação com os professores/ou alunos!
ResponderEliminarMas há momentos em que essa "empatia" existe e deve ser aproveitada para bem de quem aprende!Também para tornar mais fácil o trabalho a quem ensina...
abraço!
Maria João,
ResponderEliminarSão os afectos e a luzinha que ajudamos a acender que gratificam.
São as memórias, lindas como estas, as folhas infindáveis de papel com pequenos recortes que alimentam a alma.
São a troca de sorrisos, as cumplicidades que fazem o rio correr.
Corre, corre o rio, hoje, amanhã, ou ontem, num outro lugar as plantas que se criaram viram-se a sorrir.
Uns passam sem laços mas algo fica sempre.
Um cumprimento, uma carta, um e-mail, tudo faz parte de um puzzle que se vai construindo. Soltam-se os pássaros.
Os meninos que partiram cedo demais é um pesar.
Beijinho muito especial. :)
Maria João, por muitos anos que passem, existem recordações e vivências que jamais se esquecem.
ResponderEliminarIsso está bem vincado no que escreveu.
Quantas vezes dou comigo a recordar certos professores com saudade! Gostava muito de rever alguns deles. Outros, simplesmente passaram, sem deixar marca. Passado pouco tempo, nem o nome deles sabia!!
Os alunos sentem quando o professor exerce a sua profissão com gosto e dedicação. Quando se preocupa com o bom desempenho deles, quando se preocupa com cada aluno individualmente. Percebem quando o professor os respeita.
Todos estes aspectos marcam a diferença entre um bom e um mau professor.
Por vezes, mais importante do que debitar matéria, é estar com eles, valorizá-los, conquistá-los. O resto vem por acréscimo.
Curioso, pois ainda recentemente, tive esta conversa com alguém...
O aluno sentindo-se respeitado e admirado pelo professor, vai tentar agradar-lhe, estudando, aplicando-se nas aulas!
Ser professor, deve ser das profissões mais exigentes, mas em simultâneo mais bonitas que existem!
Deixo aqui, as suas próprias palavras:
"Reservada, contemplativa. Fui professora. Acho que quem o "é", de verdade, será para sempre professor. Ensinar é abrir espaços, mundos e os livros, a Arte, a beleza ajudam a aprender. Com os outros. Vou em frente sem olhar o passado, mas sem o esquecer. Acredito na Utopia, em todas as utopias...".
É bom recordar... e, mesmo mais silenciosos e até mais distantes geograficamente, certamente que esses alunos que referiu e muitos outros, guardam com igual carinho a recordação da professora Maria João!!
Um beijinho grande.:))
Querida Cláudia! Sei que me entende entendeu sempre, desque que nos conhecemos numbelo dia! Talvez cinzento como o de hoje, que ora chove, ora faz sol...
EliminarObrigada por acreditar nestas coisas. Gostei imenso do que diz:
"O aluno sentindo-se respeitado e admirado pelo professor, vai tentar agradar-lhe, estudando, aplicando-se nas aulas!"
Também acredito nisto! É imprescindível para a verdadeira comunicação seja com quem for, seja onde for: o respeito.
Tem toda a razão:
"Ser professor, deve ser das profissões mais exigentes, mas em simultâneo mais bonitas que existem!"
Para mim, foi uma maravilha!
beijinhos
Ser professor é, ou deve ser, um trabalho muito humano, como ser médico, por exemplo.É preocupante que agora esteja incluido entre as profissões com mais risco de "burning"! Continuará a haver sempre professoras maravilhosas como tu, e também alunos fantásticos, temos que acreditar num futuro melhorável, senão vamo-nos abaixo...
ResponderEliminarQuanto aos estudos universitários sem "saída", eu sou da opinião que todos os que queiram aprender realmente ( e só esses!), deveriam ter acesso aos estudos superiores, e logo poder ser o que quiserem, mesmo que seja bombeiro ou palhaço. Na Alemanha de há décadas, um taxista podia ser licenciado em psicologia, ou o leiteiro em Direito. Hoje é um grande país, civilizado, conscenciado com o meio ambiente e o aproveitamento da energia solar, as casas são envidraçadas, as torneiras poupam água, há um civismo que faz corar a um espanhol. Eu fui a Berlim não há muito tempo e fiquei maravilhada.
Os meus filhos são licenciados em Direito e não exercem como tal. Não é demasiado importante, já não causa frustração não trabalhar no que se estudou, a não ser que a vocação seja absoluta, e então nota-se, suponho, e luta-se por ser o melhor. As mentalidades estão a mudar em muitas coisas, eu não desgosto em linhas gerais, embora haja muita coisa melhorável, evidentemante.
É um tema complexo, melhor ficar por aqui e desejar-te bons sonhos, já que é quase hora de ir para a cama...
Beijos
Obrigada, Maria! Chegou, finalmente, este não voou. Como tu, também não penso que hoje é pior:é diferente, mudou e em certas coisas melhorou, outras há a melhorar. Muitas vezes me vejo a pensar: agora que as "saídas" são todas difíceis, ao menos podem voltar a escolher aquilo de que gostam e não, apenas, o "que está a dar"... E, depois, é tentar ser o melhor no que se escolher. Ou fazer o esforço para isso! beijinhos
EliminarAmiga, lí tudo muito feliz. És a mulher que sempre imaginamos, a que guardamos no nosso coração. És gigante e bela. É uma honra dividir esse espaço e as nossas lembranças com a sua imagem estupenda.
ResponderEliminarMeu anjo, não recebi seu e-mail, me mande para:
hpdmayle@gmail.com é o e-mail da clínica, então esse eu recebo.
muuuuiiiiitos beijos, sempre, com saudade.
Obrigada, mas é dimai para mim! beijinhos queridas amigas! Vou escrever para novo email...
EliminarLi este seu post na sequência da visita que fiz ao da sua linda boneca. Gostei imenso do que li e vi. A profissão 'Professor' deve ser muito gratificante sobretudo para o 'Mestre' porque tem o privilégio de acompanhar o crescimento físico e mental de uma criança e o seu despertar para a vida como se estivesse num jardim diariamente, cheio de árvores e flores a vê-las desabrochar e a crescer passo a passo, todas diferentes, todas iguais... Estabelecem-se laços muito estreitos de amizade e respeito com os alunos e vice-versa, de tal maneira que esses sentimentos podem perdurar no tempo por muitos e muitos anos, os anos de uma vida!
ResponderEliminarCompreendo a sensação que teve ao folhear tantos papéis antigos e com tantas lembranças dos seus ex-alunos. Tenho uma irmã também professora já aposentada e há tempos esteve a dar volta aos trabalhos dos seus alunos, que amontoou ao longo de muitos anos, com o intuito de os emoldurar e entregá-los a cada um deles. Procurou-os insistentemente um a um, para esse efeito e também para os rever, encontrou alguns, com grande alegria de ambas as partes, mas outros, não... Para mim, este acto de amor de uma professora pelos seus alunos, foi tão sublime que lhe prestei uma pequena homenagem muito simples mas muito merecida. Se tiver um bocadinho do seu tempo e que queira ler, é só pesquisar no Blogger : "Homenagem ao Menino Meigo" ou copiar este link: http://asminhascriatividades.blogspot.com/2011/11/homenagem-ao-menino-meigo.html.
Peço-lhe desculpa de lhe roubar este bocadinho, mas há tantas semelhanças entre este seu post e o que postei em 2011 que achei muito interessante mostrar-lhe.
Um beijinho e obrigada por ter partilhado com os seus Leitores este excelente post.
Obrigada! Vou já ler. Penso que todos os professores deviam sentir isto que eu e a sua irmã sentimos... Alguns não sentem, eu sei, porque vivem aprisionados em várias "dificuldades", mas outros jovens vejo-os "presos" ao fascínio que é ensinar e como diz muito bem: "acompanhar o crescimento físico e mental de uma criança e o seu despertar para a vida como se estivesse num jardim diariamente, cheio de árvores e flores a vê-las desabrochar e a crescer passo a passo, todas diferentes, todas iguais."
ResponderEliminarO segredo é esse...
Um beijo!
Querida Maria João ( permita-me que a trate assim),
ResponderEliminarAdorei este seu post. Li-o no dia em que o publicou, mas já não tive oportunidade de comentar.
Um post revelador de muita ternura e entrega à profissão amada. Todas estas memórias constituem um património afectivo absolutamente maravilhoso. É um orgulho ter vivido assim, com tanta entrega e dedicação. Um bem haja pelo afectos e conhecimentos que partilhou na sua vida de professora. Acredito que haja por aí bons cidadãos fruto deste empenhamento da Maria João. Tenho a certeza que os seus alunos não a esqueceram e que de vez em quando falam de si aos respectivos familiares e amigos.
O seu blogue é muito bonito. Tenho aprendido muito consigo. Um beijinho de agradecimento da minha parte também. :-)
Bem haja! :-)
OLá, Presépio (Sandra ou estou em erro???)!
EliminarObrigada pelo que me disse.Ao longo da minha vida quis dar de mim o que pudesse, pensando que isso podia ajudar os outros. Porque penso que muito pouco mais do que isto podemos fazer...
Guardei muitas amizades nesses alunos, nunca deixei de lhes escrever porque sei que essa flor precisa de muito amor!
tenho montanhas de cartas, de fotografias, postais que me foram "visitar" ao longo da minha viagem pelo mundo. Ajudaram-me, muito mesmo!
Não é para estar a retribuir o elogio, mas também gosto muito do seu blog! E pensar que está sobre o Canal (conheço Amsterdam) faz-me sorrir. Imagino-a por lá. Sei que não é fácil sempre. Conheci a separação e a distância durante muitos anos. ~´E doloroso, perde-se muito das pessoas que por cá ficaram. Um dia voltamos, e...onde estão??
UM beijinho e coragem!
Adorei ler cada frase e apreciar cada carta/obra dos teus alunos, tão carregados de afetos. E, sim, é verdade, alunos interessados, insubordinados, apáticos, sempre houve e sempre existirão. Também há, e cada vez mais, os carentes de afeto e que reclamam por atenção, negligenciada pelos pais, não por falta de amor, mas por falta de tempo e cansaço. Alunos tão carentes que, em cada aula, a única coisa que querem é um abraço e um sorriso. Tenho-os aos magotes, este ano. Chegam, abraçam-me, sentam-se, pouco fazem, falam, são repreendidos, reclamam, pedem desculpa, mas, quando saem, voltam a solicitar-me o tal abraço que, muitas vezes, não têm em casa..E nunca lhos recuso. Emociono-me. Emocionam-me. E o teu texto, maravilhoso e tão carregado de afetos, fizeram-me lembrar isso, que, no fim, o que conta são os momentos de encontro com o outro. Obrigada, Maria João. Amélia Mota
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