Em
busca
Ponho os olhos em mim,
como se olhasse um estranho,
E choro de me ver tão
outro, tão mudado…
Sem desvendar a
causa, o íntimo cuidado
Que sofro do meu mal
– o mal de que provenho.
Já não sou aquele Eu
do tempo que é passado,
Pastor das ilusões
perdi o meu rebanho,
Não sei do meu amor,
saúde não na tenho,
E a vida sem saúde é
um sofrer dobrado.
A minh’alma rasgou-ma
o trágico Desgosto
Nas silvas do
abandono, à hora do sol-posto,
Quando o azul começa
a diluir-se em astros…
E à beira do caminho,
até lá muito longe,
Como um mendigo só,
como um sombrio monge,
Anda o meu coração em
busca dos seus rastros…
(in Antologia de
Poetas Alentejanos)
Sobre José Duro:
Muito bonito o poema, embora muito triste. E gostei da foto.
ResponderEliminarUm beijinho:)
Gosto da sensibilidade profunda de José Duro, compreendo o seu sofrer, e para a época acho-o com um estilo bastante avançado. Também a flor é linda! Bjnho
ResponderEliminarMaria João, José Duro e o seu livro FEL, continuam a ter procura...
ResponderEliminarBonito poema!
Um beijinho.:))
~ Fiquei comovida quando li o poema, porém, pensei tratar-se de um idoso.
ResponderEliminar~ Sensível e digna lembrança recordar o poeta e dar-lhe vida no seu blogue.
~ Demasiado triste, uma morte tão precoce.
~ ~ Apreciei muito esta apresentação. ~ ~
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Poesia intemporal
ResponderEliminarBj