domingo, 7 de janeiro de 2018

Natal, viagens e regressos...

Voltei, por fim, das idas e vindas por aqui e por ali, Isabel. Os teus amigos agitaram-se, viajaram um pouco, adoraram, fizeram planos para mais outras mas …da última vez  deixei-os cá!
É simples, apesar de não ter desculpa à mesma. Na última viagem que foi até Guildford para passarmos o Natal o avião era cedíssimo. Ou não era assim tanto? Sei que alguém decidiu ir para o aeroporto de madrugada e, aí, o despertar foi às três da madrugada ou coisa no género.
Levantei-me estremunhada, e andei de olhos fechados quase, a acabar de fechar as malas, a prender os cadeados, a pôr umas fitinhas para reconhecer as malas. Tomei um café a correr e, toca!,  a chamar o táxi.

Confesso que chegámos lá quase três horas antes. O voo era, afinal, -só- às 7:20! Deixámos em casa várias coisas importantes (perguntem ao Manuel…) até o meu perfume preferido sem o qual não viajo e mais coisas preciosas, como são sempre aquelas de que nos esquecemos. 
Mas Guildford esperava-me e não me preocupei  porque ia para casa de alguém conhecido a quem não faltam ideias para resolver os problemas.
Foi já no avião mesmo que “ai de mim!” descobri que os amigos não tinham vindo connosco! Estavam a dormir e a dormir ficaram…
Como foi possível? Sono! O sono é a melhor vitamina para viver em paz e fazer as coisas como se deve. E imaginar coisas bonitas e positivas!
Não tenho desculpa, eu sei. Não espero que me compreendas, Isabel, mas correu assim desta vez.
Claro que já pedi desculpa aos amigos, já prometi e prometi.
- Como é que nos deixaste cá?, perguntou o Ratinho à chegada. E foi para o quarto, dignamente, sem me falar durante vários dias
- Como pudeste esquecer-te de nós?, foi a pergunta no olhar triste do Ouricinho.
E ainda:
- Era Natal! Levaste de viagem o anjinho que não tinha árvore de Natal e eu achei bem. Mas nós? Deixaste-nos sem árvore, sem presentes. Como esses meninos abandonados de quem estás sempre a falar.
- Andámos a inventar uma árvore de Natal para nós...
- Por favor, Ouricinho, desculpa-me.
- Eram todas feias... não tínhamos balões...
Abracei-o, mas para quê? Continuava de olhos tristes e chorosos.
E a Gatinha japonesa? Essa não disse nada. É uma menina especial que aceita que os outros possam ter destes esquecimentos imperdoáveis. 

A Gatinha encolheu os ombros e disse:
- Mas acabámos por ter um Natal bom. Com amigos... Quando queres, encontras sempre amigos.
Tinha muita razão! E todos me perdoaram no fim. Só eu é que não me perdoei. 
Agora, depois destes dias, já passou tudo. Já voltaram a vir cumprimentar-me de manhã...
Fiquei contente de ter deixado o anjinho sem árvore de Natal, na árvore de Guildford. Sei que vai ter boa companhia por lá.

Bom Ano Novo, amigos!

5 comentários:

  1. Ah!Ah!Ah! Isso é que foi madrugar!

    Coitadinhos dos amiguitos...é quase imperdoável! Mas pronto, agora está tudo bem e isso é que importa!

    Gostei tanto da história, mesmo que tenha sido uma história para contar um esquecimento quase imperdoável! (Lembrei-me do filme "Sozinho em casa" ).

    Beijinhos e boa semana. Gosto de a ver de volta, fazem falta os seus post:)

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    1. Aqui vieram os amigos visitar-te e eu também tinha asaudades de aqui vir...beijinho

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  2. Grata pela leitura dum texto amoroso e agradável.
    Beijinhos, MJ.
    ~~~

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  3. Maria João,
    Os amigos sempre perdoam... ou deveriam compreender, aceitar e perdoar!
    Imagino como os nosso amiguinhos ficaram quando viram que tinham sido deixados em casa e no NATAL!!
    Mas o importante é que a família está novamente reunida!
    E se vocês estavam bem... os amigos bem ficam, apesar das saudades!
    Um abraço apertado. Beijinhos.:))


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