Morreu
Dick Haskins – aliás, o português António Andrade Albuquerque que escrevia
romances policiais com esse pseudónimo.
Romances que, desde 1950,
passaram a ser publicados não só em Portugal por várias editoras, como também no estrangeiro onde tiveram fama. Traduzido em
mais de 30 países, era considerado o mais internacional dos escritores
portugueses.
Se tivesse publicado com outro nome teria tido o mesmo
sucesso? Talvez sim, ou talvez não.
Nasceu
em 11 de Setembro de 1929, em Lisboa, onde morreu na madrugada de 21 de Março. TTinha 88 anos.
Estudou
Medicina até publicar o seu primeiro romance – que escreveu aos 25 anos e que
se chamava O Sono da Morte.
O
livro chegou às livrarias em 1958. Foi nesse ano que o próprio autor criou uma
colecção Policial, a Enigma, na
Ática.
Desde
esse ano, foi publicado por várias editoras portuguesas, além da 'Enigma': a 'Dêagá', a 'Reverso', a 'Vampiro' e a 'XIS'. E a 'Asa'.
No
estrangeiro, publicaram-no editoras alemãs, australianas, nórdicas, britânicas,
americanas, irlandesas, italianas, sul-americanas e outras.
O
seu último livro saiu em 2016 e chama-se A Metáfora do Medo.
Fiquei
com curiosidade de o ler. Recordo o nome de Dick Haskins, que talvez tenha lido algum na Vampiro. Confesso que não o li muito, preferia os seus Mestres, Dshiell Hammett e Chandler –
grandes mestres da Literatura de todos os tempos, que me encantavam – e que ele
seguia de perto. Ou ler outros da
Vampiro como S.S. Van Dine, Erle Stanley Gardner, Hartley Howard - ou a inglesa Dorothy Sayers –
escritores dos quais a Colecção Vampiro publicou
variadíssimos títulos.
Outros
livros do autor: Labirinto, O Isqueiro de Oiro, O Espaço Vazio, 'O jantar é às oito.~
De
qualquer modo, presto homenagem ao “nosso” escritor policial mais conhecido no
mundo.
Engraçada
esta história que me contou, sobre ele, o meu amigo Inácio Steinhardt, judeu polaco, cuja
família fugiu para Portugal nos tempos das perseguições nazis, e aqui viveu. Um dia a família Steinhardt foi para
Israel, onde, muito mais tarde, os conheci muito bem.
Contou-me ele que, há muitos anos atrás, ia num eléctrico em Lisboa e encontrou um jovem judeu
holandês sentado a ler um livro de um autor inglês. Era um
Dick Haskins ‘traduzido’ em português – segundo julgou...
Perguntou-lhe
por que razão não lia o livro na versão original e ele explicou: “Este escritor é português mas tem um
pseudónimo inglês, talvez para vender melhor. E eu acho que a língua coloquial
se aprende nos livros policiais…”
No que tinha muita razão e, por isso, achei graça porque eu também aprendi o meu
francês coloquial com um escritor policial : o grande Georges Simenon, talvez por o ter inicialmente lido na Vampiro...
Lendo a infinidade de bons livros que escreveu na sua vida- e aprendendo!
Espero que muitos "estrangeiros" tenham aprendido o seu português coloquial com os livros do português Dick Haskins...
Espero que muitos "estrangeiros" tenham aprendido o seu português coloquial com os livros do português Dick Haskins...
Sobre a morte de Dick Haskins
Li muitos livros policiais na minha juventude, mas não me lembro de ter lido o "nosso" Dick Haskins. Se bem que lhe conheça o nome, não sabia que era português. Que vergonha não conhecermos o que é nosso!
ResponderEliminarGostei de saber.
Portugal esse desconhecido
ResponderEliminarBoa partilha
Nunca tive oportunidade de aprofundar este género...
ResponderEliminaroutros «valores mais altos» se levantavam, pensava eu...
Fez bem em homenageá-lo, gostei de ler e fiquei curiosa.
Abraço grande, MJ.
~~~~~~~~~
Muito se aprende por aqui...
ResponderEliminarAinda hei-de ler policiais!
Um beijinho, Maria João.:))
É bom saber que temos um escritor policial tão traduzido, mas é pena que certamente nem sabem que é português...
ResponderEliminarO nome não me é estranho e fui ver, nos meus poucos policiais, se tinha algum dele, mas não...
A Maria João sabe tanto!
Beijinhos:)
Lamento!
ResponderEliminarO meu Pai era um leitor habitual dele e herdei alguns dos seus livros. Nunca fui muito de ler policiais mas despertou-me a curiosidade.
Grata pela partilha.
Um abraço
Maria, Maria como eu, também sou Maria, que delícia de leitura, tão leve, tão rica de informações, de sentires... gostei de saber de Dick Haskins e do teu amigo judeu, mas gosto mesmo é de te ler.
ResponderEliminar