sábado, 16 de março de 2019

Mais uma aventura do Inspector Morse


O livro que vos trago é mais uma aventura do Inspector Morse e do Sargento Lewis. Comprei-o na livraria Ubik, em Trieste, porque nunca resisto a comprar um policial por onde quer que passe.
Intitula-se “Death is now my neighbour” (1996) na tradução italiana “La morte mi è vicina” (1).
O par inesquecível, que a série televisiva da BBC imortalizou, é chamado a investigar o assassínio de uma jovem mulher que parece não ter qualquer ligação a nada.
Apesar de se passar fora da universidade, o ambiente, caro ao autor, vai ser o da Universidade de Oxford. Os protagonistas são os professores candidatos, os que os apoiam ou detestam, e os que, de um modo ou de outro, com eles privaram ou interferiram, no passado.
De facto, Collin Dexter (1930-2017) volta ao seu “ambiente” preferido: a universidade de Oxford que conhece bem pois foi ali, durante mais de vinte anos, professor das disciplinas de Grego e de Enigmística (que, creio, não exista entre nós). Toda a vida trabalhou no campo da Educação  a sua cultura é vastíssima. Reforma-se em 1972, por surdez.
O velho Reitor não se quer recandidatar e têm de se realizar  eleições para o substituir. Há dois candidatos possíveis e logo surge, sub-reptícia, a contenda, o fingimento, os golpes baixos numa luta em que “vale tudo”.
Vão agitar-se as águas, aparentemente paradas, de Oxford e delas vão sair as “serpentes” escondidas da malevolência.
Depois da morte da jovem, outra morte acontece. Um assassínio idêntico com a mesma arma. Nada parece unir os dois mortos, a não ser viverem na mesma rua.
O Inspector Morse, envelhecido, sabendo-se doente de diabetes, de bebida sempre à mão, e o Sargento Lewis com um copo de sumo de laranja, a olhar para ele, preocupado por o ver beber.
A epígrafe do livro é uma frase de Aristófanes:
Traz-me depressa um jarro de vinho, para que eu afogue o espírito e diga algo sábio.”
Morse, o intelectual, o homem culto, o apreciador de Wagner, o introspectivo e melancólico inspector Morse, e Lewis, o paciente Lewis, o dedicado Lewis, com o seu sentido comum e da realidade reúnem-se para reflectirem juntos. E começa o desafio contra o Mal.
História bem contada como sempre, com imensas citações a propósito que revelam o saber de Collin Dexter e são um desafio para o leitor. Aconselho a leitura.

((1)  Sellerio Editore Palermo, 2018, uma óptima colecção policial
((2) 33 episódios, que passaram entre 1987 a 2000, com os actores britânicos, John Thaw e Kevin Watewly 

6 comentários:

  1. Há muito tempo que não leio um policial. Comprei há dias um de Gaston Leroux, da Colecção Vampiro (dos novos, que andam outra vez a ser editados), Mas ainda não o li. Conhece o autor?

    Beijinhos e continuação de bom fim-de-semana:))

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    1. Conheço, sim, Isabel e é um bom escritor francês com enigmas a decifrar! O Mistério do Quarto Amarelo é um dos mistérios mais indecifráveis que conheço! Beijinhos

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    2. Foi esse que comprei. Mas não gosto de ler livros em que as coisas não tenham a possibilidade de uma explicação. Mesmo que seja deixada em aberto, tem que ter uma explicação. senão não faz sentido. É uma coisa inventada, sem nexo. Não gosto.

      Beijnhos e um bom domingo:))

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  2. Gostei muito da série. Ainda não li nenhum dos livros

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  3. Saudações Mrs. Falcão e uma vez mais gratidão além mares pelas gentis palavras, apreço ao jazz e trazer a luz esse pelo escrito policial a qual me identifico muito por abraçar essa profissão ao longo de minha vida. Abraços do Mr. Butterfly

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