terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Ainda a arquitectura de Victor Horta, "vista" por uma italiana...


A propósito do meu “post” sobre Victor Horta, escreveu-me Dede Leoncides, italiana,  confessando que se interessava pelo mesmo assunto - A arquitectura Art Nouveau de Horta”- sobre o qual escrevera três “artigos” no seu interessante blog intitulado: “varie ed eventuali".
Casa Tassel (1893), o edifício "zero" da Arte Nova



Fui procurar e encontrei 3 posts muito completos e informados - por alguém que sabe de arquitectura.
Fala-nos com conhecimento honesto, tentando simplificar a apresentação do estilo Art Nouveau:

“O Art Nouveau dos franceses, definimo-lo nós (italianos, acrescento eu, pois a autora é italiana)  como Liberty Style (dos ingleses...) , na Alemanha é o Jugentstil, na Áustria Sezessionismo, mas é sempre a mesma “sopa” (com o devido respeito), um movimento artístico nascido em finais do século XIX que revolucionou simultaneamente a compreensão da arquitectura e das artes aplicadas, desde a joalharia à arte funerária. É o sucesso planetário das suas linhas ondulantes e sensuais.”

E cita Bruno Zevi, famoso arquitecto e Professor italiano:

Em termos culturais o movimento imensa importância: em pouco mais de cinco anos, libertou a vanguarda dos “revivals” estilísticos, plasmando e difundindo uma linguagem inédita que desde o seu exórdio assimilou os processos industriais na chave das suas finalidades expressivas.”


No seu primeiro “post” intitulado “Bruxelas, L’Art Nouveau de Victor Horta” (de 3 de Abril de 2012) fala sobretudo da "Casa Tassel" e da "Casa Solvay" (no fundo, os chamados "Hotéis particulares" que eram casas se gente com um certo bem-estar económico).


Casa Tassel (1893) é considerada o edifício “zero” de “l’Art Nouveau”.

E explica imensas coisas que eu desconhecia e que vos aconselho a ler.

E, ainda por cima, tem fotografias especiais porque “pessoais”!
 Penso que seria interessante irem ver. Deixo em baixo os links.

A Casa Horta foi construída pelo arquitecto para si e sua família ali viverem. Construída entre 1899 e 1901, é uma das casas reconhecidas pela UNESCO como património da humanidade”, escreve Dede.


 Depois da morte dele, tornou-se no Museu Victor Horta.

(Nota: o museu está aberto todos os dias, excepto às 2ªs feiras e feriados, das 14 às 17:30.)
armazém Vauquiez (D.L.)

Foto Dede L.

As fotografias deste segundo texto sobre Horta (de 5 de Abril) são  sobre a Casa-Museu Horta.
Foto Dede L.

Entre elas, é de notar o belo gradeamento que protege as janelas do rés-do-chão.
foto Dede L.

A estrutura metálica é deixada à vista, frente à protecção de madeira. Tudo é projectado minuciosamente e sob medida.” –refere a autora.
Refere ainda os armazéns que Horta construíra, como o Magazin Vauquiez de que deixo duas fotos do mesmo blog.


No terceiro post (também de 5 de Abril), falando da Casa  do Povo, construída entre 1896 e 1899, para o "Partido Operário Belga", diz:

 “Esta casa do Povo é considerada a verdadeira obra-prima de Horta. Situada na Praça Emile Vandervelde, uma pequena praça de formato redondo, Horta construiu um edifício muito articulado que englobava a função de reunir todas as actividades político-sindicais, comerciais e recreativas.”





Fotos de arquivo que encontrei no referido blog

“Esta casa do Povo é considerada a verdadeira obra-prima de Horta. Situada na Praça Emile Vandervelde, uma pequena praça de formato redondo, Horta construiu um edifício muito articulado que englobava a função de reunir todas as actividades político-sindicais, comerciais e recreativas.”

Casa do Povo
Refere outra vez  Bruno Zevi: 

“A estrutura volumática é arrojada, de um desafio que não tem paralelo nesta primeira idade do movimento moderno”.

Ignoro em que ano foi deitada abaixo a Casa  do Povo, sei que é horrível o edifício que o substituiu e que vem no post...
prédio que substuíu a "antiga" Casa do Povo

Na altura, muitas vozes se ergueram contra o “desastre” planeado e arquitectos  de todo o mundo (cito os italianos Paolo Portoghesi e o grande Professor de Arquitectura Bruno Zevi, entre outros nomes famosos) revoltaram-se contra tal projecto e deram a sua opinião tentando “opor-se” à decisão, mas foi inútil.

Resta-nos lamentar...
E fecho com "uma fechadura" ...de Horta!
E ficar com as maravilhosas imagens da arquitectura de Horta nos olhos. A beleza faz bem à alma!
trabalho de Victor Horta, nesta magnífica fechadura

P.S.  Recebi também um comentário de "Presépio do Canal" que me levou a percorrer este link que me enviara juntamente. Refere-se a "outro" exemplar  art nouveau, obra do catalão, Lluìs Domènech i Montaner, o "Palácio da Música Catalã", em Barcelona.





Links sobre l'Art Nouveau, vista por Dede 



8 comentários:

  1. Belíssimos exemplos de arquitectura. São lindos.

    Um beijinho

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    1. Ainda bem que gostaste! Para mim alguma desta arquitectura de Horta foi uma descoberta fantástica! beijinhos

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  2. Pisa só, no google: Imágenes de art nouveau en barcelona.
    Vais gostar. Gaudí partiu da arquitectura modernista catalã, muito conectada cojm a vanguarda de Paris, para construir o seu imenso universo artístico.
    Beijinhos

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    1. É essa parte que me falta! Conheço (de vista...) Gaudì e Domènech mas vou já procurar! Beijo

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    2. Não podes pretender saber tudo, Mujer!!
      Com a "art nouveau" da arquitectura em toda a Catalunha tens para um post espectacular.

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    3. Essa da "Mujer" adorei! É assim que a minha filha me diz para me ralhar!
      Tens razão, é um mundo o que desconhecemos. Ainda não perdi a esperança de ir à Catalunha ver essa beleza! Imensa curiosidade de ver Barcelona. Mas com a crise, se calhar tenho de esperar mais um pouco... Vou procurar no Google, se não arrisco-me a nunca ver!...
      Beijões!

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  3. Todo o post está muito bonito e elucidativo.
    Vou de seguida espreitar os links que indica.
    Gosto imenso de Art Nouveau.

    Beijinhos.:))

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    1. Faltam muitas coisas, e só me referi por alto a essa maravilha toda! Até a joalharia é lindíssima!beijinhos

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