domingo, 5 de julho de 2015

A vitória do "NÃO", hoje na Grécia


Grécia: fotografia do jornal La Stampa

Faço minhas as palavras de Manuel Poppe  que hoje escreve no seu blog “Sobre o risco”:

"A Grécia acaba de nos dar uma lição preciosa:
A vitória ampla do NÃO (61%) representa a vitória da DIGNIDADE,
A reivindicação da DEMOCRACIA,
A recusa da nova ESCRAVATURA,
A recusa  do NEO-LIBERALISMO.
Representa a luta pela dignidade humana, pela liberdade, igualdade e fraternidade.
A crise continua? Sim, e continuaria de qualquer modo enquanto o neo-liberalismo não for enterrado e a democracia social não for recuperada
A GRÉCIA HONRA A PRÓPRIA HISTÓRIA E REAFIRMA UM EXEMPLO.”

E acrescento um extracto da editorial de hoje do jornal Libération, assinada pelo director, Laurent Jauffrin, personalidade de grande isenção:

“E agora? Queremos rejeitar um povo que legitima a sua rebelião pelo seu sofrimento? 
Queremos destruir o longo sonho de uma Europa unida, um sonho que se arrasta há várias gerações,  a partir da guerra, de uma Europa reunida em torno dos valores humanistas, a qual tem um papel a desempenhar na cena mundial? 
Há outra saída para esta tragédia.”

E  para a crise da Europa também…


7 comentários:

  1. ~~~
    ~ Não participo do mesmo entusiasmo...
    ~ No auge do desespero, o povo do berço da democracia entregou o
    seu destino nas mãos de um partido que de democrata, não tem nada,
    ~ Radicais, nunca foram europeístas, nem pela união monetária.
    ~ No fundo, contam com o precário apoio da Rússia.

    Estou do lado do povo grego, pelo que, confrange-me a sua angústia.
    Quando já não há mais nada a perder, salve-se a dignidade, porém,
    a honra não enche os pratos de crianças e anciãos.

    ~ Penso que Tsipras não está empenhado no sucesso da maratona
    de difíceis negociações, pois não foi comedido no seu discurso, pelo
    contrário, eufórico, desafiou notoriamente as instituições europeias,
    demonstrando, assim, ser incapaz de diplomacia e consensos.
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    ~~~ Beijinhos. ~~~~~~~~~
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    1. Todos temos visões diferentes das coisas e isso é que faz a riqueza do mundo. Não concordo com a sua apreciação dos factos, Majo, nem do governo Grego. Infelizmente é o povo grego que paga e, como diz, nada disto põe pão nos pratos dos velhos e crianças. Só que esses pratos estão vazios há muito e a ulterior "camada" de austeridade que a Europa (UE) lhe queria impôr não melhoraria nada, muito pelo contrário!
      Acredito, pelo contrário, que Tsipras apesar do "desafio" que fez está consciente dos "perigos" - e não vai comprometer as negociações se elas forem possíveis. Mas parte agora de uma posição DIGNA, depois das humilhações sofridas antes. E isso conta muito não digo só para ele mas também para todo o povo grego!
      Beijinhos

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  2. Sempre seria melhor morrer de pé que viver de joelhos. Mas Tsipras é considerado um grande político ( será dos poucos que há agora mesmo), até pelo ex-rei Constantino, o que já tem o seu mérito!

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  3. Maria João,
    Também me congratulei com o "Não", com a coragem de um povo que sofre e que não se importa de enfrentar tudo e todos, mesmo que seja para continuar a sofrer.
    Tive pena da demissão do Varoufakis.
    Beijinho. :))

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  4. ~~~
    ~ A dívida dos gregos à indústria farmaceutica é de 1.1 mil milhões de euros,
    podendo o país ficar dependente de ajuda humanitária dentro pouco tempo.

    Por razões como esta - sendo indubitavelmente pró-Grécia - apenas achei
    excessiva a euforia, não a congratulação.

    ~~~~~ Abraço amigo. ~~~~~~~~~~~~~
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