quarta-feira, 30 de março de 2016

Charles Aznavour - A vida é uma canção!!


Charles Aznavour é uma voz que me acompanha desde sempre. Tinha um pequeno pick-up quando casei e ouvia-o horas seguidas. Como ouvia Piaf ou Mouloudji ou Patachou. Mais tarde veio a voz de Barbara e de Brel, e Moustaki. 

A canção francesa o ritmo, a letra sempre me inebriaram. Aprendi todas essas letras e cantava-as. Às vezes eram tristes e o Manuel, meu companheiro de sempre, não queria que eu as cantasse. Mas lembro-as todas ainda hoje. 
Foram companhia incomparável e ensinaram-me o francês que hoje sei bem – acompanhando as leituras de Simenon e do Comissário Maigret.





 Não os traí! Ainda hoje são uma presença que me levanta alma até ao tecto da casa. E canto, mesmo mal, porque já não tenho a minha voz desses tempos.
Bem, mas Charles Aznavour, conhecemos nós todos. Digo só um pouco mais. Nasceu em Paris, mas era filho de imigrantes arménios, que vieram da Geórgia (Akhaltsikhe), então Arménia. Os pais eram sobreviventes do genocídio armenio, em Esmirna.
Akhaltsikhe
Igreja de Saint-Etienne, Smyrne
Cáucaso

Chamaram-lhe Shahnour Varinag Aznavourian. Nasceu num dia 22 de Março de 1924, em Paris, em Saint-Germain dês Près...
Varinag Aznavourian com a mãe


O pai cantava em restaurantes, na zona de Saint-Germain des Près. 
https://youtu.be/M28GwjtXWCI?list=RDM28GwjtXWCI

Antes de ter criado o seu próprio restaurante de Cozinha do Cáucaso 
Dolma de  beringelas 

Vinham das Montanhas do Cáucaso que é imenso! A comida é a mesma dos lugares que rodeiam o Mar Cáspio: Azerbaijão, Geórgia e Arménia. 

'khinkali'

O pai apresenta-o no seu restaurante como cantor, ainda muito novo. Depois vai cantar em cabarets, no Moulin Rouge, em Pigalle.
Conheceu gente, outros cantores, alguns escritores. Em 1946, tem a sorte de encontrar Edith Piaf já conhecida. Ela ouviu-o, gostou das suas canções e levou-o na sua ‘tournée' por França e pelos Estados Unidos. 
Tiveram uma relação de grande amizade. Foi seu chauffeur, secretário e confidente. Em 1951, estava lançado.
Com Jean Cocteau
Foi muitas coisas na vida, a mais importante foi ser cantor, - mas também actor, compositor, activista e diplomata.

Escreveu mais de 1.200 canções. Extremamente popular  foi, no fim e ao cabo, o Frank Sinatra francês. 
Em 2009, foi nomeado embaixador da Arménia na Suíça, e igualmente é o delegado permanente da Arménia nas Nações Unidas, em Genebra.



Deux Guitares
Non je n’ai rien oublié
La mama
Hier encore
La Bohème
La bohème – Edith Piaf
Comme ils disent (chanson sur un ‘travesti’)
https://youtu.be/yILg7NTUfCQ

7 comentários:

  1. Mais um post delicioso de ler, incluindo ouvir as músicas.
    Obrigado e um abraço.

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  2. Também gosto muito dos cantores franceses!

    Mais um post enriquecedor:)

    Um beijinho grande:)

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  3. Julgo ter sido a canção Il faut savoir a primeira que ouvi
    de Aznavour. Depois ouvi todas as que ao longo de muitos anos,
    ele tem composto. E gosto muito de todas.
    Maigret é Simenon, e é também um prazer para sempre.
    Na verdade nunca estamos sozinhos nos gostos.

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  4. Ainda me lembro da primeira vez que ouvi Il Faut Savoir, tal foi a emoção!

    Il faut savoir quitter la table
    Lorsque l´amour est desservi,
    Sans s´accrocher l´air pitoyable
    Et partir sans faire de bruit......

    As "nossas" canções francesas eram maravilhosas, ainda as cantamos, claro está. Ainda hoje no douche cantei Jacques Brell...

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  5. A música francesa toca muito lá por casa e não consigo ouvir "La Bohéme" ou "La maman" sem correr uma lágrima tal a emoção que tais músicas despertam! Vê-lo nos canais franceses a cantar com a nova geração e o respeito que estes lhe mostram é outra emoção!

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  6. Parabens pela postagem. Ouço Aznavour desde muito novo e ouvi-lo me fez ter amor pelo idioma. For me formidable, Que c`est triste Venice, La Boheme sao inebriantes, mas Il Faut Savoir me paralisa. Grande abraço. Prometo revisitar esse blog genial.

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  7. Penso q sempre ouvi Aznavour, amooooooooooooo...belo post!!

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