sexta-feira, 24 de fevereiro de 2023

Relendo "O Príncipe com Orelhas de Burro" de José Régio

 

"As asas do desejo" de Wim Wenders e os outros mundos

José Régio era um poeta, sim, um dramaturgo, um ensaísta, um romancista, um novelista – mas era sobretudo um  “criador” de mundos!

  

Há um livro de Régio intitulado "Há mais mundos" -onde os títulos dos contos que o constituem são reveladores: Os Três Vingadores ou Nova História do Roberto do Diabo, O Fundo do Espelho, Os Três Reinos, Os Alicerces da Realidade ou os Paradoxos do Bem. Onde tudo pode ser outra coisa.

Há mais mundos, pois, e tudo o que não conseguimos explicar nos irrita”, escrevia Régio. E a que mundos nos leva?,  podemos perguntar: oníricos, irreais, para-científicos? Anjos ou Diabos? Histórias com almas do outro mundo? Pesadelos? Príncipes encantados?
 
Barbara Coleman DuBois, pintora americana

De tudo um pouco, até ao conto de que falo hoje onde um príncipe nasce com orelhas de burro. Um conto com uma profundidade inesperada para quem pensa ser uma história para crianças ou um mero conto de fadas.

 Chama-se "O Príncipe com orelhas de burro: uma história para crianças grandes" e saiu em 1942.
 Não, não é um conto de fadas, um conto fantástico daqueles em que os príncipes vivem aprisionados num corpo de pássaro azul ou a princesa Zoé que, pela sua maldade, se vê transformada em cãozinho.


É a história de um bebé, um príncipe, que nasce lindo como todos os meninos mas com umas minúsculas orelhas de burro. Tudo isto se passa no reino da Traslândia.

A Rainha, a mãe, chora desesperada, inconsolável. Fecha-se no seu silêncio e numa culpa que ignoramos e aceita o sofrimento. Havia um pacto selado com forças sobrenaturais, numa noite de temporal e só ela o sabia.

Edward Munch, A Mulher de Branco

O Rei arrepela os cabelos, esconde o choro no seu salão de veludo, e as aias da rainha e os conselheiros mais próximos são obrigados a ocultar esse drama. A Rainha esconde-se pelos jardins.

 
Mantém-se um segredo absoluto porque ninguém deve saber que o Príncipe nascera com um defeito assim. Primeiro, são as touquinhas de renda a tapar as orelhinhas, depois, os turbantes de seda e cetins coloridos que vão encobrir as tais orelhas de burro.
 
 
Boccioni

Os anos correm velozes, o Príncipe cresce e, quando à noite, desenrolava as faixas de seda, as orelhas saíam murchas e pareciam tão tristes como os olhos do Príncipe. E mais anos correm e um dia ...

 

Pintura pré-rafaelita 

Um belo dia o Príncipe apaixona-se por uma Princesa chamada Letícia. E aí começa - como sempre acontece nestes casos - um grande problema existencial e de insegurança.

 
Barbara Coleman DuBois

Era duma vez, no reino de Traslândia, um casal que não tinha filhos. Grande mágoa, suponho, dever ser não ter filhos um casal que se entende bem. E assim era nesse casal. 

Eis por que o marido começara de precocemente encanecer, entretendo seus ócios com aprender jogos chineses, coleccionar pássaros e armas brancas, estudar dialectos e outras futilidades semelhantes; 

e a mulher se tornava rabugenta, caprichosa, avarenta, fanática, histérica (tendo sido a própria imagem da alegria!) como se não houvera casado, e antes do tempo envelhecera de inutilidade e amargor”. E assim vai o autor contando a história. 

Eu não conto mais – digo só que vale a pena procurar o livro e saber o fim da história. Sem paralelo na nossa literatura, esta é uma obra invulgar. Poderemos dizer que a novela é uma alegoria em que a realidade narrada tem sentidos encobertos - referência a muitas coisas e sentimentos abstractos. 
Quadros políticos, o poder em geral, a ética, a justiça - sempre com a lucidez de moralista que conhecemos bem no poeta; retratos de vários tipos de humanidade; crítica velada a costumes, sátira – tudo misturados com a sua poesia. E a generosidade do amor.
 
"Anjo musicante", de Rosso Fiorentino

Como num microcosmos, que o autor “criou”, cheio das paixões humanas nos seus diversos modos e aparências, do desejo, do ódio, do medo, do anseio, Régio recolhe o resultado do que viu, observou e que procura revelar-nos.

***

(1)1ª edição: “História do Príncipe com Orelhas de Burro. História para crianças grandes”, Editorial Inquérito, Limitada, Colecção “os melhores romances dos melhores romancistas”, Lisboa, 1942

 2ª edição:O Príncipe com orelhas de burro. História para crianças grandes", Brasília Editora, Lisboa, 1946. A edição tem uma capa desenhada por Júlio, o poeta Saúl Dias, irmão de Régio.

Também edições da Portugália, da Guimarães e outras. Recentemente a novela foi publicada pela Imprensa Nacional-Casa da Moeda, no conjunto de “José Régio, Obra Completa”, edição cuidada por Eugénio Lisboa.

** Nos sites de livros em segunda mão, ‘on line’, encontrão algumas destas edições a bom preço.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2023

GIACOMO LEOPARDI E “O INFINITO"


Giacomo Leopardi nasceu em Itália em 1798 em Recanati na província das Marcas e morreu em Nápoles em 1837. (1)

 

Campos em redor de Recanati

Foi um dos maiores poetas e pensadores não só italianos mas também dos escritores europeus da idade moderna. Quando o descobri em Itália fiquei maravilhada. 

Os primeiros versos do poema "Ricordanze", vaghe stelle del'Orsa eram para mim insuperáveis de sonoridade e beleza, de musicalidade sugestiva quando os li. Todo os seus poemas estão reunidos nos Canti (2).

“Vaghe stelle dell’Orsa, io non credea

Tornare ancora per uso a contemplarvi

Sul paterno giardino scintillanti

E ragionare com voi dale finestre

Di questo albergo ove abitai fanciullo,

E delle gioie mie vidi la fine.” (*)

Como traduzir um estado de espírito de sentimentos confusos, das sugestões do que o poeta fala e do que sente ao contemplar as estrelas da Ursa Maior. E no momento de recordação de “uma outra vida passada e feliz”, a infância. É um encantamento de que nos é difícil libertarmo-nos.

De Leopardi escreveu Friederick Nietzsche: “Simplicidade! Não esquecer Leopardi que é talvez o maior estilista do nosso século.”

 
(1844-1900)

E Giuseppe Prezzolini (1888-1988), grande poeta italiano escreve: “A alma de Leopardi era nobilíssima, delicadíssima, a de uma criatura angélica, que procurava avidamente o desejo de um amor, de uma amizade.”

Cortesia do "Corriere della Sera"

Criança precoce, Leopardi começou aos seis anos a estudar os clássicos. De 1809 a 1816, portanto dos 11 aos 18 anos - durante “sete anos loucos de estudo” - amplia os conhecimentos gerais. 

Poeta, ensaísta, filólogo foi, além de personagem cultíssima, um dos maiores poetas italianos do seu tempo. 

Auto-didacta, dedica-se desde muito jovem ao estudo do Grego, Latim, Hebraico, Francês - e ao estudo  da Filologia. 

 

A sua erudição e as traduções do Grego e do Latim para italiano cedo impressionaram os homens de letras e filólogos do seu tempo. Eram consideradas “impecáveis" as suas traduções do Grego, sobretudo da Ilíada e da Odissseia, de Homero. Como também a tradução da Eneida de Virgílio.

Para falar de Giacomo Leopardi, as palavras usadas por outros autores são “genialidade”, “sensibilidade”, “nobreza de ânimo”. 

Ora essa alma gentil, com a sensibilidade à flor da pele tem, no corpo, um defeito visível: uma corcunda, causada por queda ou  escoliose - agravada pelas milhares de horas de leitura sentado em casa e nas bibliotecas. A sua saúde ressentiu-se gravemente dessa dedicação ao estudo. O problema físico fará isolar o poeta - ele que tanto amava a beleza e a perfeição e tanto procurava a convivência, o amor e a amizade.

 O pai, o conde Monaldo Leopardi, e a mãe, marquesa Adelaide Antici eram de família nobre que tinha dificuldades financeiras e destinam o filho à carreira eclesiástica. Giacomo, porém, recusou pois considerava-se um ateu.

Em 1822, o jovem foge de casa e vai viver para Roma em casa de uns tios. Roma desilude o poeta. Deixa a cidade e vai viver em Pisa e  em Florença. Impaciente, regressa a casa dos pais. Pouco tempo depois volta a ir viver para Florença.

  

Florença, Ponte sobre o Arno

Em Florença, apaixona-se por uma jovem que lhe recusa o amor. Será o tema do "Diário do primeiro amor" que escreve mais tarde. 

 

"A Janela", de Caspar David Friedric

 

Conhece naquela cidade Antonio Ranieri (1806-1888), que vai ser o seu único amigo. Ranieri, escritor e político napolitano que o admirava  e o protegeu até à morte. Fala-se de um possível interesse amoroso de Giacomo Leopardi por Antonio Ranieri - mais um amor não correspondido como todos os seus amores. Ranieri foi sim o amigo fiel e dedicado que o ajudou a morrer. (3)

Ranieri convida-o para a sua casa de Nápoles onde Leopardi viverá até à morte.  Morre em casa do único amigo que tivera durante a vida. A única pessoa que o acompanhou e lhe deu amizade e que depois da sua morte vai publicar na Librairie Monnier, em França, uns estudos sobre Leopardi 

e traduzir algumas das suas obras.

Um eterno descontente Giacomo Leopardi? Diria que era alguém com uma sede de algo de absoluto que não encontrará nunca.

Um poeta atento à realidade mas com as características sentimentais dos românticos: a subjectividade humana finíssima aliada ao pessimismo, à melancolia e ao cepticismo.

 

 Caspar David Friedrich, "O viajante"

Reconhecido - de Nietzsche a Beckett e tantos outros -  como uma das figuras-chave da Literatura Italiana do século XIX, é para muitos ainda hoje o poeta mais fino e sensível depois de Dante.

 Leopardi era ainda um estudioso da literatura e da filosofia clássicas e um leitor de livros em línguas clássicas e modernas. Tinha estudado muito e considerou-se um filósofo pessimista e desencantado. O Universo e a Natureza eram-lhe adversos, pensava. E o poeta era um solitário.  

“(...) A quem agrada ou a quem convém esta infelicíssima vida do Universo, conservada com o dano e com a morte de todas as coisas que o integram?”(4)

 Por vezes, as suas descrições de paisagens recordam as pinturas de um seu contemporâneo, o pintor alemão Caspar David Friedrich? Um dos mais importantes expoentes da pintura romântica do seu tempo. (5)
Árvores em fileiras, de Caspar Friedrich

As paisagens, com as árvores em fileiras alinhadas onde se esconde o infinito, a Natureza adversa, quase sinistra de certas árvores agressivas. Como não recordar certas paisagens e certos queixume de outros românticos?

O poema que aqui trago, “O Infinito”, é um dos  poemas mais famosos em que surge a ideia do "vago", do "indefinido", da "sugestão" de um mundo infinito pela nossa imaginação projectado no futuro. 

A obra “O Infinito” foi escrita em Recanati, entre a Primavera e o Outono de 1819.  Pertence aos seus primeiros poemas chamados de “idílios”, poemas gregos de um autor que traduzira, Teócrito. 

Leopardi traduziu algumas das suas líricas que conhecia bem -cuja peculiaridade é a de propor uma imagem pequena, restrita e limitada que no entanto indica algo muito maior e diverso. E longínquo. Eis o poema L'Infinito - que tentei traduzir o melhor que soube.

O Infinito

“Sempre me foi cara esta colina erma,

E a fileira de árvores que, de tantos lugares

Do limiar do horizonte, a vista impede.

Mas, sentando-me e olhando, intermináveis

Espaços para além dela, e sobre-humanos

Silêncios, e profundíssima calma

No pensamento finjo; e por pouco

O coração se não assusta. E como o vento que

Ouço soprar entre estas plantas, aquele

Infinito silêncio a esta voz

Vou comparando: e lembro a eternidade,

E as estações mortas, e a presente

E viva, e o som dela. Assim nesta

Imensidade se afoga o meu pensar;

E naufragar é-me doce neste mar.” (**)

 

Nesta composição -uma das mais célebres de Leopardi - podem encontrar-se  informações úteis sobre os temas que o poeta ama e de que falará – em especial a sua 'poética do indefinido e do vago'.

"E como a imensidade e o infinito seriam um para ele um mar onde se poderia afogar-se em paz."

A propósito destes termos vago ou indefinido, referi acima uma das suas mais belas poesias, Le Ricordanze, que começa com dois versos de grande beleza, e sonoridade inesquecível: “Vaghe stelle dell’Orsa", io non credea/Tornare ancora per uso a contemplarvi".

Lembra Petrarca, lembra Camões? Na melodia, talvez, sim. Mas Leopardi tem a sua imaginação – diferente e romântica. A de um momento vivido no passado, sim, mas que pela sugestão romântica da Natureza, está “virado para a imaginação do infinito”.

Caspar David Friedrich (1774-1880)

 

 Encontramos Leopardi, na “observação do horizonte, dificultada por uma sebe (que pode aqui ser uma fileira de árvores) no alto de uma colina”  que “impede uma visão total da paisagem e do horizonte” - mas que na imaginação sugestão do poeta numa composição cujo tema é,  paradoxalmente, “o infinito”.

Se repararmos, há uma imagem escondida, limitada, tapada da vista, mas que é, efectivamente, vista numa dimensão real e uma imagem ou, melhor, uma “sugestão” (“nel pensier si finge”) que o poeta “cria”, numa dimensão virtual e que lhe causa quase medo.

 "Zibaldone"

Em 1821, no ‘Zibaldone’ - o "caderno" companheiro da vida literária do poeta, o “notebook” onde apontava os seus pensamentos, filosofia, opiniões, críticas e onde também se referia aos seus escritos -explicando-os ou comentando-os - Leopardi falou do poema L'Infinito. E nada melhor do que ouvir o que poeta diz sobre o que pensa da própria obra.

 Das sensações que agradam pelo indefinido poderás ver o meu idílio no infinito e lembrar a ideia de um campo num grande declive de tal modo inclinado que a vista dessa lonjura não chegue ao vale, por causa daquela fileira de árvores -cujo final se perde de vista (...) 

As suas descrições da natureza sugerem-me sempre as paisagens de  Caspar David Friedrich nesta visão da Natureza agreste entre - ele Leopardi - entre o simbolismo e o idealismo.

(...) ou pelo comprimento dessa fileira ou por ela estar num declive (...) de modo que pareça elevar-se sozinha no horizonte, e que este não se veja, produz um contraste especialíssimo e sublimíssimo entre o infinito e o indefinido, etc, etc..”

No poema há um "dualismo" muito presente nos românticos - ónde se joga continuamente com o “confronto entre o limite e o ilimitado”.

 

Caspar David Friedrich, "A árvore dos corvos"

“Lembro a eternidade,

E as estações mortas” 

( o passado morto que não quer lembrar)

E a estação presente

E viva, e o som dela”  

(quer acreditar que vai ser feliz)

 
Antero de Quental (1842-1891)

Resta ainda referir as semelhanças entre os poetas Giacomo Leopardi e Antero de Quental e o que é muito interessante para nós, afirmam sobre a aproximação do pensamento e da poesia dos dois grandes poetas. 

Desde o século XIX que muitos estudiosos dos dois poetas começaram a descobrir parecenças. Sabia-se há muito que Antero de Quental era um admirador de Leopardi. Assim o afirmou, por exemplo, o escritor e crítico espanhol Miguel de Unamuno. (6)

Miguel de Unamuno, pintado por Zuloaga

Além de Unamuno, também Tommaso Cannizzaro (8) que se correspondia com Antero os considerava muito próximos. Mais recentemente, Antonio Tabuchi (9)defendeu essa aproximação temática entre os dois.

Tommaso Cannizzaro
Antonio Tabucchi (1943-2012)
 
Recentemente, em 1919, foi publicado um livro de Andrea Raguso (7) sobre o mesmo tema, intitulado “Como exilados de um Céu Distante” onde o autor afirma:

“(...) os dois poetas consideravam o primado absoluto da poesia e é a partir que se podem estabelecer as convergências com a literatura e o pensamento de Antero – quer na maneira de entender o poético, a sua significação social e as suas condições de existência.”

Deixo algumas "pistas" que podem ajudar a ler melhor Leopardi. Há muitos anos que não o lia e foi um prazer relê-lo. E continuarei a fazê-lo.

NOTA:

Apoiei-me na oitava edição da BUR, de 2015, Colecção Grandi Classici, com introdução e notas do Professor Franco Gavazzeni e de Maria Madalena Lombardi. É no fundo uma edição para estudiosos, ou estudantes, muito bem anotada e com explicações completas e de grande utilidade.

***

(1) Giacomo Leopardi nasceu em Itália em Recanati (nas Marcas) e morreu em Nápoles. Tinha 39 anos.

(2) “Canti”, editore BUR, primeira edição1988, Colecção Grandi Classici, Segui a 8ª edição de 2015 como já referi.

(3) Antonio Ranieri (1806-1888), que vai ser o seu único amigo. Ranieri, escritor e político napolitano e amigo dedicado que o ajuda, acompanha até à morte.

(4) in “Dialogo della Natura e di un Islandese”, incluído nas “Operette morali”.

(5) Caspar David Friedrich nasceu em 5 de Setembro de 1774 em Greifswald e morreu em 7 de Maio de 1840. Foi pintor, gravador, desenhador, escultor e grande paisagista alemão. É considerado o  mais puro exemplar da pintura romântica.

(6) Dom Miguel de Unamuno nasceu em Bilbau em 1964 e morreu em Salamanca em 1936. Foi ensaísta, romancista, dramaturgo e filósofo. E teve uma reacção muito crítica e forte contra o “franquismo”. Segundo afirma Antero de Quental era um admirador de Leopardi.
(7) Tommaso Cannizzaro escritor siciliano muito respeitado nasceu em Messina em 1838 e ali morreu em 1921. Manteve uma correspondência literária com Antero de Quental.  

(8)Antonio Tabucchi nasceu em Pisa em 1943, escritor e professor de Língua e Literatura Portuguesa na Universidade de Génova foi também director do Istituto Italiano di Cultura em Lisboa. Morreu em Lisboa em 2012.

(9) Existe desde 2019 o testemunho de Andrea Ragusa. Como exilados de um Céu Distante”, tese de licenciatura do autor na Universidade Nova de Lisboa, foi publicado na Editora Arranha-Céus

(ver nota 2) Edição da BUR de 2015, L' Infinito cap. XII.

                        Recordanze  (*)

              " Estrelas vagantes da Ursa, não pensava

Poder voltar ainda a contemplar-vos,

Cintilantes no jardim paterno,

E conversar convosco das janelas

Desta morada onde vivi criança

E onde perdi as minhas alegrias.” 

 

 (*) e (**) são traduções minhas...

https://www.portaldaliteratura.com/autores.php?autor=3454

https://pt.wikipedia.org/wiki/Giacomo_Leopardi

http://abysmo.pt/produto/como-exilados-de-um-ceu-distante/

 


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