Pouco sei da biografia desta pintora, Loredana Riavina. Sei apenas que é triestina e que fez o curso de pintura no Istituto Statale d’Arte di Trieste.
Começa
a fazer exposições nos anos 60. A partir daí participa em várias “mostras” - pessoais e colectivas - pela Itália
mas também na Eslovénia, Croácia, Áustria mas, sobretudo em Veneza e Trieste.
A curta nota biográfica no Catálogo da Exposição que vi em Trieste - O silêncio das coisas simples - refere que teria feito uma exposição, em 2017, num Café histórico de Trieste, o Caffè Stella Polare, frequentado por artistas e escritores triestinos e outros.
Local onde há muitos anos com o Manuel - talvez em 1989 - e apresentado pelo Professor de Literatura e escritor Claudio Magris - encontrámos uma figura extraordinária, o escritor e histórico de Trieste Giorgio Voghera.
Creio que foi através desse conhecimento que se manteve sempre viva a minha curiosidade por Trieste, cidade de cultura mittel-europeia, rica de origens judaicas e austro-húngaras.Em Trieste viveu Svevo e também o seu professor de inglês, James Joyce, fugido da Irlanda e vivendo por aqueles lados durante uns anos.
Nascida em Veneza onde estudou, Marianna Accerboni é arquitecta, cenógrafa e crítica de arte e apresenta muitas vezes “mostras” de carácter artístico - organizadas não só em Itália (Veneza, Florença ou Roma) como também na Bélgica, Reino Unido, Croácia, Montenegro e Áustria.
“Um sentimento delicado, sustentado por um contra-luz intenso e equilibrado, caracterizam a pintura de Riavini, pintora triestina, capaz de evocar num modo poético e vivaz o passado – para contar o presente e o futuro."
Confronto alguns dos quadros e a passagem do tempo e das estações delineia-se suavemente.
"O tempo narrado por Loredana nos seus quadros é um elemento fluido que reflecte hábitos, modos e modas de ontem – através do amor pelos elementos que enfeitam os lugares, os objectos essenciais usados pelas gentes do campo."
Como o sossego de "A espera" ou de "Um canto no coração", no perfume da alfazema sugerido apenas.
Sim, encantou-me essa escolha da leveza e do silêncio por parte da artista,
prendeu-me a cor e a ligeireza das formas como se um vento de saudade, eterno,
de repente cobrisse tudo.
Quando saímos da exposição a noite caíra sobre Trieste e a atmosfera enchera-se neblina e de silêncio. Voltávamos devagar para o Hotel da Via Diaz. Inesquecível Trieste com o seu céu nocturno azul cobalto.
(*)A Piazza, aberta sobre o Golfo, terá sido inspirada na nossa Praça do Comércio. Dá-nos a mesma sensação de abertura sobre o azul do céu e do mar com as escadas que descem sobre as água.
Gostei da pintora. Normalmente os meus gostos englobam autores, mais que quadros específicos: a "pincelada", cada um com a sua particular, e as cores, são decisivas para eu saber logo se gosto ou não gosto. Não sou experta em arte, claro, nem em nada...Levo "Chovia" para a minha agenda.
ResponderEliminarSei o que Trieste representa para ti e representava para o Manuel, que tal como tanto desejou, lá esteve contigo o último mes antes de adoecer. Ainda bem que assim foi.
Gostei imenso das pinturas e de conhecer a pintora que desconhecia.
ResponderEliminarBeijinhos e boa semana:))