quinta-feira, 25 de fevereiro de 2016

Graham Greene: os seus livros e os filmes que se fizeram...




 Henry Graham Greene nasceu em 2 de Outubro de 1904 em e morreu no dia 3 de Abril de 1991, na Suíça. É considerado um dos maiores romancistas do século XX e teve não só sucesso literário como popular.

Greene pertencia a uma família influente, ligada ao fabrico e à indústria da cerveja, Eram donos da Greene King Brewery. 
Estudou no Colégio de Brekhamstead, onde o pai ensinava e onde nasceu ele próprio.
Mais tarde foi para Oxford e estudou História no Balliol College.
Os seus livros pertencem a um género de romances que prendem os leitores pela acção contínua, pela qualidade da escrita, pelos caracteres, pela autenticidade dos ambientes e pelo ambiente em que se movem. Geralmente aliava os problemas humanos a situações policiais ou de espionagem. E dizia, então, que esses livros eram de “distracção” para ele. Acho-os tão sérios e profundos como os outros

Graham Greene pertenceu aos Serviços Secretos Britânicos, ao famoso SIS - mais conhecido por M1 6 (Military Intelligence, Section 6) que é a agência de espionagem que fornece ao Governo Britânico informações sobre os serviços secretos estrangeiros. 

O Ministério do Medo sai em 1943 e, nesse ano, Fritz Lang realiza um filme sobre ele.
Instalações do SIS, London, hoje, no Albert Embarkment


Graham Greene e Alec Guiness, Cuba, 1959

Em 1959 estava em Havana, aquando da revolução contra Batista, e correu grande parte  da América do Sul e da África, onde situou muitos dos seus romances. 
Nesse ano mesmo, é filmado O Nosso Agente em Havana (que fora publicado em 1958), por Carol Reed, com Alec Guiness e Maureen O'Hara. Graham Greene guardou desde esses tempos um respeito e amizade por Fidel Castro.

Alfred Hitchcock quisera comprar os direitos do livro mas G.G não quis que fosse ele a fazer o filme porque não "via" o seu livro feito ao modo do suspense de Hitchcock. Aceita Carol Reed que já filmara o Terceiro Homem.
Proposto em 1967 para o Prémio Nobel, não o ganhou nunca. O que tantas vezes aconteceu: o Prémio Nobel nem sempre "acerta"...
Uma injustiça segundo a minha opinião porque poucos escritores falaram tão bem da complexidade da “alma” humana e dos seus paradoxos, chamemos-lhes assim; das lutas interiores; da fé e da dúvida; do remorso e da compreensão do outro; do amor e do medo.


O escritor inglês William Golding (1911-1993), Prémio Nobel da Literatura em 1983, refere-o como sendo “o escritor mais completo – o 'cronista'- da consciência e da ansiedade do homem do século XX.”

Um dos seus livros que prefiro -que já li e reli e que sei que vou voltar a ler- é "Brighton Rock”. Dele fez um filme Roy Boulting, em 1947, com um bom actor como Richard Attenborough, na figura do terrível Pinky. Personagens dolorosas e doloridas, magoadas pela vida e pela miséria, gente pisada, e, como fundo, a bela e indiferente  cidade de Brighton e o seu Peir.


Outros livros põem questões religiosas e morais. O Poder e a Glória ou O Nó do Problema (The heart of the matter) li-os na velha Colecção Dois mundos e impressionou-me a dureza e intolerância do seu catolicismo. Greene convertera-se tarde ao catolicismo e talvez seja mais difícil uma conversão tardia seja a que religião for.

Do livro The Heart of the Matter, diz ele: “A piedade é cruel, destrói. O amor nunca está seguro quando a piedade ronda.”
Depois há os romances de espionagem, ou passados pelo mundo, durante os diversos conflitos de guerras e revoluções. Como o Confidential Agent que se passa durante a Guerra Civil  de Espanha (1939). Foi escrito apenas em seis semanas, carregado de anfetaminas, fechado no quarto que alugara em Bloomsbury. 


Este – como tantos outros dos seus livros (quase todos!) foi adaptado ao cinema. Por Herman Shumlin (1898-1979), com Charles Boyer e Lauren Bacall nos principais papéis. 
O Terceiro Homem é realizado por Carol Reed em 1949 - filme inesquecível com Orson Welles, Joseph Cotten e a belíssima actriz italiana, Alida Valli.

Otto Preminger

E poderia falar ainda de O Nosso Agente em Havana filmado em 1959 por Carol Reed de quem Greene gostava muito, ou O Factor Humano, realizado pelo grande Otto Preminger, e seu último filme, em 1979. 
Revi há pouco tempo, o Americano Tranquilo, em DVD, com Michael Caine, filme de 2002, de Philip Noyce. Havia já uma versão de 1958.



Fidel Castro e Alec Guiness nos tempos do "nosso agente"


Graham Greene morre em 1991, em Vevey, com uma leucemia.


Morreu, com uma leucemia, em Vevey (Lago de Genève), onde vivia há anos, em 1991. 


4 comentários:

  1. Gostei do post e de conhecer um pouco mais sobre Graham Greene.

    Um beijinho e um bom fim-de-semana, que já espreita:)

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  2. A música inesquecível, e tema do filme
    "O terceiro homem".
    https://www.youtube.com/watch?v=2oEsWi88Qv0

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  3. Apaixonante. Obras profundamente humanas e também com um fundo histórico, Vietnam, Cuba, Espanha (guerra civil). Católico simpatizante do comunismo, espião até ao fim, e sobretudo um grande escritor. Gostava de ter lido muito mais dele, não houve tempo, não houve ocasião.Um bom dia!

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  4. O fim da aventura é um dos meus livros preferidos. E foi muito bem adaptado ao cinema.
    Não sabia que O Terceiro Homem era baseado numa obra de Graham Greene. Vou lê-lo.
    Bom domingo!

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