domingo, 4 de junho de 2017

WOODY ALLEN: ELE E O SEU CLARINETE!

Para o Manuel, companhia destes filmes...


Estamos habituados a ouvir falar do realizador de cinema Woody Allen mas nem todos conhecem o Woody-músico-de-jazz.
Praticamente sabe-se tudo de Woody Allen, dos casamentos, das mulheres, das suas “manias” ou “fobias” – quer pelos jornais quer pelos seus filmes autobiográficos comoventes e inesquecíveis. Pouco se sabe, porém, da sua outra "música".
Woody e o seu clarinete

Woody e o seu saxofone


Desses filmes lembro o maravilhoso “Radio Days” (1987), para mim -com “Amarccord” de Fellini- um dos filmes mais ‘dolorosos’ sobre recordar a infância e adolescência. Desde o início, é a rádio desses tempos que é a "rainha": os concursos, as notícias, os folhetins!
“Radio Days”, além disso, junta um grupo de actores fora do vulgar, com figuras e pormenores maravilhosos.
A tia Bea, solteira e linda, um pouco míope, e que não consegue arranjar marido e que, de desilusão em desilusão, continua a esperar ser 'aquele', finalmente. E que, muitas vezes, leva o sobrinho, a descobrir novos mundos...

Também, figura extraordinária, a prima que canta ao espelho, "in a southamerica's way", as músicas brasileiras, então na moda,  Ai ai, ai ai é o canto do pregoneiro” e lá vem a música baiana e a figura de Carmen Miranda. 
Os pais e os tios que vivem com tantas dificuldades e se apoiam uns nos outros pois a família é o sítio mais seguro…

As festas religiosas hebraicas e o tio que vai "protestar" contra a música dos vizinhos e que "fica por lá" a comer e a beber no dia do Yom Kippur!
O pai que esconde ao filho a profissão de taxista – a única profissão que conseguira guardar, depois de anos de sonhos, de empresas falidas. E que sonha para o filho um destino diferente! Que seja um 'menino- prodígio" como aquele da rádio, matemático juvenil! Que um dia encontram por acaso no Zoo. Para mal dele...

Tudo ali passa até ao ano de 1942 que cada um festeja à sua maneira...
E Diane Keaton canta...

Um nunca acabar de sentimentos, emoções, entre o riso e as lágrimas ao canto dos olhos (ou não fosse ele um judeu, com a sua família e o mundo yiddish (*)… na saudade indelével – que o realizador-poeta nos traz ao coração. Não esquecer que “amarcord” de Federico Fellini significa: 'trazer, amando, ao coração'… Que me corrijam os meus amigos italianos. 
Woody e o seu saxofone

De seu nome verdadeiro Allan Stewart Konigsberg nasceu em 1 de Dezembro de 1935, no bairro de Brooklyn. O pai, Martin Konigsberg, foi livreiro e restaurador, filho de imigrantes judeus de origem alemã. E também taxista.
Woody Allen em 1953
É uma família judia da classe média que habita em Brooklyn onde ele nasceu e viveu até à juventude. É a sua infância em Brooklyn que revive nesse filme.
https://youtu.be/ZoAKvkwr_AU
Estudou numa escola hebraica, em língua  yiddish,  até  aos 8 anos, e ingressa na Midwood High School em Brooklyn. Desde miúdo que adorava o mundo da diversão e da música e das feiras, e era muito popular entre os colegas que lhe chamavam “Vermelho” (Red) por causa dos cabelos ruivos; aos 15, já com o nome de Woody Allen, começou a escrever para as colunas dos jornais e programas da rádio. 
Charlotte Rampling e filosofias em Stardust Memories

Frequenta, simultaneamente, o curso de Filosofia, na Universidade de New York que cedo abandona (é expulso…).
Cannes, 2002, Palme d'Or para a carreira

Dos filmes e do resto não vou falar. Deixo uns links para quem quiser saber mais. Agora queria só lembrar o músico, clarinetista e saxofonista que ele é!

O músico (**) Woody Allen vai aparecer por cá em Julho. Não o vou ver mas recordo-o.

Biografia resumida:

(**) Woody Allen é um "pro": de facto, toca clarinete todas as semanas num bar de Nova Iorque, com a sua New Orleans Band. A música preferida é o jazz que vamos encontrar em todos os seus filmes.

filmes e música

Sobre a vinda a Portugal:

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