Como
fui descobrir esta farmácia na Via del Corso? Já vos contei a minha queda em Trieste, num dia em que soprava a “bora” - ‘bora’ fraca
mas, mesmo assim, perigosa.
Uma certa manhã, decidi ir ver a bora, no Golfo de Trieste, onde abre a Piazza dell’ Unità!
Uma certa manhã, decidi ir ver a bora, no Golfo de Trieste, onde abre a Piazza dell’ Unità!
Caí, por culpa desse vento ciclónico e para nós desconhecido, que pode girar na cidade a 200 kms à hora, ou até mais.
Lembro que, logo de manhã, o mar estava cheio de carneirinhos. Vi-os da janela do quarto.
Mas o vento soprava agora em sentido contrário, bateu-me nas costas e atirou-me ao chão.
Lembro que, logo de manhã, o mar estava cheio de carneirinhos. Vi-os da janela do quarto.
vista com mar calmo
(Quem
não se recorda de ouvir chamar "carneirinhos" às ondas do mar, batidas pelo vento, que parecem empurrar para a praia tufos de lã branca?)
Um ano antes, tinha visto sombrinhas a voarem, imagens de pessoas a serem arrastadas, leves como uma pena, sem poderem parar até se agarrarem –quase por milagre- a um poste, a uma porta, a uma coluna até que a “bora” deixe de soprar. Como esse vento sopra em rajadas, acabava por parar a dada altura e as pessoas escapavam ou escondiam-se nas lojas, cafés ou onde calhava.
Um ano antes, tinha visto sombrinhas a voarem, imagens de pessoas a serem arrastadas, leves como uma pena, sem poderem parar até se agarrarem –quase por milagre- a um poste, a uma porta, a uma coluna até que a “bora” deixe de soprar. Como esse vento sopra em rajadas, acabava por parar a dada altura e as pessoas escapavam ou escondiam-se nas lojas, cafés ou onde calhava.
Caí desamparada e nem sei como não bati com a cara. Tive sorte! Mas bati com um joelho e feri-me.
Com o Manuel a puxar-me por um braço e o joelho a deitar sangue lá me levantei, arrastando a perna.
Só
então tive consciência da minha estupidez e teimosia : estava lindo o mar visto da janela mas não devia atrever-me a vê-lo de perto.
Era
domingo e era difícil encontrar uma farmácia aberta. Fomos subindo pela Via del Corso até descobrir a Farmacia Al Corso, metida num recanto da
grande avenida, quase escondida pelos andaimes de uma casa em obras.
Farmacia Al Corso
Descoberta
maravilhosa! Era uma farmácia pequena e muito antiga. Datava do tempo de
Napoleão! Escondida
num recanto da grande avenida pelos
andaimes dum prédio em obras – revelou-se uma descoberta maravilhosa.
Expostos em
vitrinas pequenas viam-se vasos e frascos de vidro grosso amarelo, como aqueles que ainda
hoje se descobrem nas farmácias da província.
Era um pequeno tesouro, detrás de uma porta vulgar, envidraçada.
Era um pequeno tesouro, detrás de uma porta vulgar, envidraçada.
O director da farmácia, o Dottore Barich, explicou-nos tudo, mostrou os vasos antigos e frascos de porcelana pintada em tons de azul e amarelo e o documento que atestava a antiguidade da farmácia, documento do tempo de Napoleão.
E foi numa dessas vitrinas que encontrei as primeiras aspirinas, alemãs, do século XIX, da Bayer. Uma das maiores invenções para mim...
Cara Maria, ciao!
ResponderEliminarFui ao youtube apreciar as rajadas da bora e depois ao google, pesquisar a Farmacia Al Corso. Vi fotos e cheguei ao site, foi uma alegria para esta tarde, tão quente e desconfortável.
Um beijinho!