terça-feira, 31 de julho de 2012
segunda-feira, 30 de julho de 2012
domingo, 29 de julho de 2012
O Coreto da minha terra...
À
entrada do Rossio, erguia-se o plátano centenário que nos esperava sempre, com
as bagas cheias de picos que eu apanhava do chão para brincar.
Creio
que uma vez por mês havia um mercado de queijos ali debaixo, e, no Verão,
vinham vender melancias rubras ou rosadas, com as suas pevides pretas, que eu
abria com os dentes para comer a sementinha branca.
Ali estava o coreto que eu achava lindíssimo sobretudo quando a banda vinha, certos domingos de Verão, tocar, à noite.
Os instrumentos brilhavam e os músicos, nas
suas fardas coloridas, nos gritos e palmas da assistência, esmeravam-se. No intervalo limpavam o suor, com grandes lenços,
rindo-se uns para os outros.
Um
pouco mais acima, um cedro enorme, de rama cerrada, por debaixo do qual ficava o café-esplanada "O Cedro", com as suas mesas e as cadeiras de ferro
pintadas de branco.
Havia refrescos, conversa e, ao longe, a música do coreto.
A noite refrescava um pouco as casas e o passeio público. As pessoas voltavam para casa, mais animadas.
Eu regressava à minha janela e ficava a olhar para as estrelas cadentes.
Bom domingo!, recordando Lee Marvin e a canção "Wandering Star"
Em “Paint your wagon” (“Os maridos de Elisabete”), filme de 1969, de Joshua Logan, com Jean Seberg e Clint Eastwood, canta a canção "Wanderin Star".
Aqui deixo a letra para irem cantando...
I was born under a wanderin star
I was born under a wanderin star
Wheels are made for rollin
Mules are made to pack
I never seen a sight that didnt look better looking back.
I was born under a wanderin star
Mud can make you prisoner
And the plains can bake you dry
Snow can burn your eyes
But only people make you cry
Home is made for comin from
For dreams of goin to
Which with any luck will never come true
I was born under a wanderin star
I was born under a wanderin star
Do I know where hell is?
Hell is in Hello
Heaven is good-bye forever
Its time for me to go
I was born under a wanderin star
A wanderin wanderin star
Mud can make you prisoner
And the plains can bake you dry
Snow can burn your eyes
But only people make you cry
Home is made for comin from
For dreams of goin to
Which with any luck will never come true
I was born under a wanderin star
I was born under a wanderin star
When I get to heaven
Tie me to a tree
Or Ill begin to roam
And soon you know where I will be
I was born under a wanderin star
A wanderin wanderin star
sábado, 28 de julho de 2012
sexta-feira, 27 de julho de 2012
COMEÇAM HOJE OS JOGOS OLÍMPICOS...
O que trarão de novo? O que ficamos a saber mais sobre o desporto?
Para já, sabemos que vai ser o momento de grandes movimentos de polícia. O exército vai estar nas ruas.
O mundo é uma gaiola de loucos...
Os Jogos Olímpicos já não são os dos antigos Gregos. Olímpia está lá longe, enterrada na Grécia Antiga, e já não é o que era dantes...
Dantes, havia Jogos para comemorar os deuses, de Delfos a Corinto e era um momento de festa em que a luz ardia durante todas as noites dos Jogos.
estreito de Corinto
Os valores do desporto não são os mesmos, os atletas são um "produto", e ganhar é um "modo de vida".
Pouco resta do ideal da "flama olímpica" que ainda corre o mundo e faz comover alguns.
Jogos de Munique, 1972
Um dia, um 5 de Setembro do ano de 1972, aconteceu um "massacre" de atletas, em Munique.
Os atletas eram israelitas e foram mortos por um comando do grupo terrorista "Setembro Negro".
um terrorista em Munique: foto de Kurt Stumpf, que correu o mundo
dois atletas reféns, depois mortos
Onze atletas foram mortos, assassinados...
Não por um louco como o foram os últimos inocentes assassinados em Denver na apresentação do filme "Batman".
Não. Foi a "lucidez" terrorista que os matou... Penso que seria bonito um minuto de silêncio em memória desses jovens 11 atletas. Mas o Comité Olímpico não esteve de acordo...
Eu vou guardar um minuto de silêncio.
Eu vou guardar um minuto de silêncio.
Para saber mais:
quinta-feira, 26 de julho de 2012
terça-feira, 24 de julho de 2012
O Corto Maltese vai estar em Évora! Ideia sensacional!
Hugo Pratt, em Évora
Um total de 51 obras de
Hugo Pratt, desde aguarelas, a tinta da china e guache, que retratam uma das
muitas viagens da personagem de banda desenhada Corto Maltese, é apresentada em
Évora entre os dias 25 de Julho e 2 de Dezembro. Organizada pela Fundação
Eugénio de Almeida, a mostra,
intitulada “Corto Maltese: Viagem à Aventura”, vai estar patente no Fórum
Eugénio de Almeida, em pleno centro histórico de Évora, apresenta viagens de
Corto Maltese de Veneza a África, de Samarcanda à Polinésia, do Caribe à ilha
de Escondida. Considerado como “pioneiro na arte de misturar banda desenhada
com literatura”, a Fundação destaca o "traço simples" e o
"grande rigor histórico”. Em Évora aventuram-se também Rasputin, Butch
Cassidy, Ernest Hemingway, Joseph Stalin... Corto Maltese chega a Évora quando
se assinalam os 45 anos da criação do personagem de Pratt.
http://p3.publico.pt/cultura/exposicoes/3904/corto-maltese-aventura-se-em-evora
http://p3.publico.pt/cultura/exposicoes/3904/corto-maltese-aventura-se-em-evora
o Ratinho e as férias de Verão...
- O que tens, Ratinho Poeta?
- Então este ano não há férias?
Fiquei de boca aberta. Ele nunca tinha ido para férias
comigo. Olhei para fora.
- Não são agora as férias grandes? Nos livros falam sempre
nisso. As crianças vão para férias no Verão. À praia, ao campo. Tu também foste
que eu sei!
- Ó Ratinho, mas agora gosto de estar em casa. Já não sou uma criança. Não me
apetece sair, estou bem a ler, sentada aqui no meu cantinho do sofá!
- Tu queres sair, Ratinho?
Agitou-se, envergonhado.
- Bem, eu gostava. Mas
o pior de todos é o ouricinho Dan, que não me larga, a falar nisso. Ele é que gostava muito de ir
para férias...
- A sério???
- Sim. Anda sempre a falar de Porto Covo, daquela praia ao pé do
campo.
- Ele?
Estava espantada.
Estava espantada.
- Bem. Ele e eu... Estamos fartos de estar fechados em casa! Da varanda
para a sala, da sala para o quarto. Já não temos brincadeiras novas! Tudo é monótono. É sempre o tomateiro, as flores que nasceram, as sementes que vais plantar...
Férias grandes? Como é que ele sabia destas coisas, o meu amigo Ratinho? E o
ouricinho também queria férias? Seria verdade, ou era tudo invenção do Ratinho?
Fui chamar o Ouricinho que estava na varanda.
Fui chamar o Ouricinho que estava na varanda.
- Queres ir de férias, Ouricinho?
- Eu?, perguntou um pouco espantado. Férias onde?
Seria tudo conversa do Ratinho?
- Ah! Deve ser bem bonito, nunca lá fui... Entre o mar e a
charneca, contavas tu.
- Eu?
Já nem me lembrava. Fez-me saudades ouvi-lo falar. Saudades daquele mar, daquela terra, do pôr-do-sol sempre diferente. E das ruas que iam dar ao mar...
- Tu, sim!, disse o Ratinho logo. Tantas vezes!
O Ouricinho acrescentou:
- Bem. Não nos disseste, mas nós lemos...
- Nós lemos o que escreves, preocupamo-nos contigo!
Era o Ratinho, agora, a meter-se outra vez na conversa.
- Por que é que se lembraram disso? Está calor,
não apetece sair de casa...
- Calor?, protestou o ratinho. Calor, com esta ventania que
não pára? Onde está o calor neste Verão de parvos? Já lá vai o tempo...
- E com o vento que está, queres ir para férias? E como te arranjas
na praia, com a areia a entrar-te pelos olhos dentro e a gelar-te os ossos à beira-mar?
Ele olhava para mim e resmungava baixinho, batendo com a patita no
chão:
- Eu já sabia que ela ia dizer isto... E tem razão.
O ouricinho tinha voltado para a varanda. Estava encantado em
cima do tomateiro. O macaco Ambrósio sentava-se ao pé dele, atento.
Riam-se às gargalhadas, porque já havia muitos tomates e inventavam o que iam cozinhar com eles.
Riam-se às gargalhadas, porque já havia muitos tomates e inventavam o que iam cozinhar com eles.
No fundo acho que o ouricinho nunca pensara em ir para férias.
Era o Ratinho que pensava nisso.
- Ratinho, prometo que ainda vais ter férias! Vamos todos,
queres? Mas lá para Setembro...
- Ver o Outono, não é?
Tu só gostas do Outono.
Olhou para fora, um pouco triste, como se imaginasse o Outono a vir, ainda longe.
- Ainda falta tanto! Olha aquele na varanda!
Apontava para o ouricinho...
- Contenta-se com pouco. Bem, vou até lá ver o que estão a fazer...
- Contenta-se com pouco. Bem, vou até lá ver o que estão a fazer...
Tinha sido o amigo ratinho que “magicara” tudo. A verdade é
que às vezes apetecia pensar em férias. Também eu estava farta de ler no meu
cantinho...
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