terça-feira, 13 de novembro de 2012

Lembrando Branquinho da Fonseca: o poema "Lago"




Lago


Com duas tábuas fiz
O barco onde navego
E onde sou tão feliz
Que nunca chego...

Vou sonhando e cantando,
Tão alto, que não sei se o mar e o céu vão bons
Ou se vão mal...

Só quero ir sempre andando
E reparando
Nas diferenças
Da paisagem sempre igual...






In Mar Coalhado (1932)



Branquinho da Fonseca, de quem pouco se fala – e se escreve ainda menos - é, no entanto, um nome muito importante na nossa literatura.O escritor nasceu em Mortágua em 4 de Maio de 1905 e morreu a 7 de Maio de 1974. 

Em 1927, surge revista presença, de que foi "criador" e director, durante uns anos,  com José Régio e J. Gaspar Simões.
Assinou ali os primeiros textos com o pseudónimo de António Madeira. 

Considerava que a sua "expressão natural" era o conto, mas escreveu igualmente poesia, textos dramáticos e um romance. Interessou-se também por fotografia e design gráfico e por cinema.

Em 1926, publica os primeiros “Poemas”.  
A recolha de poemas, “Mar Coalhado”, é de 1932. Em 1964, publicará outro livro “Poesias”.



3 comentários:

  1. O poema é muito bonito.
    As fotografias e pinturas escolhidas também são muito bonitas.
    Lindo todo o post.
    Um beijinho

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  2. MJ, a primeira vez que li este poema, fiquei logo rendida à sua beleza e nunca mais o esqueci. É magnífico.
    Branquinho da Fonseca?! Quem é?! Perguntarão muitos. Infelizmente, é como diz: "de quem pouco se fala – e se escreve ainda menos".
    Beijinhos.:))

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  3. De Branquinho da Fonseca, uma das nossas glórias literárias, só li O Barão, que voltaria a ler, se fosse possível fazer tudo o que já não se vai poder.
    Hoje é "o dia G" uma vez mais. Ia pôr outra música, mas lembrei-me desta e apeteceu-me muito.
    Oxalá que passes um bom dia "malgré Tout"!
    Besos

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