quinta-feira, 31 de dezembro de 2015

UM BOM ANO NOVO! COM AMOR, CANTA LOUIS AMSTRONG: "WHAT A WONDERFUL WORLD"!

Ratinho e Ouricinho a divertirem-se: Upside down.
Conselhos: Viver todo o momento do ano que aí vem da melhor maneira! 
Se for necessário, e nos apetecer, até pode ser de pernas para o ar! 
"Ver as árvores verdes e as rosas vermelhas, para ti e para mim, que mundo maravilhoso!"

"Love baby, love"


"Love baby, love. That's the secret, yeah.
If lots more of us loved each other
we'd solve lots more problems. 
And then this world would be gasser"


"I see trees of green, red roses too
I see them bloom, for me and you
And I think to myself
What a wonderful world"

Some of you young folks been saying to me "Hey Pops, what you mean 'What a wonderful world?
How about all them wars all over the place? 
You call them wonderful?
And how about hunger and pollution? 
That ain't so wonderful either."
Well how about listening to old Pops for a minute. 
Seems to me, it aint the world that's so bad 
but what we're doin' to it.

And all I'm saying is see what a wonderful world 
It would be if only we'd give it a chance. 
Love baby, love. That's the secret, yeah.
If lots more of us loved each other
we'd solve lots more problems. 
And then this world would be gasser.
That's wha' ol' Pops keeps saying."
I see trees of green, red roses too
I see them bloom, for me and you
And I think to myself
What a wonderful world
I see skies of blue, and clouds of white
The bright blessed day, dark sacred night
And I think to myself
What a wonderful world
The colors of the rainbow, so pretty in the sky
Are also on the faces, of people going by
I see friends shaking hands, sayin', "How do you do?"
They're really sayin', "I love you"
I hear babies cryin', I watch them grow
They'll learn much more, than I'll ever know
And I think to myself
What a wonderful world 
Yes, I think to myself
What a wonderful world

terça-feira, 29 de dezembro de 2015

Um novo ano vem aí…


a fada com a varinha de condão

Veio o Natal, e passou já, apesar das luzes e balõezinhos que brilham nas árvores ainda enfeitadas e de que não queremos separar-nos, porque é esse pouco de beleza e de alegria que queremos conservar mais uns dias. 

“Até ao Dia da Adoração dos Reis!”, dizemos. Quantas vezes deixo  a minha árvore enfeitada até ao fim de Janeiro!
Adoração dos Reis, de Botticelli

Começou o Inverno, chegaram os dias curtos e cinzentos, houve por aqui um vendaval de ventos ciclónicos e trovoadas de raios e trovões iminentes durante uns minutos sobre a minha casa.
O ano chegou ao fim e penso que tanto ficou para fazer, tantas palavras para dizer, tantos gestos imperfeitos que se deveriam ter corrigido. 
Será possível recomeçar?
O que desejar? Sempre algo de novo, porque o que fica para trás não nos basta e ansiamos mais. Nós, humanos imperfeitos, claro, que sonhamos com a perfeição. A perfeição da pintura, da literatura, da Arte? Sim. 
Adoração dos Reis, de Georges de La Tour
E, logo, a insatisfação da condição humana e a sua sede de absoluto apertam-nos o coração. 
Mais coisas! Mais para quê - se não for o bom? E o que é o bom? Não vou pôr-me a filosofar.

Vão surgir os eternos desafios que vêm do passado e não tiveram solução: escolher uma sociedade melhor e mais justa? Dar uma atenção maior, tão prometida, à pobre Terra doente, incentivando a luta contra o aquecimento climático? 

Ver o final das guerras religiosas e das matanças sem rei nem roque?
Sim, tudo isso vai voltar aos jornais, às televisões, às máquinas publicitárias.
E a nossa velha lenga-lenga que nos desculpa por tudo : “Ai, não depende de mim”, ou, então: “O que posso eu fazer?”
Não acreditamos que se possa fazer algum gesto pelo mundo? Que vai tudo inevitavelmente em direcção do abismo? Que a derrocada total nos aguarda, ou o Apocalipse está ali à porta? Que mais nada se cria?
Lembro António Machado e o poema:
"Dices que nada se crea?
No te importe: con el barro
De la terra, haz una copa para que beba tu hermano!"

Não sei se o mundo vai para o abismo. Sei, apenas, que há muito a mudar na atitude das pessoas. Para quê o ganho, o lucro, os rendimentos de uns - se não houver mais nada a não ser a pobreza dos outros?
Não há milagres, eu sei, nem existe a tal varinha de condão que tanto nos entusiasmou na adolescência: “Toc!” e tudo se resolvia, a princesa acordava do sono profundo, os anõezinhos brincavam com a Branca de Neve e o Polegarzinho encontrava a sua casa, depois do susto.
A princesa adormecida, de Viktor Vasnetsov

Eram Os Contos de Grimm, quem os não recorda? A magia dos contos de fadas e de encantamentos. O medo e a angústia que nos apertava o peito, por causa dos nossos heróis amigos!
Não, não podemos mudar o mundo com a varinha mágica! No entanto, atrevo-me a dizer uma vez mais: há sempre uma parte, na resolução dos problemas, que depende cada um de nós. Parafraseando Machado:

"De la terra, haz una copa
 para que beba tu amigo!"

Porque se falarmos de paz e a tentarmos 'fazer', ao nosso nível, ela pode resultar. Se dissermos palavras de amor e não as que trazem o ódio, a agressividade do outro pode diminuir; se formos altruístas, se dermos um pouco do que temos, alguém pode ganhar com isso, na sua dificuldade de viver, ou na sua pobreza; se tivermos cuidado com o que deitamos fora, no lixo, poderemos contribuir para o melhoramento ecológico. 

Se descobrirmos ‘momentos de graça’, dentro do desespero e desistência de cada um, no cinzento dos dias de que muitos pensam não poder sair, se tivermos esses “momentos que nos incendeiam o espírito” podemos tentar levar esse entusiasmo aos outros, esquecendo o nosso ‘ego’ feroz e infernal. 
E acrescentaria  ao que diz Machado : "del barro de la terra, haz una copa/ para que beban todos!

Como bem escreve Steinbeck:
O homem pode ter vivido uma vida cinzenta num campo de terra escura e de árvores negras, os acontecimentos importantes podem ter passado por ele, alinhados, anónimos, desprovidos de cor. 
Isso não interessa. Porque, nesse minuto de graça, logo o canto de um pássaro lhe encanta o ouvido, o cheiro da terra lhe sobe, agradável, pelas narinas e a luz suave de uma sombra de árvore lhe renova o olhar. Então o homem torna-se uma fonte e é inesgotável.

Por isso, estender a mão quando a nossa alegria pode ajudar o outro é importante. Sem esperar que haja uma paga.
“Dá, sem esperares que se lembrem que deste. Recebe, sem esqueceres quem te deu.
Natividade, de Georges de La Tour
Acreditar é importante. Fazer os gestos é importante. Criar a amizade e mantê-la viva, sem egoísmos, sem esperarmos que seja “devolvida” do mesmo modo, é importante. 
Nunca esperar que nos agradeçam, isso não é importante! Dar as mãos, sim.
Lembro Epicuro que acreditava na felicidade dos momentos passageiros e na nossa possibilidade de tudo poder mudar se não desejássemos mais do que deveríamos:
Não deves corromper o bem presente com o desejo daquilo que não tens.” 
Sabendo apreciar o que soubemos conquistar e preservando os valores importantes. Como a Amizade e os Amigos!
“A amizade dança em volta do mundo, dizendo a todos nós que acordemos para a felicidade.

Bom Ano Novo. Tentando corrigir o que está mal, dentro do que podemos. Tentar rir e cantar em vez de odiar! Seguindo o exemplo dos "Blues Brothers" que vão em missão para ajudar alguém que os ajudou um dia...
John Belushi e Dan Ackroyd com John Lee Hooker

Um ano cheio de amizades e de boas intenções! E de actos! - porque de boas intenções está o Inferno cheio, dizem as má-línguas!
Deixo uma receita fantástica: ouvir os "Blues Brothers" cantar "Everybody needs somebody...to love!"

Blues Brothers (1)

(1) Filme de John Landis com Dan Ackroyd e John Belushi  (1980)

segunda-feira, 28 de dezembro de 2015

NEW YORK,NEW YORK- FRANK SINATRA

Recordar os cem anos de Frank Sinatra...Italiano filho de mãe genovesa e de pai siciliano, "boxeur",é um dos mais famosos italo-americanos!   

quinta-feira, 24 de dezembro de 2015

Poucas palavras neste Natal...


Um dia, lá na Judeia, em Belém, nasceu um menino diferente. Nasceu pobre mas parecia sorrir enquanto olhava para tudo, curioso, de bracinhos no ar. 
Nasceu e teve frio e os pais puseram-no em cima das palhinhas porque a mãe se recolhera ali, naquele estábulo que lhes parecia o sítio mais quentinho, para ele vir ao mundo

A mãe adorou-o como as mães fazem aos filhos, e chamaram-lhe Yeoshua. Era o seu menino Jesus!
O menino tinha um sorriso que lhe franzia um pouco o narizinho. Estendeu os braços para a mãe e ela encantou-se a olhá-lo. Imaginava o palheiro cheio de gente que vinha ver o seu menino, que era o mais bonito de todos, a trazerem-lhe prendas e a gostarem dele como ela gostava. 
Pastorinhos ou reis, meninos e velhos e pessoas boas de todos os lugares viriam vê-lo, pensava. 
Deitado nas palhinhas, ele tinha à sua volta apenas um burrinho, uma cabrinha dourada, e uma vaquinha que o aqueciam com o seu bafo. 
De repente, havia passarinhos a cantar e o galo azul esganiçou-se, a dar-lhe as boas vindas! Depois foram chegando, de olhos muito abertos de espanto, outros animais.
O menino não tinha roupas porque os pais vinham a fugir de perseguições e da morte. Mas naquele refúgio e no meio de tantos amigos sentiu-se protegido e acompanhado. E os pais também se sentiram em paz. 

E a mãe pensou que o seu filho merecia tudo isso. E viu flores, balões vermelhos e estrelas, muitas estrelas lá fora a iluminar a entrada. E pareceu-lhe ver o Pai Natal empoleirado num balão colorido. Mas era imaginação. Ou não seria? As mães imaginam cada coisa!
Todos os anos há um menino no mundo que nasce assim desprotegido e pobre. Alguns não têm nem um burrinho e uma vaca nem sequer uma cabrinha dourada para os aquecer...
Bom Natal! O Ouricinho, o Ratinho e a gatinha japonesa também desejam Boas Festas!



quarta-feira, 23 de dezembro de 2015

Comme le temps passe! "Tous les garcons et les filles" de Francoise Hardy

Françoise Hardy quem a não recorda? O tempo passa, sim, mas ela

 guardou a mesma classe e a beleza simples de cara lavada que

 sempre teve. 


terça-feira, 22 de dezembro de 2015

Há 46 anos, morria José Régio: um grande "criador" de mundos!


Benilde, desenho de José Régio (1953)


Falar de José Régio é importante. Sim, em 1969, morria Régio, em Vila do Conde, com 68 anos - que hoje não é idade para se morrer.
Parece-me tão esquecido: quem fala nele? Lá há quem se lembre da poesia e recite o seu grande grito "Não vou por aí!" mas pouco mais se recorda ou se aprende dele nas escolas. E tão grande é a sua obra! 
E tão variada: vai da poesia, aos contos magistrais e ao romance, passando pelo teatro, pelos desenhos e pelos ensaios - estes sempre lúcidos e claros de entender.
"Há mais mundos"


Lembro O Príncipe com Orelhas de Burro, um dos livros "sérios" que mais adorei ler na adolescência. Este romance é uma bela história de amor e de infelicidade. E é um romance quase desconhecido em Portugal!


Como desconhecido é outro romance de Régio, “Jogo da Cabra-Cega” (1ª ed. edições “Presença”, 1934, e proibido pela censura pouco depois). Em 2000, foi traduzido em francês "Collin-Maillard" (tradução de Jorge Sedas Nunes, Bibliothèque Portugaise, ed. Métailié).

Pensei na sua “Benilde ou a Virgem Mãe", que foi publicada no Porto,  em 1958. 


Maria Barroso

Levada à cena, no dia 25 de Novembro de 1947, pela companhia Amélia Rey Colaço/Robles Monteiro, no Teatro nacional D. Maria II, em Lisboa, com Maria Barroso no papel de Benilde. Durante anos não foi representada, porque a Comissão de Censura a proibiu. 

Aproveito para recordar a grande actriz que foi Maria Barroso. Grande actriz e grande mulher de Cultura. E amiga de José Régio, que a admirava! Via-a e ouvi-a pela primeira vez, em Portalegre, era eu uma miúda, declamar os versos de Régio, numa Sessão de Apoio ao General Humberto Delgado.
Muitos anos mais tarde, em 1975, Manoel de Oliveira fará uma longa-metragem baseada na peça.
Como desconhecida é a sua pentalogia “A velha Casa”: cinco volumes cheios de gente, de vida, de sonhos fantásticos! De  desespero e de expectativas. Como é próprio da condição humana.


Bem se lamentava o Poeta, o fundador da magnífica e moderna revista "presença" (cujo 1º número é publicado, em Coimbra, em 10 de Março de 1927), que a sua prosa fosse -injustamente- mal apreciada. Ninguém se referia a ela no seu tempo. Quem se refere a ela, à sua bela obra em prosa, nos tempos de hoje?

E, no entanto, a riqueza dessa prosa, desse universo bem seu que nos faz viver e querer viver ainda mais outras coisas, ter outros destinos, bem merecia outro...destino!
Vem aí o Natal. É altura de comprar, ler -ou reler- José  Régio! Muito podem encontrar na Livraria Lumière do Porto!