Ouvir Aznavour lembra-nos que o tempo passou. Mas...só envelhece quem deixa! Foi o que concluímos ontem: a Lívia e eu.
Conhecemo-nos aos 14 anos, no Liceu de Castelo Branco e somos amigas desde então. Líamos muito, líamos os mesmos livros. Ela, nervosa e extrovertida, eu, calma e introvertida. Ela com o seu cabelo loiro, eu de cabelos castanhos (hoje -as duas- pintamos o cabelo, claro) Ela a rir com grandes gargalhadas, eu a rir com ela, sem gargalhadas.
Feitios. E, sempre, o respeito pelos que não são iguais a nós, mas que amamos. Daqueles de quem somos amigos até à morte!
Eu casei muito cedo, ainda estudante, ela não.
Separámo-nos anos sem fim e voltámos a encontrar-nos. Em Roma, lembro-me bem. E recomeçámos. Muita água passou debaixo das pontes, e do Pont Mirabeau também, muito destino aconteceu, nem sempre bom, quando a doença vem e nos quer atingir, anos e anos passaram.
As flores murcham mas podemos sempre pintá-las num quadro!
Myrna Landau
Que importa? Falamos da mesma maneira, rimos das mesmas coisas... E ainda acreditamos nos outros e que a vida vale a pena. E concluímos que o Aznavour tem razão:
"Il faut boire jusqu'à l'ivresse sa jeunesse!"
"É preciso beber a nossa juventude até à embriaguez!"
Ninguém mais a viverá por nós...
Amiet, Jarra de flores azul
Também sou uma privilegiada no que diz respeito a bons amigos. Nalguma coisa havia te ter sorte...
ResponderEliminarBeijinhos com muitas saudades
Alguém escreveu que "A vida só é vida, quando vivida e envolvida na vida de outra vida".
ResponderEliminarQue seria da vida sem os amigos? Um oásis...
Há o cair, o levantar e o não desistir!
A vida é feita de momentos bons, outros menos bons, e os amigos são fundamentais em ambos!
Bonito post sobre a amizade e a vida!!
Eu também tenho uma amiga especial, conhecemo-nos nas freiras em Vizeu, e tirámos o curso ( ela Matemáticas e eu Letras), a dormir no mesmo quarto e a ir juntas a todo lado. Mas ela casou-se com um francés e vive em Bordéus. Continuamos a ser as mesmas, mas na distância, uma distância odiosa e infranqueável. Ao contrário da Luisa, sou uma pessoa traumatizada nesse aspecto, amiga boa que encontrei, amiga que tive que deixar, ou ela a mim. É uma solidão que já não tem remédio, como um triste destino. Enfim, C´est la vie...
ResponderEliminarDe resto, vivi a juventude intensamente, e quando começou a afastar-se (é um processo), sempre estive mais atenta ao presente que ao que já lá vai. Penso pouco no passado.
Estás muito bonita nesta foto, que não conhecia. É pena que esteja pouco nítida, mas mesmo assim é sugerente, como uma pintura meio abstracta...
Beijo