Le Monde: livros de Salinger, em 2010
Fotografia de El Pais
O New York Times revelou
ontem, dia 25 de Agosto, que - segundo o documentário e o livro, ambos
intitulados Salinger- a sairem nos USA no dia 6 de Setembro, pelo menos cinco novas obras do escritor americano J.D.
Salinger, poderiam ser publicadas a partir de 2015. (Le Monde online, de hoje)
O escritor, de facto, deixou muito cedo de publicar os seus livros. Em 1974, confessou mesmo em entrevista ao New York Times: “há uma paz maravilhosa em não publicar”.
Quando morreu, em 2010, muito se escreveu e muito se esperou... Teria Salinger deixado alguma obra na gaveta para publicar?
O mistério durou até ontem...
Um dos autores da Biografia, Shane Salerno (também realizador do
documentário sobre a vida de Salinger) disse que antes de morrer o escritor
teria deixado indicado a "Salinger Estate" (o organismo que gere o seu
património artístico) quais as obras a publicar: algumas completamente
inéditas, outras refeitas.
A obra de Salinger deixou sempre perplexos alguns. E há os que duvidam da sua real diferença. É ou não é um génio? Vai ficar ou não na Literatura Mundial?
Que importa?
Muitos são seus fãs incondicionais (como eu).
Escreve Michiko Kakutani, crítica literária famosa do NYT, num artigo muito interessante, sobre Salinger:
"Como diz Franny de Mr. Salinger, os seus personagens, sentem que 'tudo o que toda a gente faz é tão - não sei bem- não propriamente errado, ou mesquinho, ou mesmo necessariamente estúpido. Tão pequeno e insignificante e faz sofrer tanto. ' "
"Como diz Franny de Mr. Salinger, os seus personagens, sentem que 'tudo o que toda a gente faz é tão - não sei bem- não propriamente errado, ou mesquinho, ou mesmo necessariamente estúpido. Tão pequeno e insignificante e faz sofrer tanto. ' "
É o sofrimento causado pelas pequenas coisas que se dizem sem pensar (?) e que magoam os outros; as frases mesquinhas que procuram humilhar; os comentários aparentemente involuntários para rebaixar e diminuir o próximo.
Michiko Kakutani
J.D. Salinger foi um dos escritores mais lidos pelos leitores adolescentes. Porque não se esqueceu da sua adolescência, porque crescer foi difícil, porque ver morrer e matar, na guerra, o marcou.
Salinger (de bigode, à esquerda) com os "mosqueteiros"
E porque sabe falar da susceptibilidade, da sensibilidade ferida, do sofrimento, da revolta, da "febril especialidade" da adolescência.
O seu romance The Catcher in the Rye foi um dos livros mais amados. E Caulfield, o herói, ficou na história dos que não conseguem esquecer a adolescência, ou se recusam a crescer...
Como dizia Salinger: "todos crescem, mas alguns limitam-se a envelhecer"...
E é bem verdade. Não precisa de ser um génio para ser importante um escritor. Quanto a mim, precisa, sim, de ter coisas (importantes) a dizer e escrevê-las, comunicá-las, de modo pessoal!
Disso não tenho qualquer dúvida!
Também sou fã!
ResponderEliminarPode ser que com estas publicações, apareçam mais usados...
Um excelente escritor que merece ser divulgado.
Um beijinho.:))
Salinger sabe muito bem dar na chaga, porque é o que ele realmente pensa, inclusivamente de si mesmo: Todos somos insignificantes. Não é fácil assumi-lo, para a maioria de nós.
ResponderEliminarBeijos