Como falar da beleza dos Açores?
Com espanto, primeiro, e, depois, maravilhamento. E respeito
por quem mantem as ilhas dos Açores tão bonitas!
As ilhas encantadas de que tão bem fala Raul Brandão no seu livro As Ilhas Desconhecidas (1926) surpreendem-nos!
Vim com os olhos cheios de cor, de azul, azul, azul. Diz
uma publicidade que acho magnífica: “há o azul e, depois, há o azul dos
Açores...”
E há o verde do mar e o suave azul-lilás, o azul-vivo,
azul de chumbo dos céus ...
Ou o amarelo-esverdeado das "lagunas-pauis", no Largo da Graciosa, enfeitadas com a sua
barra cor de cereja, ao redor.
E as árvores!
Aprendi nomes, de que só ouvira
falar, ou nem isso: as araucárias, os metrosídeos, as criptoméreas, as dragoeiras da Graciosa.
Muito ficou por ver, mas agradeço aos amigos que tanto nos
fizeram ver em tão pouco tempo: o Paulo Monjardino, a Drª Lurdes Cunha, o Pedro
Pascoal e o Nuno Costa Santos .
Conheci três ilhas: Terceira, Graciosa e São Miguel. E três cidades:
Angra do Heroísmo, Santa Cruz e Ponta Delgada.
Cinco horas de passeio contínuo em Angra, a começar pela
Praça Velha, pela Rua Direita (ou Rua de Lisboa?) com as casas senhoriais coloridas, e lindas janelas.
Fomos descendo até ao porto, que fica perto da Igreja do Santo Espírito.
Depois subimos a Rua do Santo Espírito - que era a rua onde a minha filha viveu dois anos e onde toda a família a foi visitar menos eu, porque estava em aulas... Vida de professor nunca foi fácil, ao contrário do que se julga!
Fomos descendo até ao porto, que fica perto da Igreja do Santo Espírito.
Depois subimos a Rua do Santo Espírito - que era a rua onde a minha filha viveu dois anos e onde toda a família a foi visitar menos eu, porque estava em aulas... Vida de professor nunca foi fácil, ao contrário do que se julga!
O deslumbramento esteve presente o tempo todo. A luz, a cor, as linhas, a calçada açoreana...
fachada lateral da Igreja
Depois foi a Graciosa,
a Graciosa Ilha - e que bem que lhe fica o nome! É pequenina (a segunda mais pequena do arquipélago), perfeita e
... graciosa.
A delicadeza enorme, a beleza natural, o espírito de paz
(lembrava-me muitas vezes da frase que alguém dizia: “Está-se na Paz do Senhor.”
Ali era bem verdade! Parecia o Paraíso Perdido, o Shangri-La que todos ambicionamos encontrar...
A pedra vulcânica de tantas cores: a escória vermelha, a rocha negra, o basalto negro e o traquito esbranquiçado que pode ter dado o nome de Ilha Branca à Graciosa, nome que, aliás, Raul Brandão ajuda a espalhar. De facto há muita terminologia referindo a toponímia: Serra Branca, Pedras Brancas. Além das casinhas e muros pintados de branco.
A diversidade geo-morfológica, as cores e peso e a densidade da pedra dependem do momento da
erupção, da forma de solidificação da lava, da existência, ou não, de explosão e gases. Rochas vulcânicas, extrusivas, como me explicaram.
Confesso que não sei se percebi bem tudo!
Confesso que não sei se percebi bem tudo!
A paisagem diversa, menos verde do que a das outras ilhas porque a Graciosa é mais
seca, as plantações de milho, os currais da vinha, os “cercados”, os moinhos de vento, as
pedras, as noras puxadas pelas vacas, tudo o que percebi melhor, ao visitar o
Museu Etnográfico da ilha.
Uma amiga incansável, a Drª Lurdes, levou-nos ilha fora, a ver tudo: perspectivas, ângulos, explicando a cada momento a razão disto ou
daquilo, porque, por sorte nossa, ela era uma entendida professora do assunto.
(E as vacas que pastam, olhando-nos com olhos ternos??? Em São Miguel, uma parou mesmo á frente do carro, plácida e serena nem se desviou - desviou-se o carro...)
uma vaca filósofa, em São Miguel
termas do Carapacho
vista das termas sobre os ilhéus
Dias depois, voámos para a ilha São Miguel, num pequeno bimotor, deixando a Graciosa para trás, mas com saudades.
o bimotor da Sata e o trem-de-aterragem
E lá estamos nós, na cidade à noite... Ao pé das Portas do Mar, iluminadas a azul!
A Igreja Matriz
uma carroça "turbo": puxada por 4 cavalos!
E lá estamos nós, na cidade à noite, a ver o movimento na Marginal, as luzes, as gentes, o carrocel.
Tudo bem diferente da pequena Graciosa... Aqui, cidade mais cosmopolita. Encantadora. Cheia de magia!
luzes no porto...
Logo na manhã seguinte, a ver do alto a Lagoa de Fogo, lugar inesquecível, onde o Nuno nos levou, mais a Caldeira Velha - de águas quentes e ferrosas. Onde pensei que deveria ter ficado de molho umas horas...mas não pus lá nem o pé!
A Lagoa de Fogo
Lagoa de Fogo
Caldeira Velha
As Fajãs
E as flores? As hortênsias azuis, rosa, lilás ou avermelhadas. O segredo das cores depende do que se puser na terra: um pouco de cal e ficam bem azuis, uns pregos para enferrujar e vem a hortência cor rosa (segredos das senhoras da ilha).
.
Ao lado, o Parque Natural com velhas árvores e outras
pequeninas acabadas de plantar, a relva onde se fazem pique-niques. E as
montanhas em redor e o céu todo à volta!
Depois, a subida em espiral (?), girando pela estrada bem tratada, até ver os dois lagos, que, vistos de cima, impressionam mais: um verde, o outro azul. E ouvir as lendas que se contam...
Que maravilha a Lagoa das Sete Cidades! Por que se chamou assim? Porque se pensou que eram vestígios
das sete cidades perdidas da Atlântida engolida pelas águas?
Ou por causa das sete filhas do bispo que ali se refugiou e que, com artes de magia, conseguia afastar os barcos, mergulhando a ilha em névoas profundas?
Conta-se que os portugueses conseguiram entrar e aportar ali, porque traziam nas velas a cruz de Cristo. Mentira? Verdade? Quem o sabe?
Ou por causa das sete filhas do bispo que ali se refugiou e que, com artes de magia, conseguia afastar os barcos, mergulhando a ilha em névoas profundas?
Conta-se que os portugueses conseguiram entrar e aportar ali, porque traziam nas velas a cruz de Cristo. Mentira? Verdade? Quem o sabe?
A Vista Do Rei...
E sobre as cores dos lagos também há lendas... A da Princesa
de olhos azuis que se apaixonou pelo pastor de olhos verdes e que, como em
todas as histórias deste género, foram separados, porque o Rei não
permitiu a união.
De tanto chorarem, as lágrimas dos dois amantes transformaram-se
em dois lagos. Um é mais pequeno, o outro é maior. A explicação é simples e
irónica: “Bem, as mulheres choram mais...”
Volte depressa, que estes seus relatos são uma maravilha e as fotos espectaculares. Ampliei-as e vê-se maravilhosamente bem toda a beleza e encanto das ilhas. Verde e azul ou verdes e azuis numa combinação mais que perfeita!
ResponderEliminarLindo!
Gostei muito de ver aí um senhor que admiro! E da fotógrafa não há registo?
Adorei tudo!
Volte depressa!
Um beijinho grande :)
( A foto de apresentação do blogue ficou muito bonita!)
Volto assim que organizar as fotografias...e a cabeça! beijinhos querida observadora file!
EliminarMaria João,
ResponderEliminarQue maravilha. Só posso sorrir e deixar-me encantar pelo que me encantou há uns anos.
Vejo que trocou o visual pela imagem paradisíaca. :))
Vejo também o M. feliz a beber a paisagem.
Excelentes fotografias e partilhas.
Beijinho. :))
Maria João, estou maravilhada com estas "visitas guiadas" pelos Açores!!
ResponderEliminarTantos locais fabulosos, de se pasmar. Tanto azul, tanto verde, tanta beleza!!
Só pode ser mesmo o paraíso...
Estes dias lá, foram melhor do que um sonho; foram realidade!! E uma realidade maravilhosa, de encher os olhos e a alma!!
A reportagem fotográfica está excelente!
Fico muito feliz por vocês e cada vez com mais vontade de fazer esta viagem.
Um beijinho amigo.: ))
Ana, sabe que pensei muito em si? (ou em ti?...)
ResponderEliminarSabia do seu amor pelas ilhas, vi que o Pico deve ser maravilhoso, contaram-me coisas. Mas estas 3 ilhas já me deixaram fascinada e com vontade de voltar, claro. Beijinhos
Olá, amiga Cláudia! Tem de lá ir depressa! É a coisa mais linda que me lembro de ver ultimamente. E sabe que vi um bocado por aí...
ResponderEliminarbeijinhos!
avevo già sentito dire che erano bellissime, e le tue foto me lo confermano ancora di più. Stupendi paesaggi da visitare appena possibile!
ResponderEliminarA Maria João deixou-se enfeitiçar por aquelas ilhas de encanto, de mistério, de paisagens únicas...
ResponderEliminarObrigado pelo belo relato que fez das "minhas" ilhas, dos meus "amores"...
As fotos, um assombro!
Sabia que te ias emocionar com tanta beleza, não podia ser de outra maneira. Tive uma companheira em Coimbra que era açoriana, maravilhosa.
ResponderEliminarAgora desfruta do teu Diogo, mais importante que todos os amigos juntos...
Beijinho