O meu blogue faz amanhã 6 anos!

Pois é, amanhã passam seis anos desde que comecei a escrever este “blog”. 

Foi a minha filha Gui que me ensinou a fazê-lo, eu não percebia muito destas coisas. A primeira imagem foi uma pintura de Botticelli: as três graças, do "Nascimento de Vénus".

A partir de 16 de Abril de 2009, nunca mais parei de escrever nele!

Escrever para quê?, perguntarão alguns. O que há de novo para dizer que os outros não saibam já? Quem está interessado nestas “patacoadas”?

Não pretendo dizer o que os outros já sabem. Escrevo porque gosto de escrever e de dizer o que sei e aprendi durante a minha vida e o que continuo, espero, a desejar aprender! 

Gosto de falar de livros, quadros, pessoas! Gosto de ler sempre cada vez mais e falar com os meus "amigos" do que li! Livros de todos os géneros. A verdade é que começou por ser um "blog policial"...

Não penso ser um Narciso, ansioso de se ver a ser ouvido ou lido, eternamente a olhar-se no espelho das águas. 

 Narciso, de Caravaggio

Prefiro ver o reflexo dos outros...Não penso ser alguém que se quer mostrar ou que se considere mais inteligente ou culta do que os outros! 

Vivi por muitos lugares diferentes, alguma coisa aprendi. Roma, São Tomé, Israel, Marrocos durante cerca de 30 anos, no total. Entre judeus, africanos, árabes, berberes, muitos amigos tenho.

Israel, Telavive

o meu Café preferido, em Telavive

Marrocos, Fez

Marrocos, a bela entrada de Fez

Marrocos, jovens no porto de Essaouira

Gaivotas sobre Essaouira (Mogadouro)

São Tomé

Dos livros dos autores que por lá li, das pessoas que por lá conheci, dos amigos que, longe, tive. Disso só falei e falo…

a casa, em São Tomé

São Tomé, o "Água Grande", o rio...

Roma! Campo De' Fiori

Israel e"Only Yesterday" de Agnon: a epopeia da criação de um estado

Com a humildade de quem sabe que “só sabe um pouco”. E, mais, com o 'orgulho' de considerar que ouço os outros e sei que eles me ajudaram “evoluir” nas escolhas que fiz.

Roma, Panthéon

Escrevi e escrevo sobre o que gosto. Tentando ser objectiva, sem poder sê-lo, com muito de "preferências" pessoais, claro. 

interior do Panthéon, em Roma

Essaouira, "oficina" de barcos, no porto

No entanto, não deixo de escrever sobre o que me indigna nos tempos que correm difíceis. Ou sobre o que já passou e continua a ser injusto, nesta vida. Por aqui e por ali.

Quem quiser ler que me leia e fico feliz. Quem não gosta...não me leia. Ou critique-me à vontade. Livres de julgarem o que quiserem e de gostarem ou não!

Roma...revisitada: rua de Roma

Penso sempre numa figura marcante da nossa literatura, João Gaspar Simões. Lembro-me da frase que lhe ouvi, em Itália, onde fez algumas conferências sobre Literatura Portuguesa em várias universidades de norte a sul do país, nos anos 80.

Gaspar Simões: duas biografias incontornáveis...

Quando o avisavam de que talvez não houvesse tanto público quanto ele esperaria, sou se seria melhor adiar, ele respondia, calmamente, com a sua simplicidade: “As minhas conferências faço-as do mesmo modo, para quem aparecer: mesmo que seja só um ouvinte!”

Achei que tinha razão e, por isso, o admirei ainda mais.

o pintor israelita, Zvi Meirovitch

Marrocos e amigos (perto de Rabat) 

Quando um diabinho me chega ao ouvido e sussurra: "Para que escreves? Quem te ouve ou lê? Isso já foi escrito por toda a gente! Isso toda a gente sabe! Esse já toda a gente leu!”, penso no que Gaspar Simões disse: mesmo que seja só um "leitor" que não saiba, eu fico contente por lho “ensinar”. 

Vício de professora? Claro. Professor é-se para sempre, não é um part-time!

Obrigada, leitores amigos que me seguiram do lado de lá do espelho. Agradeço a companhia que me fizeram e o “estímulo” que são para futuras “procuras”!

Continuo…