Esta
manhã vim espreitar os pombos. O que eles cresceram nos últimos dias é
espantoso! Pensei logo que tinha que mostrar aos leitores do meu blogue o
seguimento desta aventura!
Quando
bebés, os pombos estavam de dia e de noite cobertos pela mãe – e pelo pai- que
se alternavam para lhes dar calor. Eram umas bolinhas amarelas de penugem que
tanto podiam ser um pintainho como outro passarinho pequeno.
Começaram a ser
alimentados - e era um encanto ver a pomba e os dois pombinhos quase
dependurados do bico dela a comer a comida que, suponho, ela tinha
semi-digerido.
Já
me esqueci como as outras aves dão de comer aos filhos, só tenho a imagem de certos
pássaros a darem uns bichinhos a comer aos filhos e estes com grandes bicos
abertos. Aqui, eles têm o bico fechado mas, naquela agitação toda, comem do
bico da mãe, não param de dar às asas e põem-se a descansar. E a mãe – ou o
pai, depende do momento e da hora – vão-se embora.
De
repente, cresceram os meninos. E mudaram a penugem amarelinha para umas penas
cinzentas que vão crescendo de dia para dia.
Um
deles é maior, e já abre as grandes asas a mostrar-se maior do que é. O outro –
ou será que devo dizer a “outra”? - é mais franzino e tem menos vivacidade, é mais calmo e pachorrento. Mas
a verdade é que eles têm uma diferença de uns dois ou três dias e, nestas
coisas dos pombos, já percebi que três dias é muito tempo.
Têm
resistido ao calor, à frescura e ao vento da noite, encostadinhos um ao outro.
Suponho (não tenho visto, confesso) que à noite os pais –um deles- vêm para os
agasalhar porque as noites ainda estão frias.
De
manhã, porém, começaram a deixá-los cada vez mais cedo e eles passam grandes
bocados do dia sozinhos. Creio que brincam, coçam-se com o bico, brincam com os
bicos como se estivessem zangados. Depois adormecem de cabeça encostada.
Hoje,
reparei que a pomba veio duas ou três vezes espreitar-me quando fui à varanda.
E antes de vir para dentro, vi os pratos vazios onde às vezes lhes
ponho cevadinha e outras coisas que descubro por casa. Pensei que ela tinha fome.
Provavelmente com os filhos a crescerem a esta velocidade não lhe chega a
comida que encontra lá por fora.
Conclusão,
fui encher os pratinhos com comida.
Ela que girava perto, no parapeito da outra varanda,
veio logo. Movendo-se devagarinho, andou a ver tudo, depois comeu tudo e bebeu
a água. Subiu ao parapeito, deu outras voltas.
Como tenho andado desconfiada de que dá menos
atenção aos filhos, julguei que se ia embora. Mas, não. Saltou para o vaso
dos ibiscos, coitadinhos quase todos secos, e lá começou a cena de dar o almoço, com
muitos ruídos de alegria e asas por todos os lados!
Não
é abandono quando não vem tratar deles. De resto, está sempre por perto a vigiar.
A verdade é que a mãe-pomba lhes tem-lhes ido dando gradualmente independência!
E
pensei: "com os pombos e com a mãe-natureza muito se aprende".
Ela
deve deixá-los mais livres, pouco a pouco. Os filhinhos estão adolescentes, têm
que mexer as asas para se desenvolverem e se ela os apertar e mimar demasiado eles nunca terão
asas boas para voar. Eles estão a ficar crescidos.
A mãe não os deve prender, deve ajudá-los a deixar o ninho e a voar sozinhos!
O meu problema agora é se ela volta e vem pôr mais ovinhos na varanda!
De tarde, andou a espreitar por detrás dos vasos, subiu e desceu do poial, e tinha ar de andar à procura de um poiso.
Bem, mas desta vez acho que vou pôr um letreiro lá fora a dizer que está a "lotação esgotada" na varanda! A verdade é que já tenho bastantes preocupações com o Ratinho Poeta e com o Ouricinho. Para não falar da Gatinha japonesa ...e de todos os outros!
Bem, mas desta vez acho que vou pôr um letreiro lá fora a dizer que está a "lotação esgotada" na varanda! A verdade é que já tenho bastantes preocupações com o Ratinho Poeta e com o Ouricinho. Para não falar da Gatinha japonesa ...e de todos os outros!
Adoro a sua forma de contar estas histórias!
ResponderEliminarOs pombinhos cresceram imenso. Um dia destes começam a aventurar-se fora do ninho. É o que eu digo: ainda vai sentir saudades deles:)
Pois é, já tem os outros amiguinhos com que se preocupar...e a acrescentar a isso, a ciumeira deles...mas pronto, eles vão acabar por entender que cada um tem o seu lugar e o seu espaço!
Ai estas histórias que me encantam!
Vá contando mais por favor...
Um beijinho grande e uma boa semana:)
No ninho das andorinhas
ResponderEliminareste ano já são duas gerações
Simplesmente uma delícia!
ResponderEliminarComo estão crescidos os pombinhos... Um dia destes lá se aventuram em dar às asas... A Maria João vai ficar triste em vê-los partir... mas por um lado é bom, é sinal que cresceram e ganharam a sua independência.
A mãe pomba é que parece que gostou da estadia... Adorei a "lotação esgotada"... Talvez a pomba não saiba ler...:))
Um beijinho.:))
Sem ternura, o que seria do mundo!!
ResponderEliminar~~~
ResponderEliminar~ ~ Uma narrativa encantadora, MJ...~ ~
~ Vão ficar tão elegantes como a mãe...~
~~~~ Beijinho.~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
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Venho dar-lhe um beijinho e desejar um bom feriado:)
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