quinta-feira, 28 de novembro de 2013

JOSÉ RÉGIO E ALBERTO DE SERPA


As palavras de um amigo sincero que acompanham o folheto em modo de introdução.

Tenho de ser a testemunha inconfidente e íntima de um jovem e de um homem – José Régio nunca foi um velho- que acompanhei o melhor que soube e pude nas horas boas e nas más.”


Trata-se de um poema inédito de José Régio, Declaração, publicado, por Alberto de Serpa,  em Setembro de 1970 (*).

Continuando mais adiante a dizer:

Jovem e homem da sua pátria (...) sempre a adiar ir mais além, mas de todo o mundo, pelas curiosidades de um espírito insatisfeito e exigente que chamava e recebia todos os ventos, só a poucos se vergando, intransigente à ideia  de uma pátria reduzida (...)”

DECLARAÇÃO

Teorias são brinquedos
Que, por mim, não tomo a sério.
Tomo a sério os meus enredos.
Crer... só sei crer no Mistério.
De doutrinas não me importo!
Sinto-me bem no mar alto.
Só me recolho ao meu porto.
Convidam-me, e sempre eu falto.
De escolas, não sou aluno.
Se comunico, é em verso.
Sou muito diverso,
E uno.

(*) Alberto de Serpa, "Retrato Imperfeito de José Régio com uma sua poesia inédita",  Setembro 1970, Imprensa Portuguesa, Porto


4 comentários:

  1. Gostei muito do poema do José Régio.
    :)

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  2. Muito bonito este poema.
    Beijinho.:))

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  3. José Régio era muito isso, uma pessoa em permanente conflicto com a sociedade inteira (..."Não sei por onde vou/ Não sei onde vou/ Sei que não vou por aí!" — pelo menos tinha algo muito claro...).
    Morreu bastante novo, não foi? Adorava ter tido professores poetas!
    Que não passes frio nenhum, beijinho.

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  4. Venho desejar-lhe um bom fim-de-semana!
    Um beijinho grande :)

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