segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

Para nunca esquecer. Memória do Holocausto...


Encontrei hoje dois apontamentos que me levaram a escrever uma vez mais quanto é perigoso esquecer certas coisas.
No blog “Palavras daqui e dali” vi recordado o filme “Au Revoir Les Enfants,de Louis Malle, um dos filmes mais dolorosos que me lembro de ver. Fala de rapazes de 11 anos, judeus,  que foram levados para os campos. 
Como o foram estes meninos ciganos...
Como dizia à Isabel, tenho o DVD mas não consigo “rever” o filme,  visto há muitos anos, num cinemazinho de Roma, no Campo de' Fiori.

O filme baseia-se em acontecimentos verdadeiros que Louis Malle recorda: era ele o menino de 11 anos que estudava num colégio católico e um dia viu chegar a Gestapo e levar três colegas dele e um professor, que eram judeus.

O director do Colégio, não-judeu (não quero usar “ariano”), foi preso por os ter albergado, e mandado para o campo de Mauthausen.
Morreu pouco depois do Exército Americano ter libertado o campo. Recusara-se a sair dali enquanto o último francês não fosse libertado.

Chamava-se Lucien Bunel, era o Père Jacques. Hoje está na lista dos Justos entre as Nações, em Israel.

Depois, vi no blog Cozinha dos Vurdóns outra "evocação" dessas vítimas que não foram só judeus, mas ciganos, mas também homossexuais, mas também deficientes...
E ainda o blog "Zerafim" no seu post "Céu Negro" fala do mesmo assunto e da mesma necessidade urgente de "guardar a Memória"!

Para que não volte a acontecer... 

Foi aqui que "roubei" a foto do triângulo roxo e a belíssima imagem da "Chuva"...

A "Cozinha dos Vurdóns" revelava que o Governo alemão  vai construir um Memorial  dedicado aos ciganos mortos nos campos. Os “sintos e os rom” como eram conhecidos, "distinguidos" pelo triângulo roxo. 
Como os judeus tinham a sua estrela amarela e os homossexuais o triângulo cor de rosa.

Será o grande arquitecto israelita, Dani Karavan o seu criador.
"A menos de 100 passos do Reicshtag, perto da Porta de Brandeburgo"...

Porque os ciganos foram também deportados, como os homossexuias, como os comunistas.

A maior parte não voltou...

Citam um texto - chocante, verdadeiro e triste- de Esther Muznick (escritora judia portuguesa):

“Curvamo-nos e vemos pequenas placas incrustadas no chão, normalmente junto a prédios de habitação. São de cobre ou de latão dourado do tamanho da mão de uma criança e têm apenas gravadas um nome, a data e o local da deportação. “Aqui viveu Anita Bukofzer, nascida em 1930, deportada em 1943, assassinada em Aushcwitz.”

Pequenas placas que perpetuam a memória de judeus,  ciganos, homossexuais e deficientes, junto das casas onde viveram antes de ser levados para a morte.”



8 comentários:

  1. Vou ver se encontro o filme na net. Obrigada pela dica.

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  2. Um filme lindíssimo.

    E gostei imenso do seu post, onde aprendi.
    Um beijinho grande

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  3. Li alguns livros que me fizeram pensar na importância de não esquecermos. Lembro-me de "Os assassinos entre nós" de Simon Wiesenthal terá sido o primeiro e "Feras humanas" W. Langhoff e Georg M. Karst.

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  4. Já li diversos livros sobre o Holocausto e por muitos que venha a ler, é arrepiante saber que o que aparece escrito aconteceu! Por muito que se leia, custa a acreditar que alguém fosse capaz de um horror daqueles. É muito difícil encontrar uma palavra que defina uma pessoa assim. Qualquer adjectivo é demasiado suave...

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  5. Para nunca esquecer, lembramos.
    Para evitarmos os erros passados, lembramos.
    Para a construção do futuro, lembramos.

    Gostei muito de fazer essa blogagem coletiva entre amigos, é nessa hora que o carinho se espalha e a amizade ganha igualdade humana.

    bjs nossos a todas e beijos nossos a você, nosso Falcão semeador.

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  6. Fez bem em trazer à memória a tragédia!

    Faz doer! Uma dor física, sentida, de angústia, e de ódio e desprezo por quem foi capaz de cometer aquelas atrocidades.

    Infelizmente os genocídios não acabaram... Em África, no Sudão, continua essa senda de matar com sofrimento, com tortura, com fome e com desprezo pelo SER HUMANO.

    Obrigado por nos trazer estas recordações tão dolorosas. Para que nunca esqueçamos...

    Abraço.

    Raul

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  7. Fiquei contente por ver que afinal não é inútil "falar", lembrar, apelar aos outros. Pela indignação dos que responderam, senti que tudo vale a pena!
    Não nos podemos calar...

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  8. Gestena pela citação querida falcão.

    Precisamos da cicatriz para que se explique o poder do corte.

    que a era não volte mais.

    zerafim

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