sábado, 4 de fevereiro de 2012

Guildford, Alice e as maravilhas...


Alice e as maravilhas… As maravilhas do livro, as maravilhas que todos os dias se descobrem numa terra linda e tranquila como Guildford. 
Os parques, as flores, as árvores, os animaizinhos. As raposas e os esquilinhos que vêm visitar-nos assim que nos afastamos da cidade.


Ontem, vi uns flocozitos de neve cairem devagar sobre a High Street, em Guildford.


Dia  enevoado e, de repente, a suavidade e a beleza da neve. Pouco durou o encanto, porém. Desci até perto da ponte que vai até à Igreja de São Nicolau.

Frio. 

Perto da margem do rio Wey, um homem, ainda novo, mal agasalhado num casaco curto e com as mãos vermelhas e geladas, recolhe sem nos olhar, dois sacos de lixo.

Vai abri-los mais adiante, ao abrigo dos olhares de quem passa.

Continuo.

Mesmo ali ao lado, num relvado, as figuras de Alice e da irmã, de livro aberto. A irmã, apoiada no cotovelo, lê. Alice olha para longe. Procura qualquer coisa. Ou viu qualquer coisa que a interessa?

Alice estava aborrecida e sonha, porque "o livro sem imagens nem conversas não a diverte".

E  descobre o coelho branco, a correr em frente delas, que salta para a sua toca, naquele momento, apanhado no seu movimento pelo escultor, Edwin Russel (1984).
Ela olha, e o coelho foge à frente dela...

 Em redor nascem os daffodils (gosto desta palavra!) - narcisos-, em pequenos tufos amarelos.

Noutros canteiros nasceram as florinhas brancas, de que ignoro o nome, e que dizem ser as primeiras flores da Primavera. Mas a Primavera vem tão longe, pensei. Tanto frio, tanta geada, como vão aguentar?

Delicadas aparentemente, explicaram-me, mas de caules fortes, nascem debaixo da neve e, desde que surja um sopro de calor, rebentam.

O homem afasta-se no nevoeiro, procurando algum calor na cidade. 

Ficam as figuras das duas meninas a ler e do coelho branco a pular…

Lewis Carrol quase não viveu em Guildford, teve uma casa alugada perto  e vinha muitas vezes. Terá ido ao Pub Britannia?

O livro "Alice in the Wonderland" poderia ter-se passado aqui... Podia ter-se passado em toda a parte. Onde há imaginação e poesia.

Pelo menos, os habitantes da terra "quiseram" que ela ficasse imortalizada ali, perto do rio Wey, perto do choupal, das pontes.

Debaixo daquele relvado está o mundo maravilhoso, da fantasia ...que tentaremos descobrir, se tivermos a coragem de entrar por aquele mesmo buraco e passar para lá do espelho…

E imaginar.

2 comentários:

  1. A Alice foi (e ainda é...) uma boa companhia que tive (pode dizer-me qual é o caminho? Isso depende, linda menina, de para onde tu queres ir...) lembra-se? Aproveitem bem, carreguem baterias.
    Beijinhos e saudades
    Luísa

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  2. Lindo.
    De um conto trouxe-nos outro belo conto.
    E que mais histórias de encantar?...
    Beijinhos

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