Livros e escritores: Jane Austen!
Viajando, viajando, há pouco fui parar a Winchester!
Lembrava-me da canção dos Beatles, “Winchester Cathedral”, mas havia outra memória que não identificava no momento. Para mim Winchester era algo mais!
Para começar, uma linda catedral.
A construção da Old Minster, a catedral saxónica, é iniciada por meados de 648. Foi substituída pela Catedral Normanda e finalmente demolida em 1093 quando o velho e o novo edifício se transformam num só.
Reconstruída, destruída, restaurada... e os séculos vão passando sobre ela. O tempo passa por cima dela e deixa as suas marcas.
Como os diversos estilos que vai acumulando.
A aparência é grandiosa, sobretudo a vista sobre a Catedral do lado noroeste, mostrando a fachada oeste, a torre, o transepto, a imensa nave...
Relvado em volta, comum em toda a Inglaterra.
Frente à Catedral um adro espaçoso, lajeado.
Em redor, a cidade velha, os jardins, as flores, as árvores, o verde imaculado que nos espreita por toda a parte.
A linda nave central, infinita, os tectos pintados e esculpidos em madeira - que se podem ver nos seus pormenores, através de espelhos sabiamente colocados.
Um jogo de espelhos, de cores, de dourados, de pedra branca.
(Oh! como a Agatha Christie devia gostar disto ela que tanto escreveu sobre os jogos de espelhos.)
Dentro, a luz, os vitrais, as ogivas, os espaços abertos.
Entusiasmei-me, gostei, e andei de cabeça no ar a ver tudo.
Um grupo de jovens preparava um concerto e arrastam o peso dos violoncelos até se conseguirem organizar e começar a tocar.
Vou lendo o Guia que comprei à entrada. E, de repente, descubro aquilo de que me esquecera: a escritora Jane Austen está ali enterrada, na Catedral! Era a memória esquecida...
Procuro a nave lateral esquerda. Lá está, na parede de pedra, a lápide negra com letras gravadas a ouro.
Em baixo, no degrau, um ramo de flores brancas que me pareceu sem vida.
Tinha preferido que não estivesse lá.
Ao lado, havia uma Exposição sobre Jane Austen e os lugares nos arredores de Winchester por onde ela passara, vivera: Bath, Southampton, Chawton, Winchester...
... Até morrer, com uma doença incurável, ainda hoje incerta, na cidade de Winchester, acompanhada apenas pela irmã, e grande amiga, Cassandra.
É uma personalidade que admiro muito.
Relembro coisas da biografia dela, das opiniões dela, do que ia descobrindo dentro das pessoas em toda a parte.
NOTA: Existe um blog completíssimo sobre Jane Austen:
Jane Austen nasceu em Steventon e passa muitos anos com a família no Presbitério (o pai de Jane era Presbítero).
Quando fala, por exemplo, da realidade -a matéria prima, podíamos dizer...- sobre a qual escreveu.
Quando fala, por exemplo, da realidade -a matéria prima, podíamos dizer...- sobre a qual escreveu.
Diz em carta de 9 de Setembro de 1814:
"Há três ou quatro famílias nesta aldeia campestre: é o que tenho para trabalhar!”
As mesmas aldeias provincianas de sempre - e as suas gentes –foram o seu material.
Houve, em tempos passados, ainda o pai era vivo, uma estadia em Bath com a família, no ano de 1801.
Bath e as férias
Bath era um local de termas, de convívio nas férias, e aparece muitas vezes citado nos seus romances.
A seguir à morte do pai, em 1806, há a mudança para Southampton com a mãe e as irmãs.
Mais tarde, em 1809, mudam de novo, devido a dificuldades financeiras, para Chawton onde o irmão, rico, lhes empresta a casa.
Muito doente, em 24 de Maio de 1817, decide ir viver para Winchester à procura de um tratamento que a salve. Ali vai morrer, em 18 de Julho de 1817.
Segundo a sua biógrafa, Claire Tomalin, nada de especialmente traumático se passara durante a vida dela (tal como, aparentemente, na vida das crianças de que falou Dickens)- tudo parece tão vulgar, tão banal.
Catredal de Winchester, Precinto
Mas não significa que, se olharmos atentamente para a sua infância, tenha sido sempre calma a vida dela no presbitério...
“Foi, pelo contrário, -continua Claire Tomalin- uma infância cheia de eventos, de tristeza e de alguns acontecimentos que deixaram nela as suas marcas. (...) Coisas que, no entanto, soube ultrapassar.”
E das quais falou maravilhosamente...
Muito doente, em 24 de Maio de 1817, decide ir viver para Winchester à procura de um tratamento que a salve.
Ali vai morrer, em Julho de 1817.
Deixo-vos o que vi... E com o que escolhi para lerem...
As fotografias de Winchester que não estão legendadas são minhas...
Belíssimo post.
ResponderEliminarGosto da Jane Austen.
Capas de livros muito bonitas. Tenho esse "Sensibilidade e bom senso".
Um beijinho grande e uma boa semana
Tens de o ler!
EliminarConfesso que só vi o filme «Sensibilidade e Bom Senso», de que gostei muito. Bjs!
ResponderEliminarTem de ler, Margarida! penso que a sua sensibilidade vai-se sentir em boa companhia!
EliminarGrato pela partilha
ResponderEliminardesta viagem
Um post fantástico.
ResponderEliminarUma escritora que tenho que ler. O Orgulho e preconceito anda aqui ao lado do pc há meses, eheheh.
Beijo meu belo Falcão Lunar.
Que bom que estiveste em Winchester!
ResponderEliminarViste a Mesa Redonda do Castelo?
Sei que gostas muito de Jane Austen, só li dela Orgulho e Preconceito.
Muitos beijinhos
Sim, É tudo lindo! Vou-te mandar uns links com fotografias.
EliminarBeijinhos
Postagem muito bela. Há um livro que me despertou um grande interesse: "Aula na Biblioteca", não conhecia.
ResponderEliminarTambém vi "Sensibilidade e Bom Senso" que me encantou.
Beijinhos!:)
Penso que não é um livro, mas sim um poster a falar de uma conferência sobre ela, no Brasil, pela Adriana Zardini que dirige um blog "só" sobre Jane Austen. Muito interessante. beijinhos
Eliminarhttp://www.janeaustenbrasil.com.br/2012/02/mansfield-park-e-para-se-ler-com-calma.html
MJ,
ResponderEliminarObrigada, não tinha reparado que era um post. Li as suas palavras vi as imagens mas não me detive nelas.
Corro o risco de superficialidade mas é a vontade de a ver e de não poder estar muito tempo.
Beijinho.
É sempre tão bom que venha...
ResponderEliminarMJ,
ResponderEliminarAcabei de fazer uma longa a maravilhosa viagem!! Muito obrigada.
Mas tenho urgentemente que regressar ao trabalho.
Beijinhos