"Juliette Gréco Nasceu em Montpellier em 7 de Fevereiro de 1927. Criada, com a irmã Charlotte, junto da avó materna - porque os pais se separaram muito cedo.
A mãe, doida pela própria liberdade e vontade de emancipação, desaparece nos seus sonhos de artista, ausenta-se, abandona-as. Entrega-as aos pais".
E, cruelmente, diz-lhe que nunca quis que ela nascesse, que ela foi apenas um "acidente" na sua vida.
Juliette viveu uma infância e adolescência melancólicas.
Solitária, sentindo-se “ mal –amada”, numa constante insatisfação, com uma ferida no coração que vai determinar a sua vida, as escolhas, a rebeldia. Exprime-se melhor pelos gestos e pela dança do que pelas palavras. Toda a sua expressão gestual se vai encontrar e libertar, no modo com interpreta as canções...
Transforma-se em "La petite môme" da canção que Léo Ferré escreveu para ela e que ela canta magnificamente.
"Um dia, o avô morre e a avó deixa de poder tomar conta das netas. Voltam para a mãe: direcção Paris, rue de Seine, em Saint-Germain des Près, para casa da mãe.
Juliette entra na Escola de Dança da Opéra de Paris. Mas 1938 aproxima-se rapidamente, a guerra chega.
A mãe e a irmã entram na Resistência. São presas e morrem as duas, num campo de concentração. Juliette escapa à morte, devido à sua pouca idade.”
E à sorte...
A mãe e a irmã entram na Resistência. São presas e morrem as duas, num campo de concentração. Juliette escapa à morte, devido à sua pouca idade.”
E à sorte...
Vi-a falar sobre isto tudo no programa que a ARTE/TV lhe dedicou há dois dias. Foi a primeira actriz francesa a voltar à Alemanha depois da Guerra.
"Cantei, mas as lágrimas corriam-me pelo rosto", confessa.
Um jovem vem ter com ela, no final do espectáculo, e pergunta-lhe:
“Como pôde vir cantar para nós? Não nos odeia?”
Ela responde:
“A si, não. Ao seu pai com certeza...”
A “petite môme” segue o seu caminho, fazendo as suas escolhas, cantando, fazendo filmes até ao momento em que percebe que ela era uma cantora acima de tudo. E abandona os papéis no cinema...
Saint-Germain é o seu terreno, o tempo é o dos existencialistas, dos "caveaux".
Os seus amigos são Brel, Ferré e a escritora Françoise Sagan, quase uma irmã gémea.
Saint-Germain é o seu terreno, o tempo é o dos existencialistas, dos "caveaux".
Os seus amigos são Brel, Ferré e a escritora Françoise Sagan, quase uma irmã gémea.
Numa entrevista à revista L' Express, em resposta à pergunta:
"Qual a sua relação com a cena hoje que festeja os seus 85 an os e os 63 anos de canção, no Théâtre du Châtelet?", responde, com simplicidade que a caracteriza:
"Qual a sua relação com a cena hoje que festeja os seus 85 an os e os 63 anos de canção, no Théâtre du Châtelet?", responde, com simplicidade que a caracteriza:
“É um encontro de amor louco, de esperança, de desejos, de sedução. Foi sempre. Amo apaixonadamente o meu público e é por isso que canto coisa difíceis, por respeito profundo.
Como Brel, Brassens, Ferré, Barbara que foram para mim artistas exemplares, e apaixonados respeitosos do público...”
Como Brel, Brassens, Ferré, Barbara que foram para mim artistas exemplares, e apaixonados respeitosos do público...”
La Javanaise (de Serge Gaisnbourg)
Sous le ciel de Paris
La Javanaise, cantada por Serge Gainsbourg:
Uma mulher bonita e uma bonita voz.
ResponderEliminar