quinta-feira, 27 de dezembro de 2012

Um policial que vem do Japão!

O Natal traz sempre surpresas agradáveis e desta vez esta minha prenda veio de longe: um policial japonês, na minha árvore de Natal! Aliás, um cofre com três livros de Seichô Matsumoto! 

(Para não falar do super telemóvel que me faz "andar às aranhas" tão sofisticado me saiu. Mas os filhos são assim e não gostam de ver as mães a andar para trás, preferem vê-las "às aranhas"...até aprenderem! E as lições são intensas e duras!)



O livro de Matsumoto é primeiro romance policial japonês que leio e estou entusiasmada: Chama-se Tokyo Express
Matsumoto nasceu em 21 de Dezembro de 1909 e morreu em 4 de Agosto de 1992.



Os outros dois volumes intitulam-se Le Vase de Sable e La Voix (editions Pickier Poche).

Fiquei a saber pela nota de apresentação que Matsumoto foi um jornalista num dos maiores jornais do Japão - Asahi - e que, em 1952, recebeu o Prémio Akutagava, um dos mais prestigiados do Império do Sol Nascente, pelo seu livro Histoire du Journal de Kokura.
 Hiroshige

Em 1958, escreveu Tokyo Express que foi um best-seller.
E Matsumoto tornou-se numa legenda no seu país. Chamam-lhe mesmo "o Simenon japonês"...

"Nos bares de Tokyo, o inspector Mihara descobre os podres e a verdade da corrupção de muitos, no fundo de um copo. Nos comboios de Kamakura a Hokkaido, tem estranhos pressentimentos frente a uma paisagem de números e aprende a poesia japonesa num  horário dos caminhos de ferro."


foto da autora

Comboios, corrupção e poesia...

Deste romance Tokyo Express, na Histoire de la Littérature Populaire Japonaise a escritora Cécile Sakai escreve:

"As personagens são todas insignificantes: a narração obedece  às leis de um realismo levado ao extremo e que nos choca pela recusa de qualquer forma de heroísmo."


óleo de Ventura Porfírio
Matsumoto, com 27 anos



3 comentários:

  1. Venho desejar-lhe um óptimo 2013.
    Que nos possamos visitar mais no
    próximo ano.
    Tudo de bom para si.
    Bj.
    Irene Alves

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  2. Grandes prendas! Imagino o seu entusiasmo com os policiais!

    E o telemóvel tem-lhe dado dores de cabeça?
    Mas esse tempo de andar "às aranhas" acaba rápido, já que a "aluna" aprende depressa e os professores são bons de certeza!

    Gostei muito do post; quando coloca post sobre policiais, fico sempre com vontade de ler algum. Gosto, mas é um género que leio pouco.

    Um beijinho grande

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  3. Maria João,
    Nunca li policiais japoneses. Gosto muito da poesia, da literatura, da arte e da beleza com que o povo tradicionalmente se rodeava. Os néons do século XX e XXI não me dizem nada.
    Boas leituras e adorei esta postagem. Irei estar atenta aos policiais japoneses.
    A minha filha e o meu marido andam a aprender japonês. Eu limito-me a sorrir porque é muito complicado. Cá em casa somos amantes da cultura japonesa! :)
    Obrigada! :)

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