Chesney
Henry “Chet” Baker Jr. é um músico de jazz, americano. Nasceu em 23 de Dezembro
de 1929 e morreu num dia 13 de Maio, em 1988: faz amanhã 27 anos.
Era novo
ainda, tinha 58 anos, no entanto estava gasto e amargurado pela vida. Era um ser vulnerável e frágil, como certos artistas.
O pai de Chet era guitarrista profissional e a mãe (com origens norueguesas) era uma pianista de talento. Chet começou a cantar no coro da Igreja, como tantos outros músicos de jazz. Mais tarde, começou a tocar trombone, influenciado pelo pai, e depois trompete- porque o trombone era demasiado grande.
Espírito instável, a sua vida é um entrar e sair de vários "estádios" e ambientes.
Estuda uns anos na Glendale Junior High School mas aos 16 anos deixa a escola e alista-se no Exército, em 1946. Colocado em Berlim, entra para a Orquestra do Exército (a 298th Army Band).
Por curiosidade, recordo que John Coltrane fez mais ou menos o mesmo “percurso” – só que se alista na Marinha.
Por curiosidade, recordo que John Coltrane fez mais ou menos o mesmo “percurso” – só que se alista na Marinha.
Chet Baker deixa o exército em 1948 e vai estudar Teoria e Harmonia no El Camino College de Los Angeles. Volta a deixar a escola e a alistar-se no Exército em 1950 onde entra noutra Banda do exército.
Trompetista
de jazz de génio – e tocador de flugel horn (espécie de trompete com uma
abertura) é considerado ainda hoje um dos melhores.
o flugel horn
Outra das suas qualidades é
a voz maravilhosa, diferente. Vários álbuns, especialmente dos anos 50, chamaram
a atenção da crítica para este vocalista: "Chet Baker Sings" ou "It Could Happen to You”.
Depressa, porém, começa a tocar nos jazz clubs de San Francisco. E volta a deixar o exército para prosseguir a carreira de músico profissional.
Um historiador do jazz, David Gelly, considerou-o "um misto de Frank Sinatra, James
Dean e Bix" (1). Bix muito anterior e pouco conhecido do público de hoje - era Leon Bix Beiderbecke
(1903-1931).
A
sua carreira é marcada pelo encontro com o grande Charlie Parker (Bird) com quem toca
em 1952.
Toca também com o saxofonista Gerry Mulligan e o seu Quarteto. Ou com Miles Davis.
Toca também com o saxofonista Gerry Mulligan e o seu Quarteto. Ou com Miles Davis.
Chet Baker, Miles Davis e Eric Rolfson
Em 1953, a revista "Metronome" considera-o "Top Trumpet".
Chet Baker e Art Pepper
Nos
anos 60, os problemas com a heroína e os tratamentos com metadona desequilibram-no e “marcam-lhe” o
destino. Foi preso várias vezes e, em 1966, foi espancado por “dealers” a
quem não teria pago a droga. E partiram-lhe os dentes. Esteve vários anos sem tocar.
Chet Baker, 1983
Os seus problemas com as drogas deram-lhe notoriedade. Passava o tempo a entrar e a sair da cadeia e falava-se dele. Até que, nos anos 70/80, o sucesso volta, e a carreira ressurge.
Para isso é o músico Dizzy Gillespie quem, nos anos 70, o ajuda, organizando um concerto no New York City
Half Note Club. São dois trompetistas fantásticos e o sucesso estava garantido.
a trompete de Dizzy Gillespie
Toca com Stan Getz -como tocara com tantos outros. Viaja, tem sucesso.
Chet Baker e Stan Getz, 1983
Em
1988, depois de um concerto em Hannover, morre de modo misterioso –suicídio, acidente? É encontrado morto em
frente do hotel , em Amesterdão, e a janela do seu quarto no 2º andar estava aberta.
Mais
tarde, em 1997, sai a biografia incompleta “Como Se Tivesse Asas” (As Though I Had
Wings) e a biografia de James Gavin Deep in a Dream: The Long Night of
Chet Baker, de 2002, que trouxeram novas luzes sobre o grande músico.
o vulnerável Chet Baker
A canção que escolhi Almost Blue (Quase Azul) creio que está dentro do que ele desejou: asas, céu azul, absoluto inalcançável.
Quase...
Como não pensar em Mário Sá-Carneiro?
Quase...
Como não pensar em Mário Sá-Carneiro?
"Um
pouco mais de sol –eu era brasa,
Um pouco mais de azul –eu era além.
Para
atingir, faltou-me um golpe d’asa…
Se ao menos eu permanecesse aquém."
(1) Bix era pianista cornetista e compositor de jazz.
Outros "videos" de Chet Baker:
Gosto de o ouvir.
ResponderEliminarÉ pena que tantos grandes talentos, mesmo actualmente, morram jovens entregues às drogas e ao álcool. O que lhes pesa tanto, na vida, se aparentemente têm tudo para lhes ser leve?...
Um beijinho:)
São vidas difíceis, que nós nem imaginamos. E ele era um génio, o que torna tudo mais difícil ainda...
ResponderEliminarFANTÁSTICO! Magnífico músico; Magnificas músicas.
ResponderEliminar~ ~ ~
ResponderEliminar~~ Excelente, em nota máxima, não apenas como músico, mas também
pela extraordinária sensibilidade das suas interpretações.
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~~~~~ Beijinho. ~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~~
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