Tenho
mais uma história para contar, uma história simples que nos leva a pensar que
os animais, apesar de não terem a nossa voz, comunicam.
Bem dizia Hamlet "Há mais coisas no céu e na terra daquilo que sonha a tua vã filosofia, Horácio..."
O que sabemos nós dos pombos? Dos animais a que chamamos "irracionais", das plantas e das flores? Parece que também "comunicam"
Aqui vai a história: não sei se já contei que há uns dias (exactamente há cinco dias!) me apareceu
na cozinha um pombo que veio a cair pelo tubo que serve de “chaminé”.
Tinham
vindo arranjar o esquentador nessa tarde mas desde manhã que eu ouvia ruídos
estranhos, raminhos a caírem e um piar assustado. Pensei que havia um ninho ali por cima e tive medo que algum pombo estivesse entalado no tubo. Assim era, de facto. O técnico a certa altura
chamou-me e disse:
“A senhora tem aqui um passarinho. Vi-lhe a cabeça a sair do tubo e puxei-o para fora. Está um bocado atordoado, talvez intoxicado.”
“A senhora tem aqui um passarinho. Vi-lhe a cabeça a sair do tubo e puxei-o para fora. Está um bocado atordoado, talvez intoxicado.”
E deu-mo para as mãos. Fiquei
contente, confesso - estava mesmo a pensar que a avezinha ia morrer. Era um pombo ainda muito pequeno, tinha um tufo loiro de penugem que ainda não eram penas. Depois
preocupei-me com a ideia de ele ficar por aqui.
“E se ele fica por cá como os outros dois de
há uns anos?”
Fui pô-lo
na varanda num caixote com água e umas sementes ao acaso, cereais, cevadinha, o que tinha. Chegou a noite e ele não se mexia. Estava uma noite escura e cheia de nuvens escuras. Ia ter frio o passarinho.
Na manhã seguinte, o pombinho tinha conseguido saltar do caixote e estava escondido detrás de uns vasos. Quando o chamava encolhia-se e se me aproximava afastava-se devagarinho rente ao chão.
Na manhã seguinte, o pombinho tinha conseguido saltar do caixote e estava escondido detrás de uns vasos. Quando o chamava encolhia-se e se me aproximava afastava-se devagarinho rente ao chão.
Todas
as vezes que o ia espreitar, estava em sítios diferentes. Abria as asas, agitava-as mas não
sabia voar. Era um pombo novinho ainda sem penas no alto da cabecinha. Estava assustado. Tremia.
Nessa tarde, vimos uns pombos poisarem no parapeito da varanda. Quando nos viam fugiam, mas voltavam depois.
Um dos pombos – ou pomba?- metia mesmo a cabeça entre as grades como se estivesse a ensinar a saída ao pombo. Ele ia lá, tentava, mas não conseguia passar e fugia para detrás de outro vaso.
Nessa tarde, vimos uns pombos poisarem no parapeito da varanda. Quando nos viam fugiam, mas voltavam depois.
Um dos pombos – ou pomba?- metia mesmo a cabeça entre as grades como se estivesse a ensinar a saída ao pombo. Ele ia lá, tentava, mas não conseguia passar e fugia para detrás de outro vaso.
Mais um dia e tudo igual, mas ele passeava mais à vontade
no chão e saltava para o vaso da roseira e ficava encostado à grade a olhar
para fora. Fazia-me pena. Não sabia como livrá-lo daquele problema. Os
visitantes apareciam e desapareciam.
Ao
princípio nem sabia o que era, não me lembrava do pombo. Fui à varanda e não vi nem pássaro nem nada, só o
caixote de cartão! E os vasos com as flores que começaram a rebentar há pouco.
"Voou!
O pombo voou! Que bom."
Estava verdadeiramente contente. Confesso que, egoisticamente, pensava que ter ali um pombo ia
ser mais um problema. Fiquei aliviada!
:) Gostei da história do Pombo que tinha amigos que o ajudaram a escapar :)
ResponderEliminarÉ sempre terno tratar assim com animais de que não sabemos quase nada!
ResponderEliminarBom finde, aqui está um fresquinho muito agradável.
Ainda me lembro do episódio dos dois pombos e do desgosto que teve...
ResponderEliminarGostei de saber que desta vez, tudo correu bem...
Beijinho, MJ,
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