Leonard Cohen já não vai poder ganhar o Prémio Nobel de Poesia! E lamento, confesso. Este poeta -troubadour- eu preferia-o a
Dylan. Partiu e não voltará mais e, claro, não poderá ter o Nobel, mesmo que inventassem o Nobel da Música Poética.
O
seu canto de protesto atingia-me de outra maneira. Músicas de amor e de ódio como ele intitulou um dos seus álbuns. Tão profundo o seu mergulho na dor, no amor, no ódio.
Alguns tópicos sobre a sua vida. Leonard Cohen nasceu em 21 de Setembro de 193, em Westmount, cidade do Canadá, na província do Québec, ilha de Montreal e morreu em 7 de Novembro de 2016.
Leonard o insatisfeito; o caminhante da vida, o viajante à procura de um sentido; o homem que espera um chamamento de algures. À espera, sempre, de um absoluto terreno. Antes do outro - incerto esse.
Era um
caminhante da vida, ele, e é na vida que tudo se joga. Um caminhante das várias estradas da vida.
Que o levou a viver num ambiente "zen", com o seu Mestre, para quem cozinhava e onde -imprescindível, dizia ele- havia uma máquina de café expresso!
Alguns tópicos sobre a sua vida. Leonard Cohen nasceu em 21 de Setembro de 193, em Westmount, cidade do Canadá, na província do Québec, ilha de Montreal e morreu em 7 de Novembro de 2016.
Leonard o insatisfeito; o caminhante da vida, o viajante à procura de um sentido; o homem que espera um chamamento de algures. À espera, sempre, de um absoluto terreno. Antes do outro - incerto esse.
Leonard Cohen 2007 (Montreal)
Que o levou a viver num ambiente "zen", com o seu Mestre, para quem cozinhava e onde -imprescindível, dizia ele- havia uma máquina de café expresso!
Por isso, por essa procura aberta, a sua constante interrogação de um 'deus desconhecido' que interpela directamente, no modo judaico de orar, falando directamente com Deus. Porque Leonard Cohen era um judeu. E era um homem religioso à procura de uma resposta. Por quê viver, sofrer, morrer. Qual o sentido do absurdo de viver para se morrer?
Era por vezes, também, a interrogação a um deus que fosse humano, um Cristo torturado e
sofredor. Ou, então, ao Deus bíblico a quem, como o Rei David, cantava os seus salmos de amor e de dúvida. Porque as suas canções que quereriam ser um diálogo não têm resposta - e as suas perguntas fazem parte do seu monólogo.
Procurou a espiritualidade do Budismo, procurando o Zen e chegou a ser monge budista. Procurou-a continuamente na poesia e na música.
O último álbum é mais uma "conversa" com um Deus silencioso. O verso de uma das canções, "You want it darker?" diz exactamente: "I'm ready, my Lord", como se a "luta" tivesse acabado ou o tivesse cansado.
Foi muito cedo poeta e escritor - antes de ser músico -romancista, poeta, escreve desde muito cedo.
Em 7 de Novembro, na sua casa de Los Angeles, Leonard Cohen retira-se para sempre. Deixando-nos um grande vazio.
Procurou a espiritualidade do Budismo, procurando o Zen e chegou a ser monge budista. Procurou-a continuamente na poesia e na música.
O último álbum é mais uma "conversa" com um Deus silencioso. O verso de uma das canções, "You want it darker?" diz exactamente: "I'm ready, my Lord", como se a "luta" tivesse acabado ou o tivesse cansado.
Foi muito cedo poeta e escritor - antes de ser músico -romancista, poeta, escreve desde muito cedo.
De facto, só com 30
anos começa a compor músicas, a cantar - e entra em cena (1967). Canções como “Songs of Leonard Cohen” são logo
êxitos tal como como "Suzanne", "So long Marianne", "Sisters of Mercy".
Suzanne, Marianne, outra Suzanne depois e outras mulheres amadas para quem escreveu.
Em 1973, durante a Guerra do Yom Kipur, faz uma série de espectáculos grátis, em Israel, para os soldados israelitas (Unetaneh Tokef : "Who by fire").
Na Grécia, com Marianne que era norueguesa
Em 1973, durante a Guerra do Yom Kipur, faz uma série de espectáculos grátis, em Israel, para os soldados israelitas (Unetaneh Tokef : "Who by fire").
Guerra do Yom Kipur,1973, Israel
Em 1988, sai o LP “I’m your man” que vai ter um grande sucesso. Com canções maravilhosas como “First we take Manhattan” ou “Take this waltz” - em que a letra é de Federico Garcia Lorca, homenagem de Cohen ao grande poeta andaluz, assassinado pelos franquistas.
Federico Garcia Lorca
Entre
os fans do novo álbum surgem jovens cantores como Elton
John ou Bono que decidem publicar um álbum que lhe é dedicado: intitulado "I’m your fan”.
Em 1994, porém, Cohen retira-se para um mosteiro budista, perto de Los Angeles, fecha-se, ouve
o seu Mestre e, no isolamento e no silêncio, talvez tenha encontrado alguma forma de paz ou de aceitação.
Terá sido ordenado
monge em 1995 com o nome de “Silencioso” (Dharma). Há muitas histórias
sobre ele, contadas de várias maneiras, que não sei quanto são verdades.
Em
2011, recebe em Espanha o Prémio Príncipe de
Astúrias. Comove-se ao recebê-lo.
E, em 2016, sai o seu testamento literário: "You want it darker", precisamente 19 dias antes da sua morte.
E, em 2016, sai o seu testamento literário: "You want it darker", precisamente 19 dias antes da sua morte.
Em 7 de Novembro, na sua casa de Los Angeles, Leonard Cohen retira-se para sempre. Deixando-nos um grande vazio.
Também gosto mais do Leonard Cohen do que do Bob Dylan e tenho imensa pena de não ter ido vê-lo ao vivo da última vez que cá esteve. Podia ter ido com uns amigos e recusei. Fui burra! paciência...
ResponderEliminarBeijinhos. Boa semana.
Gostei de saber tudo sobre L. Cohen, grande cantor sem dúvida. Mas hei-de reconhecer que Bob Dylan, (assim como Freddie Mercury), estão entre as minhas grandes paixões... Cuida-te muito, bjinho
ResponderEliminarTeve uma filha que se chama Lorca...
ResponderEliminarTambém o aprecio bastante, tenho-o homenageado e um
'post' preparado para publicar com a sua música.
Saúde e paz, estimada MJ.
Beijinho
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Foi na adolescência que descobri a música de Leonard Cohen. Inícios de 70, através do FM do RCP e o primeiro LP que comprei foi o "The Songs of Leonard Cohen", embora os meus favoritos sejam o "New Skin for an Old Ceremony" e o "Recent Songs". Quando foi atribuído o Nobel a Dylan achei que o júri se tinha enganado (e Cohen estava em apuros financeiros, que o obrigavam a estar em digressão para pagar dividas, fruto de maus investimentos de "terceiros"). A sua música dos nos 70 é a minha favorita e continua a tocar por aqui. Gostei imenso do que li, numa época em que a memória se perde na espuma dos dias.
ResponderEliminarBom fim-de-semana!
Rui