Depois da manifestação em Paris que contou mais de um milhão e meio de pessoas nas ruas, o que fica? A imagem de tanta gente de todas as idades que quiseram defender o direito a expressão, à liberdade de se "ser" e de se criticar. Jovens, menos jovens, adolescentes de lápis espetados nos cabelos, crianças até aos ombros dos pais...
in jornal Le Monde online, hoje
Há quem já fale de hipocrisia e oportunismo - e dizem que tudo vai ficar como dantes. Não acredito, mas sei que é um risco. No entanto há gestos que "vinculam" mesmo os dirigentes mais hipócritas. PARA JÁ, FOI UM BELO ENCONTRO!
Em que desfilaram, juntos, coisa impensável, Netanayahu e Mahmud Abbas. Em que, unidos, gentes de diferentes raças e credos políticos e religiosos, desfilaram lado a lado um milhão e meio de pessoas - só em Paris. E outro milhão e meio, no resto da França.
E cinquenta dirigentes políticos "sentiram a necessidade" de participar, o que é um bom princípio. Nada é inútil e todos os gestos contam.
Continuar a acreditar?
Claro.
Com a dor e as lágrimas sentidas, os jornalistas do Charlie Hebdo preparam um novo número para sair no dia 14 deste mês.
As instalações ficaram completamente destruídas e, de momento, estão a trabalhar nos locais do jornal Libération cujo director os convidou e lhes abriu as portas. Solidariedade parece ter um sentido outra vez.
Com a dor e as lágrimas sentidas, os jornalistas do Charlie Hebdo preparam um novo número para sair no dia 14 deste mês.
As instalações ficaram completamente destruídas e, de momento, estão a trabalhar nos locais do jornal Libération cujo director os convidou e lhes abriu as portas. Solidariedade parece ter um sentido outra vez.
"Nous sommes Charlie"
Muitos jornais se cotizaram para ajudar "Charlie", muitos artistas darão espectáculos cujos ganhos reverterão para o jornal devastado pelo fanatismo e pelo ódio.
Plantu e a pomba
Ontem, na primeira página do jornal Le Monde, Plantu, grande desenhador e humorista do jornal desenhou uma nova imagem da Liberdade e disse:
“É preciso continuarmos a rir-nos de nós e dos outros e a pôr em ridículo o que é risível, com os nossos desenhos.”
“É preciso continuarmos a rir-nos de nós e dos outros e a pôr em ridículo o que é risível, com os nossos desenhos.”
Plantu em Le Monde de ontem
Portanto,
a sátira continua viva! A imaginação e o humor e a inteligência vão continuar a luta. Os lápis e canetas empunhados durante a manifestação
de hoje vão continuar a escrever e a apontar.Os desenhos apenas feitos a apoiar Charlie...
A tinta vai continuar a correr... Cada um dizendo o que é seu e pensa que é importante dizer aos outros.
Escrever ou desenhar! Ou tocar e cantar!
Liniter, argentino
Arcadio
A tinta vai continuar a correr... Cada um dizendo o que é seu e pensa que é importante dizer aos outros.
Escrever ou desenhar! Ou tocar e cantar!
Há uns momentos, começou o concerto-homenagem #Je Suis Charlie, na Maison de la Radio de Paris: com uma série de cantores dos mais novos aos mais antigos.
Alain
Souchon, Julien Clerc, Patrick Bruel, Natalie Dessay e Michel Legrand, entre outros.
E desenhadores como François Boucq. Humoristas. Animadores que vieram dar o seu apoio. Os ganhos do espectáculo reverterão para o jornal Charlie Hebdo.
Eu deixo o meu desenho: a minha pomba branca a voar, gordinha, sobre Paris! Desistir de acreditar? Ah, isso nunca!
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