Sou "Charlie" vai apagar-se nas
memórias. Ou talvez não. A maior parte dos que foi à rua, de madrugada, para estar em filas infindáveis, a tentar
comprar o novo número de 'Charlie Hebdo', nem conheciam o jornal, nem o que ele dizia. Não conheciam
Charlie nem antes, nem depois. No entanto, moveram-se” para o ter em casa, para
o dar a uma pai mais curioso, para mostrar aos filhos um dia...
Até já me disseram que "parecia a bicha para os saldos". Que importa? Queriam mostrar alguma coisa de si, do que os tinha chocado, do que não queriam que voltasse a acontecer. O gesto conta. Para mim conta.
Não vou voltar a escrever “eu sou Charlie”
(ou talvez escreva!), porque o importante não é escrevê-lo, ou dizê-lo, é, sim,
realizá-lo: ser capaz de, em cada situação injusta, criticar; ser capaz de ouvir as críticas dos outros, de viver em sociedade
com os que têm as nossas opiniões e com os que discordam delas.
Sem “fundamentalismos”,
pois há muita forma de radicalização e a pior e mais frequente é não ouvir os outros, pensar que nós é que sabemos, e não
respeitar a diferença dos outros: seja ela física, religiosa, ou apenas diferença de ideias…
Vale a pena é, em cada situação, de
injustiça, prepotência, ou intolerância saber dizer as palavras certas: isso será
ser “Charlie”, o símbolo em si da liberdade de expressão - e esse será sempre possível!
Que lindo texto!
ResponderEliminarUm beijinho grande:)
Tem razão, as coisas mudam conjugando o verbo fazer.
ResponderEliminarCada um, cada eu, presente: eu faço!
... até admito que os terroristas nunca tenham lido o Alcorão
ResponderEliminarNos momentos difíceis para a liberdade é imprescincível estar unidos, ser todos Charlie, ou judeos, ou árabes, ou ciganos, ou homosexuais, ou qualquer mártir do mundo inteiro.
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