quarta-feira, 6 de abril de 2016

E OS LIVROS POLICIAIS CONTINUAM A ATRAIR!


Realizou-se no fim de semana passado (1-3 de Abril), em Lyon, um acontecimento que já vai na 12ª edição “Quais du Polar”: ou, melhor, em português, "cais dos livros policiais".

Li no “Nouvel Obs" que muitos autores famosos do género policial estiveram presentes: os nórdicos, que estão na moda, como Arnaldur Indridason (islandês).

E o italiano Giancarlo de Cataldo, Carofiglio etc. Destes dois italianos nunca li nada, mas a minha amiga Nicoletta Trentin já mos aconselhara, em Veneza.



Muitas páginas do semanário francês são dedicadas a este 'tipo' de leitura, por muitos (e mal) considerada uma literatura menor.

Leio algumas afirmações do editor Rivages/Noir uma das mais famosas editoras de policiais de classe. 
François Guérif afirma: "é importante ‘elevar’ o género, com traduções boas". E bons autores, evidentemente.

James Ellroy
Eles que foram os editores franceses do best-seller James Ellroy (mais conhecido pelo livro "A Dália Negra"), continuam a procurar bons escritores pelos mundo.
Foi o que ele tentou, procurando também capas sugestivas: escolheu fotografias de certos filmes negros de Hollywood trabalhadas.

E continua: “Se este género ganhou, como se costuma dizer, um título de nobreza, e mesmo que, em quatro romances vendidos, um seja policial, a verdade é que o policial não saiu ainda do gueto. Algumas elites olham-no de alto.”

Chandler e Hammett juntos uma vez (1936) 

E pergunta: “Como é que ainda se não abriram as portas da Pléiade a grandes escritores como Raymond Chandler e Dashiell Hammett enquanto se publicaram outros menores?”
Eis um crime que ainda não foi resolvido!

"Já muito ‘boas cabeças’ se abriram ao género ‘noir’", continua. Que é ?literatura', como a outra.
 O género ‘negro’ que em italiano se chama amarelo- ‘giallo’-  porque a primeira colecção da editora Mondadori  tinha uma capa amarela: eram os Gialli Mondadori

Sinto a reticência em muitas outras cabeças, penso. Um género menor? Depende de quem o escreve e do que fala e com que intenção e sinceridade o faz. Como tudo o que é importante na vida.
No fundo, tornaram-se livros de intervenção, de análise de situações, de tentativas de explicação da 'realidade' violenta de hoje, da formas perversas de viver e de não saber viver- e de matar!

Compreendo que nem todos gostem do amarelo… Eu gosto!
No entanto, lembro André Gide que considerava Georges Simenon um dos melhores romancistas do seu tempo. 
Para os apreciadores do género, ficam aqui nomes a procurar!

5 comentários:

  1. Querida Maria João, sei que é uma falha minha, mas continuo a não ler policiais!
    E tenho pena, pois acredito que iria gostar bastante.
    Um dia...
    Um beijinho amigo.:))

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  2. Cláudia querida, está no seu direito! Há tanta literatura boa para se ler e reler sem precisar de ir aos policiais! Eu vou, porque sempre gostei...Aos 10 anos, ia roubá-los na estante da minha mãe que também gostava.

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  3. Eu gosto de policiais, embora, tal como a Cláudia, como o tempo é pouco, acabo por deixar este tipo de livros para "depois" e não leio. Tenho alguns na estante em lista de espera:)

    Um beijinho grande:)

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  4. Gostava de gostar, ou melhor, de ter gostado...
    Beijinhos

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    1. Não te preocupes Maria. Há tanta coisa boa a gostar na vida - e tu sabes bem! bjs

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