É
o dia de reflexão hoje, dizem. Porque vamos ter eleições amanhã? É dia de
reflexão, sempre, por muito optimistas que sejamos.
Dúvidas?
Tenho-as sempre, felizmente. Sei que ninguém nasce ensinado e a saber tudo e aprender
é o nosso melhor destino.
Arthur Nathan, O Abandonado
Hoje, dia do Yom Kippur, é um dia de reflexão para os judeus pelo mundo fora: o dia do “arrependimento”, da "expiação" - ou, melhor, da “consciência” do que se fez durante o ano que passou, da “interiorização”
disso e do pensamento na expectativa do que virá.
E de esperança de que possamos ainda “virar a página”, mudar a vida, e que nos “seja
permitido ter a assinatura no Livro da Vida por um ano mais.”
É o dia em que, nas Sinagogas do mundo, se cantará o “kol nidrei” que assinala o
fim do Yom Kippur, o dia do Grande Perdão. Ou da “compaixão”? que importa.
É um
exame de consciência mais do que tudo, para alguns que o queiram fazer. Para outros, é apenas uma
festa da família depois do grande jejum que por alguns é respeitado também só pela tradição cultural.
Nos
anos em que vivi em Telavive ia ouvir o Kol Nidrei. Era impressionante o canto do
hazan (o cantor), a tristeza do Kol Nidrei.
Era o lamento pelos mortos, a lembrança
dos que desapareceram nos campos de concentração, desespero e esperança ao
mesmo tempo.
Haveria quem lembrasse também os mortos da Guerra do Yom Kippur de 1973 quando Israel é invadido, nesse Dia do Jejum, por uma coligação de estados árabes, comandados pelo Egipto e a Síria. Quando Leonard Cohen foi cantar com os soldados.
Haveria quem lembrasse também os mortos da Guerra do Yom Kippur de 1973 quando Israel é invadido, nesse Dia do Jejum, por uma coligação de estados árabes, comandados pelo Egipto e a Síria. Quando Leonard Cohen foi cantar com os soldados.
Ali
sentada a ouvir, lia o Salmo 33 que a minha amigo Susana Heffez, sobrevivente
de Auschwitz, me dizia que, apesar de laica profunda, lia nesse
dia.
“Izkhor”, lembra! E às vezes dava-me para chorar pelos meus mortos.
“Izkhor”, lembra! E às vezes dava-me para chorar pelos meus mortos.
Hoje, vou pensar nos meus amigos judeus que vão lamentar os seus mortos. Tantos
mortos, tanta perseguição, tanto "pogrom", tanto sofrimento. Há tantos séculos!
Gmar Hatima Tova,
haverim! Que o vosso nome seja escrito, por mais um ano, no Livro da Vida, amigos!
Ouvir o Kol Nidrei:
Olá Maria querida! Como vai?
ResponderEliminarAndei por aí, ausente do mundo da blogosfera. Viajei um pouco, fiz passeios e pequenas viagens às cidadezinhas do interior de São Paulo, além de muitas mudanças na minha vida real. Está sendo um tempo muito bom. Vivi a adaptação e bem, agradeço por tudo.
E a pensar no judeus, trabalhei em três empresas judaicas. Uma delas é a líder em seu ramo de atividade por aqui, construção civil. Vivi anualmente todas os festejos, reflexões e jejuns. Ganhei muitos livros com lindas histórias e sabedoria. Gosto da tradição, das pessoas e sempre senti-me muito comovida pelo sofrimento no passado. Até os nossos dias, eles são perseguidos. Portanto, muito apreciado por mim, foi este teu post.