quarta-feira, 11 de agosto de 2010

Histórias de Mulheres: hoje, as mulheres afegãs


Ontem vi uma notícia terrível na Arte, sobre uma jovem afegã a quem o marido, como represália por ter fugido de casa, lhe cortou o nariz e as orelhas...

Acordou gelada, cheia de sangue, sem pereceber por que lhe entrava o ar frio, tão frio, por dentro da cara...

Li a entrevista, que vem no "El País" de hoje, sobre o assunto (transcrita no blog "sobreorisco").

Confesso que não tive coragem de "copiar" a cara da jovem, que "fazia" a capa do Times desta semana.

Humilhante! Chocante! Assustador!

Procurando num site ali referido, encontrei mais "notícias" sobre assuntos semelhantes, à escolha, tantos são...


Todos referiam os abusos sobre as mulheres afgãs; falavam do receio que elas têm de que, com a partida dos americanos, "tudo volte para trás".
Isto é: que os talibans voltem para impor de novo a "sua lei", e a mulher se veja "fechada" na burka, reclusa em vida, reduzida a ser apenas uma coisa que "procria", educa os filhos (e as filhas?), viver o quotidiano vulgar, sem nunca chegar a ser um ser humano completo.

Escolhi Sakina, para falar...


Foi vendida aos 14 anos em casamento a um homem de 45, mercador de tapetes, que tinha uma loja e um tear.

"Não sabia nada sobre casamento, diz ela. Nada sobre a relação entre homens e mulheres"...
Ele usou-a como como criada (não-paga, o que é "normal" em muitos sítios do mundo ainda hoje...), e, batia-lhe com as tábuas do tear, quando ela não trabalhava tão depressa como ele queria.

Um dia, Sakina, assustada, entornou as taças de chá, e a família dele cortou-lhe o cabelo rente.

Fugiu de casa. Escondeu-se.

Hoje, com o auxílio de conhecidos, tenta que ele lhe conceda o divórcio. O marido nega, terminantemente, dizendo que pagou bom dinheiro para a comprar...

Comparada com a outra história, até damos um suspiro de alívio, não é?
Não impede que seja, do mesmo modo, uma mulher considerada uma "coisa".
Comprável, usada, vendível...

3 comentários:

  1. Estas notícias já começam a deixar qualquer ser humano a viver num filme de terror em plena vida real. Caramba!! Onde andam as organizações que zelam pelos direitos humanos?!??!?!?

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  2. A besta humana.
    É só a face mais horrível da exploração de um ser por outro.
    Nesta civilização do dinheiro compra-se e vende-se tudo.Os pobres,esses,são de graça.
    Cordial abraço,
    mário

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  3. Ante temas tão sérios como ser víctima de torturas ou da pobreza,fico bloqueada pela impotência de saber que não sei,não posso ou não me animo a fazer nada.Beijinhos

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