Hoje no novo programa diário da Arte, chamado “28 minutes”, e apresentado por Elisabeth Quinn -programa que vos aconselho-, ouvi falar uma pessoa que me interessou.
Alexandre Romanès, “Rom”, poeta, homem de circo.
O programa focava problemas de identidade. Integração de estrangeiros. Há países “homogéneos”? , perguntavam, entre outras coisas.
E os convidados davam a sua contribuição.
E os convidados davam a sua contribuição.
Alexandre Romanès começou por contar uma coisa bem interessante.
O pai dele, jovem cigano, vivendo na província francesa, um dia combina ir a uma festa na aldeia vizinha, com outros rapazes franceses. Eles recusam.
“Não, aí não podemos ir: são estrangeiros!” e ele fica espantado. Todos franceses e são "estrangeiros" de aldeia para aldeia...
“Não, aí não podemos ir: são estrangeiros!” e ele fica espantado. Todos franceses e são "estrangeiros" de aldeia para aldeia...
No final falando da situação difícil dos ciganos, diz uma grande verdade:
“Como não votamos, ninguém se interessa pelo nosso problema...”
“Como não votamos, ninguém se interessa pelo nosso problema...”
Alexandre Romanès é o filho de Firmin Bouglione. Entra no circo (Cirque Bouglione) com 14 anos fazendo de funâmbulo voador e de domesticador de feras.
Poeta, homem de circo, co-fundador do Cirque Tzigane Romanès, actor e defensor da cultura cigana.
Em 1994, funda o seu próprio circo: vai ser o primeiro circo “tzigane” da Europa.
Esteve em cena até há poucos dias em Paris, na Porte de Champerret, com o espectáculo: "A rainha dos ciganos e dos gatos"...
Não se limita à arte do circo. Escreve poemas. Escreve romances.
Em 2004 publica o seu primeiro romance nas Edições Gallimard, "Paroles Perdues".
Escritor auto-didacta, pergunta a si próprio por que escreve...
"Por que escrevo?A escrita não é uma tradição cigana. O que sei é que há poetas que admiro. Talvez não tenha suportado a ideia de os ver passar. Quis ser um deles...”
http://cfj66.pressebook.fr/balkansflexipass/2012/02/06/le-cirque-romanes-terre-de-paix-pour-tziganes-et-gadje/
As ilustrações encontrei-as na internet.
A pintura é de Eduardo Viana e intitula-se "Pousada dos Ciganos".
A pintura é de Eduardo Viana e intitula-se "Pousada dos Ciganos".
Não se pode amar o que se desconhece, também eu me sinto muito mais involucrada agora que estou tão perto das Vurdóns.
ResponderEliminarViva o circo, os ciganos, as bibliotecas, e tudo o que serve para enriquecer-nos como pessoas!
Beijinhos, já te mandei o foto do meu burro e a poesia que lhe fiz com 22 anos (não te rias de mim)
Interessante.
ResponderEliminarEsse programa é em que canal e a que horas? Se calhar não dá para ver.
(Há que estimar os burritos, pois são animais em vias de extinção)
Beijinhos