quinta-feira, 1 de março de 2012

Livros: Histórias de ciganos e "Un peuple de promeneurs", de Alexandre RomanèsCirque tzigane Romanes

Hoje no novo programa diário da Arte, chamado “28 minutes”, e apresentado por Elisabeth Quinn -programa que vos aconselho-, ouvi falar uma pessoa que me interessou.
Alexandre Romanès, “Rom”, poeta, homem de circo.
Tenho muitos amigos ciganos - basta falar nas amigas da "cozinha dos vurdóns"!- e sempre gosto de saber mais coisas sobre eles.
O programa focava problemas de identidade. Integração de estrangeiros. Há países “homogéneos”? , perguntavam, entre outras coisas. 
E os convidados  davam a sua contribuição.
Alexandre Romanès começou por contar  uma coisa bem interessante. 
O pai dele, jovem cigano, vivendo na província francesa, um dia combina ir a uma festa na aldeia vizinha, com outros rapazes franceses. Eles recusam. 
Não, aí não podemos ir: são estrangeiros!” e ele fica espantado. Todos franceses e são "estrangeiros" de aldeia para aldeia...
No final falando da situação difícil dos ciganos,  diz  uma grande verdade: 
Como não votamos, ninguém se interessa pelo nosso problema...”
Alexandre Romanès é o filho de Firmin Bouglione. Entra no circo (Cirque Bouglione) com 14 anos fazendo de funâmbulo voador e de domesticador de feras.
Poeta, homem de circo, co-fundador do Cirque Tzigane Romanès, actor e defensor da cultura cigana.
Em 1994, funda o seu próprio circo: vai ser o primeiro circo “tzigane” da Europa.
Esteve em cena até há poucos dias em Paris, na Porte de Champerret, com o espectáculo: "A rainha dos ciganos e dos gatos"...
Não se limita à arte do circo. Escreve poemas. Escreve romances.
Em 2004 publica o seu primeiro romance nas Edições Gallimard, "Paroles Perdues".
Em 2010 sai o livro de poemas  "Sur l'épaule  de l'ange". Penso que já o título é poético!
Escritor auto-didacta, pergunta a si próprio por que escreve...
"Por que escrevo?A escrita não é uma tradição cigana. O que sei é que há poetas que admiro. Talvez não tenha suportado a ideia de os ver passar. Quis ser um deles...”


http://cfj66.pressebook.fr/balkansflexipass/2012/02/06/le-cirque-romanes-terre-de-paix-pour-tziganes-et-gadje/
As ilustrações encontrei-as na internet. 


A pintura é de Eduardo Viana e intitula-se "Pousada dos Ciganos".

2 comentários:

  1. Não se pode amar o que se desconhece, também eu me sinto muito mais involucrada agora que estou tão perto das Vurdóns.
    Viva o circo, os ciganos, as bibliotecas, e tudo o que serve para enriquecer-nos como pessoas!
    Beijinhos, já te mandei o foto do meu burro e a poesia que lhe fiz com 22 anos (não te rias de mim)

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  2. Interessante.
    Esse programa é em que canal e a que horas? Se calhar não dá para ver.

    (Há que estimar os burritos, pois são animais em vias de extinção)

    Beijinhos

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