segunda-feira, 27 de janeiro de 2014

Lembrar o Dia do Holocausto! Com imagens...


Luzes da vedação de arame farpado em Auschwitz (foto de Alan Jacobs)

"Lamento dos Judeus", quadro do pintor israelita Dorin



Judeus franceses, no Vel d'Hiv, Paris, 1942


Camionetas levando os judeus para o Vel d'Hiv (Le Vélodrome d' Hiver), Paris, 1942

Auschwitz, à chegada...



O escritor e cientista Primo Levi, judeu sobrevivente de Auschwitz, suicidou-se em 1987, em Roma, quarenta e dois anos depois.

Auschwitz, libertação do campo pelo Exército Russo



Da morte do escritor, disse outro escritor -e sobrevivente de Auschwitz-  Elie Wiesel: "Levi morreu em Auschwitz, quarenta anos mais tarde..."


Levi escreveu muito. Escreveu sempre. Até morrer... E perguntou muitas vezes: "Isto é um homem?" Um dia, matou-se!

Se isto é um homem (*)...

"Vós que viveis seguros nas vossas tépidas casas,
Vós que encontrais, voltando à tarde a casa
A comida quente e os rostos amigos:
Pensai se isto é um homem.
Que trabalha na lama
Que não conhece a paz
Que luta por um pão,
Que morre por um sim ou por um não..."

Auschwitz

À entrada do Campo mais famoso do mundo, uma inscrição dizia: "O trabalho salva"...

Morreram 6 milhões de judeus. Mas não foram só os judeus... 

Os Ciganos, os Rromá também também não escaparam às garras dos nazis! "Porajmo" é  a palavra deles para "Holocausto"...


ciganos em Auschwitz

Quadro de Ceija Stojka 

Ceija Stojka, pintora, cigana,  foi uma sobrevivente de um campo...
 É uma pena e um absurdo que a ONU os tenha excluído da cerimónia, como podem ver neste blog cigano.

a pintora Seija Stojka


(http://amskblog.blogspot.pt/2014/01/la-onu-excluye-los-roma-de-la-ceremonia.html)





(*) O poema completo, em italiano:

Se questo è un uomo 

"Voi che vivete sicuri 
nelle vostre tiepide case, 
voi che trovate tornando a sera 
il cibo caldo e visi amici: 
Considerate se questo è un uomo 
che lavora nel fango 
che non conosce pace 
che lotta per mezzo pane 
che muore per un sì o per un no. 
Considerate se questa è una donna, 
senza capelli e senza nome 
senza più forza di ricordare 
vuoti gli occhi e freddo il grembo 
come una rana d'inverno. 
Meditate che questo è stato: 
vi comando queste parole. 
Scolpitele nel vostro cuore 
stando in casa andando per via, 
coricandovi alzandovi; 
Ripetetele ai vostri figli. 
O vi si sfaccia la casa, 
la malattia vi impedisca, 
i vostri nati torcano il viso da voi..."


11 comentários:

  1. Durante anos a rromá esteve fora seguer da lembrança e da história. Hoje a ONU a exclui. É vergonhoso e revoltante.

    Essa dor é pra muitos e não era nenhum pouco necessária.

    nós

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    1. Eu sei, amigas, e fiquei incomodada! Negados tantas vezes... Coragem e em frente!
      Recordo Poradjmo com vocês...

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  2. É bom que não se esqueça que o Holocausto aconteceu! Apesar de existirem vozes/forças que o queira ocultar!
    Se isto é um homem - obra impressionate de Primo Levi, que relata os horrores a que estavam sujeitos os judeus e não só, os Rromátambém. Horrores a que o próprio Primo Levi esteve sujeito....

    Hoje em dia, a descriminação continua, mas em muitos casos, de uma maneira muito mais subtil. O que não significa que seja menos nefasta!
    O ser humano quando quer consegue ser mosntruoso!! É assustador!

    Maria João, ainda hoje comprei o livro Judeus ilustres de Portugal. estou ansiosa por o ler.

    Um beijinho.

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    1. É verdade, Cláudia, deve-se sempre recordar a sua existência: para que não aconteça mais! Se bem que a minha confiança no bicho-da-terra-tão-pequeno - de que falava Camões - ande um pouco tremida...
      Obrigada pelas tuas palavras! Ainda não comprei esse último de que falas... beijinhos

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  3. E saber que ainda nos dias de hoje se cometem tantas atrocidades e justiças em nome de tantos e tantos ideais... O tanto que temos de bom, equivale ao tanto que temos de horror...

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  4. Uma memória muito bonita.
    De Wiesel li "A Noite" e o "Dia". Ambos impressionantes.
    De Primo Levi li coisas soltas. Este título não mas lerei.
    Beijinho. :))

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    1. Olá, Ana! Gosto muito do Wiesel, que além do mais tem títulos lindos: "Tous les fleuves vont à la mer...- Mais la mer n'est jamais remplie..." -o que é uma grande verdade, com várias acepções! beijo

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  5. Acho assustador o que os homens podem ser capazes de fazer.
    Hoje mesmo, por esse mundo fora, continuam outras atrocidades.
    Os homens não mudam.
    Mas é importante falar das coisas, para não caírem no esquecimento.
    É muito triste.

    Um beijinho grande

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  6. Con todo o respeito que tenho a Elie Wiesel, não estou de acordo com a cita. Primo Levi foi um escritor apaixonante, de uma profundidade que se tem ou não se tem, independentemente das vicissitudes da vida. Foi ele que disse que os que negam Auschwitz são os que seriam capazes de fazer outro, e ele sabia muito das luzes e das sombras do ser humano.
    É de uma injustiça vergonhosa e preocupante a atitude da ONU com os Rroma. Quando acontecem coisas assim, todos temos culpa.
    Beijos

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  7. Querida Maria, apesar de tudo acho que o Wiesel tinha razão: ele continuou, escreveu, fez tanta coisa...mas alguma coisa dentro dele morreu em Auscwitz! Antes: muita da confiança dele nos homens de certeza...
    ~beijinhos

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